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sábado, janeiro 31, 2015

O Nosso 14

É nestes jogos, com adversários mais fracos, que se consolidam ou perdem ambições classificativas e candidaturas europeias.
Porque são jogos em que é "proibido" perder pontos.
Penafiel, onde semanas atrás o concorrente directo Sporting de Braga ganhara por 6-1, era um desses jogos.
Mas a equipa vitoriana está longe da forma patenteada nos primeiros meses da época e a pagar caro o preço das lesões de jogadores importante e dos discursos errados que abalaram a sua estabilidade.
Desde os "meninos", que apenas serviu para os desresponsabilizar, ao das "pérolas" (que não levou em conta a idade e alguma imaturidade das mesmas) que levou a que alguns deles andem há mês e meio com a cabeça em muitos sítios menos na equipa.
Individualmente:
Assis: Sofreu um golo sem qualquer culpa e evitou mais dois com intervenções oportunas. Valeu à equipa a segurança do seu guarda redes para o resultado não ser pior.
Plange: Rui Vitória lá sabe as linhas com que se cose mas não acredito que alguma vez Plange seja um lateral direito ao nível do que o Vitória necessita. Responsabilidades no golo, responsabilidades na forma como deixou os adversários fugirem nalguns lances a sua substituição pecou por tardia.
Josué: Uma exibição regular sem grandes problemas a resolver.
João Afonso: Certinho a defender mas sem se ver nos lances de bola parada em que meses atrás era temível. 
Bruno Gaspar:Um excelente lateral direito que foi desviado para a esquerda sem grande proveito para a equipa. Mesmo assim acho que foi o melhor jogador do Vitória na noite de hoje. Não percebo porque não é Luís Rocha opção ainda para mais depois do bom jogo feito em Setúbal.
Cafu: A garra está sempre lá mas hoje o esclarecimento andou arredio da sua exibição. Foi substituído, porque alguém tinha de ser, mas como ele podiam ter saído outros cinco ou seis.
André: Atravessa uma fase de menor fulgor o que nem admira face ao alto rendimento com que jogou durante meses. Mesmo assim ainda foi dos menos maus da equipa. E fez mais um golo.
Bernard: Quando vejo este Bernard e o comparo com o de Agosto/Setembro/Outubro vejo nele uma das "vitimas" dos discursos errados. E sorrio quando me lembro dos criticas de alguns acerca da intensidade (um dos termos que agora se usa muito) ,ou falta dela, com que jogava Crivellaro.
Hernâni: Não "esteve" em Penafiel. Pelo menos ao seu nível habitual. Tal como André estará a pagar o preço de a equipa ter "usado e abusado" dele durante semanas a fio.
Valente:O melhor dos avançados vitorianos neste jogo batendo-se bem na área e procurando espaços. Surpreendentemente foi substituído quando o seu instinto goleador podia ser precioso no assalto final á baliza do Penafiel.
Tomané: Uma exibição discretíssima. Não se viu.
Alex: Uma boa entrada em jogo empurrando a equipa para a frente e mostrando uma boa dinâmica de jogo. Caso para perguntar porque não entrou de início,com vantagem para a equipa, dispensando Bruno Gaspar de meia parte longe do flanco onde melhor joga.
Gui: Empenho, vontade, mas pouco resultado. No lance mais perigoso que protagonizou o fiscal de linha marcou fora de jogo (não estava) quando percebeu que o lance era...perigoso.
Ricardo Gomes: Entrou em busca do que não teve; lances na área em que pudesse fazer prevalecer o seu poder físico.
Douglas, Moreno, Chemann e Zitouni não foram utilizados.
O Vitória entra agora num ciclo de jogos mais complicados.
Recebe o Belenenses, vai ao Porto e a Paços de Ferreira, recebe o Marítimo e vai ao Bessa.
Neles se jogará o apuramento europeu e por isso pede-se "cabeça fria", pés no chão e muita concentração.
De todos.
Depois Falamos.

P.S. E, já agora, a não haverem mais reforços (especialmente o tal ponta de lança)que não se verifiquem saídas. A "manta", repito, está a ficar curta.

Bodo aos Pobres

É uma maldição que nos persegue de há muito.
Esta de darmos o "bodo aos pobres" que necessitam de pontos em alturas cruciais do campeonato em que esses pontos nos dariam tanto jeito a nós.
Esta época, uma vez mais,parece que vemos por esse caminho.
Nos dois primeiros jogos da segunda volta, defrontando os dois últimos classificados, fizemos dois pontos.
Um pecúlio péssimo.
E se com o Gil Vicente o empate foi uma injustiça, face à segunda parte que fizemos e ás oportunidades criadas, hoje acabou por ser uma sorte dado que em boa verdade não merecendo perder também não merecemos ganhar.
Uma primeira parte francamente deplorável em que não fizemos um único remate(!!!) e em que sofremos um golo e por pouco sofríamos outro com uma equipa atarantada, sem fio de jogo, e sem uma única individualidade que fizesse a diferença.
Hoje nem "pérolas" de cultura quanto mais verdadeiras "pérolas".
É claro que o onze inicial, com Plange a lateral direito e Bruno Gaspar a lateral esquerdo, também não ajudou nada mas disso falarei noutro texto.
Na segunda parte o Vitória melhorou, até porque piorar era praticamente impossível, mas mesmo assim só fez o primeiro remate à baliza de todo o jogo aos 60 minutos(!!!)por Hernâni a recarga a um livre de Bernard que batera na barreira.
A partir daí a equipa ganhou ligeira supremacia, muito por força da boa entrada em jogo de Alex, mas não deu para mais do que um desolador empate alcançado da marca da grande penalidade por André com a eficiência habitual.
Nos últimos minutos Rui Vitória ainda lançou em jogo Ricardo Gomes para o lugar de Valente ,que curiosamente até vinha sendo o melhor dianteiro, mas sem qualquer efeito prático.
Uma exibição muito discreta do Vitória, com jogadores (especialmente as denominadas "pérolas")muito longe do seu rendimento habitual e mais dois pontos ingloriamente perdidos perante um adversário que xurdiu mas pouco mais do que isso.
Duas notas finais quanto ao Vitória.
Uma para destacar que a maioria dos pontapés de canto (e isto já vem de há algum tempo) são marcados ao primeiro poste e direitinhos ao primeiro defesa adversário. Dá até a sensação(errada é claro) que há jogadores que não podem com a bola!
A segunda para fazer um reparo: Há demasiada gente na equipa a arriscar passes de trinta metros que em mais não resultam do que dar a bola ao adversário. Há que por travão a isso porque esses lances são para quem sabe e não para quem quer. 
Bruno Paixão anda a mais no futebol e na arbitragem.
E isso não é de hoje mas sim desde o dia em que começou a apitar.
Um conjunto de decisões incompreensíveis, em que o Vitória foi o mais lesado, apenas serviram para comprovar que pô-lo a arbitrar um jogo é um desrespeito a quem paga bilhete!.
Vale que neste jogo,ao que parece, quase ninguém pagou.
Mas mesmo assim o futebol merece outro respeito.
Ele a "trinco" e o fiscal de linha que acompanhou o ataque vitoriano na segunda parte a "libero" foram dois dos melhores jogadores penafidelenses tanto ajudaram o Penafiel a defender.
Mas, sejamos claros, não foi por culpa deles que empatamos.
Mais uma vez foi por culpa própria.
Depois Falamos.

P.S. Esperemos que amanhã e segunda feira não apareçam más notícias em termos de saídas.
É que a "manta" está a ficar curta...

Longo Caminho

Foto: PSD

Assisti hoje á sessão de encerramento das "V Jornadas Consolidação, Crescimento e Coesão" uma iniciativa do PSD que percorreu todos os distritos do país, iniciada em Lisboa com a presença de Passos Coelho, e culminou hoje com a sessão do distrito de Braga realizada em Esposende e que contou com a intervenção do secretário de estado das Finanças Manuel Rodrigues.
Uma boa iniciativa esta.
Desde logo porque passados quase quatro anos de difícil governação há resultados positivos para mostrar e é importante que eles sejam mostrados de forma serena e esclarecedora de molde a que as pessoas possam fazer os seus juízos de valor com tempo e...a tempo.
Depois porque o PSD tem de se envolver activamente na divulgação do que o governo tem feito e para isso tem de mobilizar, para lá dos seus militantes, os seus quadros dirigentes a nível concelhio,distrital e nacional bem como os membros do governo e os deputados.
A tarefa de mostrar aos portugueses aquilo que foi feito, o país que este governo "herdou" em 2011 do desvario e má governação socialista e o país que em Outubro vai sujeitar à avaliação dos portugueses, a demonstração de que tanto sacrifício valeu a pena será uma tarefa exaustiva da qual nenhum militante/dirigente se pode escusar porque o caminho é longo e todos são precisos.
Gostei da comunicação de Manuel Rodrigues.
Clara, simples, bem articulada, facilmente perceptível foi um bom momento em termos de comunicação política e mereceu a franca aprovação dos presentes.
Não me lembro de anteriormente o ter ouvido em sessão partidária mas devo dizer que valeu bem a pena assistir à sua exposição.
A questão, agora, é o partido ser capaz de passar para a opinião pública a "mensagem" que Manuel Rodrigues tão bem passou para uma plateia de militantes e dirigentes do partido.
E a comunicação política nem sempre tem sido o forte do PSD e do governo.
Depois Falamos

sexta-feira, janeiro 30, 2015

Uma História com Árbitro

Na época de 2003/2004, ultima de Pimenta Machado como presidente, o Vitória já muito fragilizado por tudo que se passava em redor do clube (nomeadamente as investigações do "saco azul") jogava para fugir dos últimos lugares numa busca frenética de pontos.
Nesse tempo exercia o mandato de deputado na Assembleia da República e não tinha nenhum cargo no clube mas naturalmente que vivia com muita intensidade(como sempre) tudo o que lhe dizia respeito e essa época foi terrível em termos de ansiedade. 
Termináramos a primeira volta, já com Jorge Jesus no lugar de Augusto Inácio, com uma derrota em Braga(jogo muito mal arbitrado por Pedro Henriques com claro prejuízo vitoriano)e uma sofrida vitória caseira sobre o Estrela da Amadora e por isso o ultimo jogo dessa primeira volta, em Alvalade com o Sporting, já se revestia de algum sufoco porque os pontos não abundavam.
A convite do meu amigo Ribeiro Cristóvão fui a Alvalade assistir a uma autêntica "paródia" arbitrada por...Bruno Paixão que expulsou dois jogadores do Vitória e inclinou o campo tanto quanto pode  favor dos da casa.
Ainda estivemos a ganhar 1-0(golo de Romeu) mas depois o SCP empatou por João Pinto e marcaria o 2-1 final por Pedro Barbosa enquanto a equipa vitoriana "enervada" pelo apitador se descontrolava tendo como corolário disso a expulsão de Rafael depois de dar um valente murro em João Pereira.
Quis o destino que nessa mesma semana uma das comissões parlamentares de que fazia parte (no caso a de Juventude e Desporto) tivesse agendada uma audição solicitada pela...APAF.
Nem de propósito.
O jogo num domingo à noite e a APAF na terça feira á tarde.
Não podia correr bem.
Lembro-me que a delegação era composta por três ou quatro dirigentes entre os quais o então árbitro Paulo Paraty.
Ainda antes do período de debate houve uma exposição inicial do presidente da associação a que se seguiu outra de Paraty que a determinada altura se sai com a seguinte frase :
"Os árbitros são pessoas tão sérias como as outras".
Hoje não o faria, seguramente, mas na altura não resisti a dar uma sonora gargalhada.
Claro que Paraty e colegas ficaram escandalizados e seguiu-se um debate "vivinho" em que falei mais com o coração vitoriano do que com a razão do cargo que exercia e manifestei a revolta pelas arbitragens que tanto nos estavam a prejudicar nessa época.
As coisas lá se compuseram(mais ou menos...) e no final houve uma troca de cumprimentos...cordial.
Na semana seguinte, primeira da segunda volta, o Vitória jogou numa segunda feira à noite em Leiria e eu antecipei a viagem para Lisboa (normalmente ia à terça de manhã) para de caminho ir ver o jogo que se antevia complicado.
Cheguei ao estádio com bastante antecedência, fui ter com a comitiva vitoriana à entrada dos balneários, e por lá fiquei à conversa com Pimenta Machado, o seu irmão Rui, o meu filho João que me tinha acompanhado e creio que com o José Luís Machado.
Confesso que nem sabia quem era o árbitro desse jogo.
Estávamos à conversa há uns minutos quando chega o trio de arbitragem.
Chefiado por...Paulo Paraty!
Confesso que vi a "vida" do Vitória a andar para trás especialmente depois do ar de indisfarçável gozo com que ele nos cumprimentou à entrada.
Lá contei aos que me rodeavam do episódio parlamentar ocorrido dias antes e ficamos todos algo temerosos de que também em Leiria o relvado se inclinasse.
Errado.
Paraty fez uma excelente arbitragem, sem qualquer mácula, e o 0-0 final apenas traduziu a incapacidade das equipas em marcarem golos nesse jogo.
Mas a lição que retirei disso, embora admita evidentemente que se pense de outra forma, é que vale a pena levantar a voz para defender os interesses do Vitória.
Depois Falamos

quinta-feira, janeiro 29, 2015

A Verdade e a Mentira

António Pimenta Machado dirigiu o Vitória entre 1980 e 2004 num mandato cuja duração apenas é superada pelos de Pinto da Costa à frente do F.C.Porto.
Não vou aqui hoje escrever sobre o que foram os seus mandatos, sobre o bom e o mau da sua presidência, sobre o Vitória que encontrou em 1980 e o que deixou em 2004.
Já o disse em várias ocasiões, e repito-o agora, que o considero o melhor presidente da História do clube.
Fiz parte dos orgãos sociais com ele, entre 1995 e 2002, vivi por dentro muitos episódios, sei bem o quanto se exagera (para mal) nalgumas apreciações que por aí se vão lendo.
Mas não é disso que se trata neste texto.
Mas sim da frase que o celebrizou no futebol português e que tão mal interpretada é por alguns.
"O que hoje é verdade amanhã é mentira".
Dito no contexto do despedimento, em 1987, do treinador Renê Simões é das frases que melhor exemplifica o que é a realidade do nosso futebol.
Era-o já no tempo em que foi dita e continua a sê-lo na actualidade.
Basta olhar em volta.
E por isso é injusto que se associe essa frase a algum contorno da personalidade do seu autor quando em boa verdade é uma radiografia perfeita do nosso futebol e, mais do que isso, daquilo que é o próprio futebol e a sua realidade.
E aqui deixo um exemplo passado comigo e com Pimenta Machado.
A época de 2000/2001 estava a correr mal.
Paulo Autuori, que tinha iniciado a época, fora substituído por Álvaro Magalhães mas os resultados teimavam em não aparecer e a continuidade deste tornou-se insustentável pelo que após mais um mau resultado em casa( e a insatisfação dos associados) se tornou irremediável a sua saída.
E recordo-me que passada  mais de uma hora sobre o final do jogo conversava, a sós, com o então presidente sobre o substituto do treinador.
Pedida a minha opinião sugeri-lhe...José Mourinho.
Acabado de sair do Benfica e no inicio da sua carreira como treinador principal.
Pimenta Machado achou a sugestão interessante mas disse-me estar a pensar em Augusto Inácio que tinha sido campeão na época anterior treinando o Sporting e se encontrava na altura sem clube.
Com o argumento,decisivo, que tinha mais experiência e era portanto melhor treinador para o Vitória.
Em 2000 Augusto Inácio era melhor que Mourinho.
Nesse "hoje" era verdade.
No "amanhã" que se seguiu era mentira.
Lá está... o futebol é assim mesmo!
Depois Falamos

quarta-feira, janeiro 28, 2015

Os Equipamentos

Eu sei que sou suspeito mas o equipamento do Vitória é muito bonito!
Camisola branca, calções pretos,meias brancas ou brancas e pretas (como esta época)são o uniforme clássico do clube e aquele que durante décadas foi sistematicamente usado como primeiro equipamento.
Algures no início dos anos 70 optou-se pelo equipamento todo branco, que também é bonito, mas aquele que melhor identifica o clube com a sua História é indubitavelmente o da camisola branca com o calção preto.
Depois há os alternativos.
Durante muitos anos apenas um, o da camisola e calção preto (embora esporadicamente tivesse sido usada uma versão de camisola preta com calção branco)e nos últimos vinte anos passou a existir um terceiro equipamento de cores diversas e desenhos variados.
Devo dizer que alguns desses terceiros equipamentos foram dos mais bonitos que o clube teve.
Embora nem sempre, como esta época por exemplo, tenha tido terceiro equipamento.
Vem isto a propósito de a Liga, na sua "fúria" regulamentar (preocupassem-se eles com outras coisas bem mais importantes...), ter chamado a ela de há vários anos a esta parte a decisão sobre que equipamentos os clubes vestem quando jogam na qualidade de visitantes!
Sem que se saiba porque razão num jogo fora usa o tradicional e noutro o alternativo ficando isso a critério de quem na Liga faz as escolhas.
É absurdo mas é assim.
E por isso vemos o Vitória este ano, como em anos anteriores, jogar tantas vezes com camisola preta quando a nossa camisola é antes de tudo e antes do mais branca.
Sem por em causa o equipamento preto( e o desta época até é bonito) a verdade é que estou farto de ver o Vitória jogar com ele sem necessidade nenhuma face a adversários cujas camisolas são de cor bem distinta da nossa.
Como por exemplo aconteceu nas deslocações à Luz e a Braga precisamente dois jogos em que o uso da camisola branca se impõe.
Por uma questão de identidade, de orgulho e de assumpção dos nossos valores mais intrínsecos.
E , lá está, perante dois adversários que jogam de camisola vermelha e calção branco o nosso equipamento tradicional faz uma diferença total que dispensa bem o preto.
Claro que isto não se passa só connosco.
Bastará ver o número de vezes com que o Benfica joga com o equipamento cor de rato, o Sporting vestido à Paços de Ferreira ou o Porto com o equipamento "tunning" ou de cor de rosa para citar apenas três exemplos.
Mas esse é problema deles e se não se importam não será seguramente os vitorianos que se vão importar por eles.
Acho é que os clubes deviam acabar com essa disposição regulamentar da Liga e voltarem a ser os próprios a decidirem com que equipamento actuam em cada jogo.
Até porque hoje em volta dos equipamentos se constrói o marketing e o merchandising e aí cada clube saberá o que melhor lhe convém em cada jogo.
Depois Falamos.

P.S Claro que se a um clube não agradar , num determinado jogo, usar um equipamento alternativo pode solicitar à Liga a utilização do equipamento tradicional.
Mas pedir para usar o que é nosso, e da nossa escolha deve depender, é ridículo.

terça-feira, janeiro 27, 2015

Olhar a Liga

Decorrida a primeira volta e uma jornada da segunda que nos "diz" a classificação da Liga bem como a prestação dos seus dezoito clubes.
Caso a Caso:
Benfica: Fruto do mérito próprio, do "colo" da APAF e do "hara quiri" do único concorrente  tem o campeonato praticamente ganho. Se tem vencido em Paços de Ferreira podia encomendar as faixas. Assim ainda não. Mas tudo indica que o virá a fazer.
Porto: Tem o melhor plantel e os melhores jogadores mas não tem a melhor equipa. E tudo indica que isso lhe vai custar o título. Ontem esteve próximo do KO mas foi salvo por...Paulo Fonseca. A vida tem destas ironias.
Sporting: Equipa e treinador tem feito pela vida e apesar do presidente conseguem estar apenas a um ponto do segundo lugar. Mas não me parece que possam ser mais que candidatos ao terceiro.
Vitória: Um excelente campeonato que o coloca na luta pelo terceiro lugar e na quase certeza de um apuramento europeu. Veremos o que se vai passar até 31 de Janeiro.
Braga: Candidato a um lugar europeu vai discutir com Vitória e Sporting o escalonamento entre o terceiro e o quinto lugar apesar das "alucinações" do seu treinador.
Belenenses: Discretamente vem fazendo um excelente campeonato atendendo à sua realidade e ao valor do seu plantel. Joga para um lugar tranquilo mas nada mais.
Paços de Ferreira: O regresso bem sucedido de Paulo Fonseca mostra que a ida deste para o FCP foi prematura. Está na zona tranquila e por lá ficará.
Estoril: Outro candidato a lugares tranquilos depois da experiência europeia do inicio de época. Uma equipa que tem projectado muitos jogadores para outras realidades mas que neste momento, e nessa área, está em fase de menor fulgor. A excepção será mesmo Kléber.
Rio Ave: Outro "europeu" de inicio de época que vem fazendo um bom campeonato. É das equipas melhor treinadas e das que melhor futebol joga. O plantel é que não dá para outros sonhos em termos de Liga.
Moreirense: O segundo clube de Guimarães vem, a exemplo do primeiro, fazendo uma boa prova dentro dos seus objectivos que são a permanência. Uma instituição bem dirigida, com os pés assentes no chão.
Maritimo: Mistura resultados surpreendentes (triunfos sobre Vitória e Porto) com outros menos conseguidos. Um campeonato discreto face ao que é tradicional.
Nacional:Um campeonato tranquilo jogando para o meio da tabela. Não aspira a mais do que isso.
Boavista: Regressado depois de anos conturbados tem feito um campeonato regular em que o objectivo é não descer. Com um relvado sintético e o plantel mais "anónimo" da Liga não pode aspirar a mais. 
Vitória FC: Assolado por crónicos problemas financeiros e com um plantel modesto joga para a permanência. Mas vai sofrer um bom bocado.
Arouca: Segunda temporada no primeiro escalão e menos tranquilidade do que na época transacta. É um dos "aflitos" e assim vai continuar tudo o indica.
Académica: Um "histórico" mergulhado no fundo da tabela e a lutar pela permanência. Que a manter o nível exibicional e os resultados da primeira volta vai ter muita dificuldade em garantir.
Penafiel: Um dos maiores candidatos à descida da qual vai ter imensa dificuldade em escapar.
Gil Vicente: Mais habituado a campeonatos tranquilos "arrasta" a "lanterna vermelha" desde a primeira jornada e vai ter muitas dificuldades em dela se livrar tal a modéstia da equipa.
São as indicações ao fim de 18 jornadas.
Mas as 16 que faltam vão certamente trazer surpresas.
Mesmo assim arrisco uma previsão:
Benfica será campeão e Porto apura-se para a pré eliminatória da Champions.
Sporting, Vitória e Braga lutarão pelo acesso à Liga Europa.
Penafiel, Gil Vicente, Académica e Arouca são os candidatos à descida.
Mas deixemos a bola rolar...
Depois Falamos

O Nosso 14


É extremamente difícil perceber, por razões que não radiquem na imprevisibilidade do futebol, como foi possível o Vitória não vencer um jogo em que dominou totalmente o adversário e criou inúmeras situações de golo especialmente no segundo período.
Depois de uma primeira parte em que a equipa não jogou mal mas jogou...devagar assistiu-se a uma segunda parte de domínio esmagador e jogada muitas vezes a uma velocidade alucinante por parte do Vitória perante um "salve-se quem puder" de um Gil Vicente acantonado no último terço do seu meio campo face à intensidade de jogo vitoriana.
Mas no futebol para se ganhar tem de se marcar golos e a verdade é que o Vitória precisou de rematar 31 vezes para marcar dois golos. É uma média que merece reflexão.
Individualmente:
Assis: Uma boa exibição como ...libero dando pronto "despacho" ás muitas bolas "mortas" que lhe foram chegando. Como guarda redes sofreu dois golos sem qualquer culpa e ainda evitou um terceiro(!!!) com uma excelente defesa.
Bruno Gaspar: Podia ter feito mais qualquer coisa no lance do primeiro golo. Acabou o jogo a defesa esquerdo e ao longo do jogo foi mais um extremo do que um defesa. Teve ainda um excelente remate.
Josué: Surpreendente a sua saída quando estava a rubricar uma boa exibição sendo o jogador mais esclarecido da rectaguarda nas saídas com a bola jogável. Teve um remate para golo desviado com a mão num lance que o árbitro não terá visto. A defender no pouco que teve para fazer...fez bem.
João Afonso: Tal como Josué pouco trabalho a defender. Integrou-se no ataque sempre que pôde e teve um remate a rasar a barra.
Chemman: Responsabilidade nos dois golos numa exibição muito descolorida. Se tivesse saído ao intervalo não se estranharia.
Cafu: Procurou jogar simples e quase sempre o conseguiu. Face ao balanceamento ofensivo da equipa,em especial na segunda parte, teve um papel fundamental a desempenhar que foi o de cobrir os enormes espaços no meio campo vitoriano o que fez a preceito. Acabou a central na fase do tudo por tudo.
André: Melhor na segunda parte (o que a equipa agradeceu) fez um primeiro tempo incaracteristico com algumas oscilações nomeadamente nas entregas de bola que nem sempre lhe saíram bem. Mas como não sabe jogar mal foi um dos "motores" da recuperação. 
Crivellaro: Surgiu no lugar que vem sendo ocupado por Bernard (lesionado) e procurou as jogadas de 2x1 e a circulação de bola ao longo da frente de ataque. Não estava a fazer uma grande exibição mas também não se justificava a saída ao intervalo. Na segunda parte a sua forma de pensar o jogo podia ter sido útil.
Hernâni: Na primeira parte, salvo um remate perigoso, não se viu. Na segunda foi dos mais inconformados e só à sua conta teve pelo menos quatro remates perigosos. Dois a rasarem o poste, um defendido pelo guarda redes e outro nos instantes finais desviado para canto nem o defesa gilista saberá como. Com um pouco mais de acerto ( e de sorte) no remate e o jogo teria outra expressão bem mais agradável no marcador.
Tomané: Uma boa exibição. Jogando sobre o flanco esquerdo e aparecendo na área a preceito deu muitas dores de cabeça à defesa do Gil. Não teve grandes oportunidades de rematar mas fez uma assistência preciosa para Valente no lance do primeiro golo.
Valente: É reforço. Autor do primeiro remate perigoso do Vitória esteve sempre em jogo denotando bom entendimento com Tomané como se viu no lance do golo que marcou. É homem de área e dele se podem esperar mais golos porque tem o feeling da baliza.
Gui: Primeira opção de Rui Vitória a sua entrada deu alguma animação ao jogo. Irrequieto, repentista deu preocupações à defesa gilista fruto da sua rapidez. Falhou um golo à boca da baliza nem ele saberá como.
Plange: Uma entrada...misteriosa. Foi para lateral direito (saiu Chemman),passando Bruno Gaspar para lateral esquerdo, mas pouco mais trouxe ao jogo do que algumas bolas despejadas para cima da baliza adversária. 
Ricardo Gomes: Mexeu com o jogo usando o seu poderio físico para "massacrar" uma já aflita defensiva adversária. Protagonizou alguns lances de perigo e num deles depois de tirar bem um adversário da frente atirou a rasar o poste. Talvez devesse ter entrado mais cedo.
Douglas, Moreno, Kanu e Zitouni não foram utilizados.
Depois Falamos.

sábado, janeiro 24, 2015

É preciso ter "Galo"...

É preciso ter muito "galo" para não ganhar a uma das equipas mais fracas do Gil Vicente que me lembro de ver nos últimos largos anos.
E o Vitória, pese embora uma primeira parte "relaxada", fez mais que suficiente para alcançar um triunfo folgado e não um empate absolutamente desadequado do que se passou ao longo de um jogo de sinal único.
71 % de posse de bola.
31 remates contra 5 do Gil.
56 ataques contra 14 do adversário.
16 cantos a favor e dois contra.
9 faltas cometidas contra 18 sofridas.
São números esmagadores e que provam que apenas o Vitória jogou para ganhar.
Jogou mas não ganhou. E não ganhou porque esta equipa criando inúmeras situações de golo tem de rematar muito para conseguir marcar...pouco.
Hoje mais uma vez aconteceu assim.
Isso não desculpa, contudo, a responsabilidade própria na forma como entrou mal no jogo, nos erros que cometeu em dois lances e que permitiram os dois golos do Gil, no contraste brutal entre a forma como jogou com o resultado a zero e depois quando teve de correr atrás do "prejuízo" e chegou a empolgar pela forma como procurou o golo e remeteu o adversário a uma aflição que até daria para rir se tivéssemos ganho.
Mas não ganhamos.
E a equipa do Gil Vicente, que chegou a sonhar com os três pontos, regressa a Barcelos com um caído do céu e que premeia o esforço dos seus jogadores e o vergonhoso anti jogo em que o seu treinador é useiro e vezeiro como se sabe.
Jorge Ferreira teria feito uma boa arbitragem se tem marcado mais um penalti contra o Gil Vicente (remate de Josué cortado com  a mão por um gilista caído no relvado) e dado 10 minutos de compensação de tempo em vez dos cinco minutos que deu.
Mas não foi pelo árbitro que deixamos de ganhar.
Foi mesmo por culpa própria 
Depois Falamos.

P.S Em tempo: Nos minutos finais de avalanche vitoriana sobre a baliza adversária o Vitória jogou mais de três minutos com 10 jogadores. Bruno Gaspar tinha sangue na camisola e teve de sair do campo para a trocar. Só que tiveram de ir ao balneário buscar outra. Será que dava muito trabalho levar para o banco um saquinho com 18 camisolas para prevenir situações destas? 

Mudar de "Ar"

Não sei , naturalmente, se os dirigentes dos principais partidos portugueses tem uma noção aproximada do que muitos portugueses pensam da política, dos políticos, do funcionamento das instituições e dos próprios partidos.
Especialmente nas faixas etárias mais extremas porque os jovens olham para o futuro com pouca esperança e os mais idosos não tem um percurso final de acordo com o que esperaram e para o que em muitos casos trabalharam uma vida inteira.
E isto tem a ver com os vários partidos e quase todos os governos do Portugal democrático.
Com os partidos que exerceram o poder (PSD-PS-CDS) e com os que nunca tendo sido governos mas tendo assento parlamentar (especialmente PCP e BE) nunca conseguiram contribuir para nenhuma solução viável e se se limitaram durante quase 40 anos a propor demagogicamente o impossível e a exigirem monocordicamente a demissão de todos os governos democraticamente eleitos.
Por isso é comum ouvir os cidadãos, quando se lhes fala de partidos e de políticos, dizerem invariavelmente que "são todos iguais".
E isto corrói a democracia, fomenta a abstenção, abre espaço a diversas formas de radicalismo.
Que noutros países vem tendo uma expressão que felizmente ainda não chegou cá!
Conheço suficientemente os partidos, especialmente os chamados do "arco do poder", para ter a certeza que em nenhum deles existe uma vontade reformadora suficientemente forte para tomar as medidas necessárias a inverter este crescente descrédito da opinião pública perante os seus agentes políticos e as suas instituições.
Nomeadamente alterando seriamente as leis eleitorais e introduzindo, por exemplo, os círculos uninominais.
Mas neste ano que agora se inicia, marcado por eleições legislativas no Outono e uma campanha presidencial que começará lá para o Verão e culminará nas presidenciais de 2016, espera-se que ao menos os partidos façam um esforço sérios de credibilização perante os eleitores.
Deixando as candidaturas presidenciais para quem quer de facto ser candidato e não "inventando" candidaturas ao sabor de estratégias partidárias.
E escolhendo criteriosamente os seus candidatos a deputados melhorando significativamente o quadro parlamentar actual que é dos mais fracos que me lembro no Portugal democrático.
Se fizerem isso...já não fazem pouco!
Depois Falamos.

P.S: Ontem no Parlamento alguns deputados do PSD( os "bons da fita") fizeram uso de uma figura que ás vezes dá jeito (a liberdade de consciência) para darem uma imagem pública de "progressistas" deixando aos "retrógrados" companheiros de bancada( os "maus da fita")  a maçadora tarefa de fazerem respeitar a orientação do partido e os compromissos perante o eleitorado.
Ficaram bem perante a opinião publicada (muitas vezes diferente da opinião pública como se sabe)e perante alguns entusiastas frequentadores das redes sociais que adoram estes assomos de "independência" partidária e parlamentar.
A tal nova imagem que o PSD ( e os outros mas o PSD é o que mais me interessa) tem de passar também por aí.
Aumentar a esses "progressistas "internos a possibilidade de exercerem o direito à independência e à liberdade de opinião dispensado-as da maçada de serem deputados.

Café Oriental

Sempre tive um enorme apreço(mais adiante direi porquê) por esta fotografia de uma Guimarães que já não existe.
Aliás reencontrei-a, apropriadamente, numa página de facebook denominada "Guimarães Desaparecida" onde é possível encontrar fotografias interessantíssimas da cidade e do concelho com muitas décadas e algumas do fim do século 19.
Nesta, acima reproduzida, aparece aquele que foi um ex libris de Guimarães : O Café Oriental.
Situado na praça do Toural, no rés do chão do edifício onde ainda existe um restaurante com o mesmo nome nos pisos superiores (onde se come muito bem por sinal), o café Oriental foi durante muitas décadas uma referência par aos vimaranenses e para quem visitava Guimarães pela decoração absolutamente invulgar que ostentava e que fazendo jus ao nome se baseava em "motivos" orientais.
Lembro-me bem de lá ir, ainda criança, pela mão do meu avô que dele era cliente habitual e amigo do proprietário.
E recordo-me da admiração com que contemplava aquela decoração imponente, aquelas pinturas e colunas que me fascinavam.
Depois, já nos anos 70, o "Oriental" deu lugar a uma agência do BPA.
E as obras deram cabo daquele magnifico interior deixando um vazio que nunca mais foi preenchido porque não houve o cuidado (nesse tempo ainda não havia essas preocupações)de impor ao Banco que respeitasse uma decoração única.
Um pouco a exemplo do que aconteceu já este século (lá está outros tempos...) com um restaurante da cadeia McDonalds que abriu na Praça da Liberdade no Porto respeitando a traça do café que lá estava anteriormente.
Ficaram a saudade e as memórias fotográficas.
Depois Falamos

P.S. Uma das razões porque sempre gostei desta fotografia tem precisamente a ver com o meu avô de quem já disse ser cliente habitual do café.
Na fotografia, primeira mesa a contar da direita, estão duas pessoas sentadas. O meu avô é o da esquerda.

quinta-feira, janeiro 22, 2015

Lições de Setúbal

O jogo de ontem entre os dois Vitórias terá de ser visto, na óptica vimaranense, muito mais como uma oportunidade de rodar jogadores e dar tempo na equipa A a alguns do que como uma tentativa empenhada de a equipa se manter na luta pelo apuramento para as meias finais de que terá "desistido" (prematuramente do meu ponto de vista) depois da derrota caseira com o Sporting.
Significa isto que o Vitória não tentou ganhar o jogo?
Nem por sombras.
Jogou muito razoavelmente, foi a equipa que criou mais oportunidades, mas é evidente que não colocou a "carne" toda no assador e talvez por isso não conseguiu vencer.
Analisemos então as prestações individuais: 
Douglas: Sofreu dois golos de penalti e pouco mais teve que fazer que não fosse agarrar bolas despejadas para a área. No lance mais perigoso...teve sorte.
Plange: Como de costume esteve melhor a atacar do que a defender.
Moreno: Pouco trabalho porque o adversário também não atacou muito. Cometeu o primeiro penalti.
Kanu: Dificuldades com a mobilidade de Suk parecendo algo preso de movimentos.
Luís Rocha: Boa exibição. Seguro a defender e perigoso a atacar com alguns cruzamentos bem medidos. Injustamente expulso. Depois desta exibição fico ainda com mais curiosidade sobre o valor de ...Breno.
João Pedro: Uma exibição personalizada com a visão de jogo que se lhe conhece e o excelente toque de bola. Contudo pareceu-me jogar quase sempre longe dos terrenos que mais gosta de pisar.
Zitouni:Tem qualidade, já se sabe, mas está ainda algo "verde" para a 1º liga. Ontem isso foi evidente. Mas vai lá porque tem talento.
Crivellaro: É o jogador deste plantel que melhor pensa o jogo no ultimo terço do terreno. Fez prova disso em vários momentos e ainda teve o remate mais perigoso do Vitória.
Ricardo Gomes: Melhor na área do que fora dela tem uma apetência por rematar que é positiva mas tem de ser doseada. 
Areias: Muito boa exibição. Fez dois "golos" (ambos anulados por fora de jogo) com o sentido de oportunidade que é a sua imagem de marca. Movimentações de ponta de lança e o reafirmar de uma candidatura à equipa A.
Gui: Mais uma exibição discreta em que não conseguiu superiorizar-se ás marcações.
Valente: Entrou depois do 0-1 e passados três minutos a equipa sofreu o 0-2. Pouco havia a fazer.
Arrondel: Entrou a 5 minutos do fim. Não sei se tocou na bola.
Isaac: Tal como Arrondel.
Assis, Lima Pereira, Cafu e Fábio Vieira não foram utilizados.
Uma palavra final sobre o árbitro João Capela.
Não gostei do seu trabalho o que é mais ou menos normal dado ser um apitador de pouca qualidade.
O segundo amarelo a Luís Rocha foi uma "brutalidade". Os penaltis foram bem assinalados.
"Esqueceu-se" foi de marcar pelo menos um (logo nos minutos iniciais numa mão na área setubalense) a favor do Vitória.
Depois Falamos.

P.S. A fotografia que encima o texto diz tudo sobre jogos às 5 da tarde num dia de trabalho.
308 espectadores numa competição que se "mata" a ela própria com o regulamento e o agendamento dos jogos.

quarta-feira, janeiro 21, 2015

João Amorim

Já o escrevi no facebook e reitero aqui.
Tenho imensa pena que o João Amorim tenha saído do Vitória.
Conheço-o desde as camadas jovens como jogador e depois na minha efémera passagem por esta direcção tive também a oportunidade de o conhecer como pessoa.
Excelente jogador, daqueles cujo brio nunca lhe permite virar a cara à luta, fez um excelente percurso na formação ao ponto de ser o jogador com mais internacionalizações na história da nossa formação o que é absolutamente relevante.
A pessoa corresponde ao jogador.
Excelente profissional, correcto e educadíssimo, é uma referência em qualquer balneário pelo exemplo que permanentemente dá.
Subido a sénior e depois de meia temporada cedido ao Freamunde regressou a casa na busca de uma afirmação na nossa principal equipa.
Fez parte do núcleo inicial de constituição da equipa B , mas com um pé na A, e aí o azar bateu-lhe à porta porque logo no inicio da época 2012/2013 num jogo da II liga sofreu uma grave lesão que o fez perder quase toda a época dado que só voltou a competir quase no fim da mesma.
E nessa fase difícil para qualquer profissional, porque impedido de jogar e obrigado a uma recuperação muito árdua (e dolorosa), percebi a tempera e a o espírito de sacrifício que fazem parte da sua personalidade.
E vi nele uma determinação invulgar no esforço para recuperar o mais depressa possível e voltar a vestir a camisola do "seu" clube.
Sim, o "seu" clube porque o João Amorim é um vitoriano de corpo e alma.
Regressado em pleno na passada temporada fez onze jogos pela equipa A e cinco pela B até que outra lesão o voltou a retirar da competição e obrigou a mais um longo período de recuperação.
Este ano que se supunha ser o da afirmação definitiva, uma vez recuperado dos problemas físicos, acabou por não o ser dado que foi utilizado em apenas seis jogos da equipa B e nunca foi opção para Rui Vitória.
Em fim de contrato e sem que da SAD houvesse intenção de o renovar  compreende-se que ambas as partes tenham acordado na rescisão do mesmo.
Vai agora terminar a época no Académico de Viseu, da II liga, e se as coisas lhe correrem bem e tiver a sorte que não teve no Vitória em termos de impedimentos físicos certamente que na próxima época voltará a jogar na I liga num clube que lhe permita mostrar todo o seu potencial.
Tenho pena deste desfecho.
Porque acredito que em condições normais o Amorim seria o principal concorrente de Bruno Gaspar (que está cá por empréstimo convém não esquecer) pelo lugar de defesa direito da nossa equipa A face ao panorama que se nos oferece para a posição.
E depois de ver hoje o jogo entre os dois Vitórias para a taça da liga ainda reforço mais a minha convicção nesse sentido.
É com pena que vejo sair uma das principais referências da nossa formação.
Já tinham saído o Diogo Lamelas, o Dinis, o Rafael Vieira, o André Matos, o Gonçalo.
Para além dos transferidos Ricardo, Paulo Oliveira, Tiago Rodrigues.
Num tempo em que se voltam a contratar brasileiros de 19/20 anos (num dos casos por empréstimo) e um naipe de jogadores de nacionalidades diversas que cá chegam não se sabe muito bem porquê nem que qualidades superiores possuem em relação aos que já cá estavam feitos nas nossas escolas.
Recordarei a titulo de exemplo ( e citando apenas os que chegaram numa manhã de nevoeiro e partiram numa noite escura,ou seja, já cá não estão nem se sabe porque estiveram) nomes como Touré, Balazs, Obama,Mauricio, Machis, Mejia, Valter, Nita, Zázá, Jean Pablo, Hawsawi, Awadh, Omar e Housem por exemplo.
Espero sinceramente que esta saída, bem como algumas das anteriormente referidas, não signifiquem o regresso aos tempos em que a formação era constantemente preterida em detrimento da "importação" massiva de jogadores de outras proveniências e nacionalidades com grande satisfação dos intermediários mas pouco proveito para o clube.
Porque isso seria um retrocesso grave, e inadmíssivel, numa politica de aposta na formação e nos futebolistas portugueses que se tem revelado acertada e dado ao clube frutos desportivos e financeiros.
A ver vamos...
Depois Falamos

40 anos

Hoje é um dia "histórico" no pequeno âmbito da minha militância partidária.
Completam-se 40 anos (quase meio século...) desde que em 21 de Janeiro de 1975 me filiei na secção de Guimarães da JSD sendo, ao tempo, o militante nº 16 dessa estrutura.
Poucos dias antes do primeiro, e esse sim verdadeiramente histórico, comício do PPD em Guimarães no qual foi principal orador o líder Francisco Sá Carneiro.
Passou muito tempo.
Mas recordo com orgulho, e alguma emoção, que na JSD fiz um pouco de tudo.
Colei cartazes, pendurei faixas, pintei paredes (os ambientalistas que me perdoem), preparei inúmeros baldes de cola, ajudei na segurança a comícios, integrei listas candidatas à direcção de associações de estudantes.
Fui vogal, vice presidente e presidente da JSD de Guimarães.
Conheci muita gente, participei em muitos debates e algumas discussões, aprendi a conhecer o PPD (depois PSD) no qual me viria naturalmente a integrar com o passar dos anos.
Mas a JSD ensinou-me algo que nunca esqueci e ainda hoje pratico conforme sei.
Ensinou-me os limites da responsabilidade na convivência partidária e na livre expressão das opiniões políticas.
Por isso nunca me senti, em 40 anos de militância na JSD e no PPD/PSD, tolhido na minha liberdade de opinar, de convergir e divergir, de ter as minhas próprias posições nem sempre em consonância com as da JSD e depois do PSD.
A JSD ensinou-me que militar num partido é uma forma responsável de ser livre.
E esse é um ensinamento de vida e para a vida.
E por isso estou grato à JSD.
E lembro hoje, quarenta anos passados, alguns daqueles com quem partilhei essa bela "aventura" que era ser social democrata em 1975.
O Luís Teixeira e Melo e o Jaime Coelho Lima que foram os proponentes da minha filiação.
E mais alguns com quem partilhei momentos inesquecíveis.
José Alberto Gomes Alves,Jaime Machado, Jorge Gonçalves, Carlos Alpoím, Manuel Jorge, Carlos Vilas Boas, Leopoldo Freitas, Antero Freitas, José Pereira, Toni Araújo.
Uns não vejo há décadas, de outros continuo amigo e em contacto, outros ainda "partiram" demasiado cedo deixando uma saudade e um vazio que não tem remédio como foi os casos do José Alberto Gomes Alves e do Leopoldo Freitas.
Todos eles, e alguns outros que a memória não me ajuda a recordar neste momento, foram companheiros e amigos de uma fase da minha vida pessoal e politica que recordo hoje com muito gosto.
Depois Falamos.