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sexta-feira, fevereiro 28, 2014

PB Porque não te vais Embora?

Paulo Bento não é seleccionador de Portugal por mérito ou por competência.
É por puro compadrio!
Porque quando estava no desemprego, depois de "brilhantíssimas" passagens pelos juniores e seniores do Sporting, teve alguém amigo que o impingiu a Gilberto Madaíl como seleccionador nacional capaz de levar a nossa selecção aos píncaros da glória.
A Madail, nesse tempo e "naquele" estado, não era difícil enganar.
O problema tem sido "enganar" os adversários que nos parecem pela frente.
O que levou a que este "génio" do treino, tendo ao seu dispor um génio como Ronaldo e mais meia dúzia de excelentes jogadores ( a par de outros bons) apenas tenha conseguido apurar-se para fases finais em "play off" sofridos e em que valeu muito mais o super talento de Ronaldo do que as pobres tácticas do treinador.
Treinador esse que, aliás, tem mostrado soberano desprezo pela generalidade dos futebolistas portugueses (menos o grupinho em que se apoia na selecção)não frequentando estádios excepto o do Benfica talvez por uma falta de tempo que não existe quando se trata de ir a galas da bola de ouro ou à inauguração de um certo museu no Funchal.
A convocatória de hoje, para o particular com os Camarões, é simplesmente vergonhosa e devia originar que quem de direito lhe exigisse uma explicação clara dos critérios que o levaram a esta "anedota" que apenas serve para afastar os adeptos da selecção.
Comecemos pelas incoerências.
Deixa de fora Rui Patrício e Bruno Alves, jogadores que terão lugar cativo na convocatória final, mas chama Ronaldo (estará com duvidas quanto a convocá-lo?)que é de todos o que tem o calendário mais exigente até final da época com o Real Madrid a disputar todas as frentes( liga, taça, champions) o que não acontece com os clubes dos outros dois deixados a descansar.
Vale que Ronaldo vai arranjar um qualquer problema físico que o impedirá de participar nesta palhaçada.
Depois o incompreensível.
Miguel Lopes e Rolando porquê?
Quando num jogo que é para dar oportunidades (PB dixit) não se chamam jogadores em excelente momento como Paulo Oliveira, Silvio, Cédric ou José Fonte.
Neto, encostado no Zenit ou perto disso, é mais uma vez chamado tapando a oportunidade que alguns dos anteriormente citados bem mereciam.
Depois Ruben Amorim. Porquê?
Quando no seu clube não passa de um suplente ás vezes utilizado como titular e a fazer uma época modesta.
Lugar cativo?
Quando médios de grande qualidade e a fazerem excelentes campeonatos como Adrien, André André, Miguel Rosa ou o sempre marginalizado Eliseu continuam de fora.
Então o jogo não é para dar oportunidades?
E se concordo inteiramente com a chamada de Rafa a fazer uma bela época no Sporting CB discordo no mesmo plano da de Raul Meireles outro jogador a fazer uma época modestissima.
Mas na frente é que o escândalo rebenta.
Edinho, desterrado para a Turquia no passado mês, tinha no seu peculio três golos na actual época.
Um no campeonato, uma na taça e outro na taça da "carica".
Á beira dos 32 anos, e já não dando mais do que aquilo, é uma oportunidade? um favor? Era bom saber-se.
Não querendo puxar a "brasa à sardinha" vitoriana não posso deixar de dizer que Tomané com 21 anos e quatro golos na liga, um na liga Europa, outro na taça da "carica" e dois no CNS merecia bem mais uma chamada.
Então o jogo não é para dar oportunidades?
Há algum jovem ponta de lança português com maior produtividade goleadora do que ele?
E Quaresma?
Regressado ao futebol português com exibições em franca melhoria e com o imenso talento que se lhe reconhece não mereceria uma chamada?
Até como facto motivacional.
Mas Ivan Cavaleiro é o escândalo dos escândalos desta convocatória.
Jogador da equipa B do Benfica, com esporádicas aparições na A, que fez ele para merecer ser chamado á principal selecção?
A resposta é simples.
Nada!
Foi chamado numa imensa "gentileza" de Paulo Bento ao clube em cujo estádio parece ter lugar cativo, ao "fundo de investimento em que está o passe do jogador e a sabe-se lá a quem mais.
Uma gracinha , aliás, que PB já tinha feito com outros dois jogadores da equipa B do SLB no caso André Gomes e André Almeida.
E é assim, com arrogância e impunidade, que o seleccionador nacional vai afastando os adeptos da equipa que devia ser de "todos nós" mas que é cada vez mais de "alguns deles".
Sinceramente, Paulo Bento, porque não te vais embora?
Era um imenso serviço ao futebol português.
Depois Falamos

O Senhor Coluna

Vi jogar algumas vezes Mário Coluna.
Num tempo em que a televisão não era o que é hoje apenas assisti a jogos seus quando o Benfica ia a Guimarães ou nas raríssimas transmissões televisivas essencialmente de jogos da selecção nacional.
Como no mundial de 1966.
Dele recordo um médio de grande capacidade física, excelente técnica, que jogava no campo todo e marcava regularmente golos.
Diria que era um jogador "adiantado" para a época dado que jogava com uma amplitude incomum para os médios da altura mais próximo daquilo a que mais tarde se viria a chamar o futebol total.
Ele ,com Eusébio e Matateu, formou um trio extraordinário de jogadores nascidos em Moçambique que brilharam no futebol português a grande altura e que no caso dos dois primeiros estenderam esse brilho ao futebol europeu e mundial.
Mas o que recordo essencialmente de Coluna, o senhor Coluna como os colegas respeitosamente lhe chamavam, é a capacidade de liderança que fez dele o mais emblemático capitão de equipa e de selecção que o futebol português conheceu.
Era um líder dentro e fora dos terrenos de jogo.
E isso granjeou-lhe o respeito de colegas e adversários.
Conheci Mário Coluna anos atrás.
Estava então no governo civil de Braga, e um associação de invisuais da Póvoa de Lanhoso liderada pelo Domingos Silva, resolveu homenagear os"magriços"de 1966 com uma sessão solene e um almoço.
Estiveram quase todos.
Coluna, Eusébio, Simões, José Augusto, Alexandre Baptista, Figueiredo entre outros.
No almoço fiquei ao lado de Mário Coluna, que na qualidade de eterno capitão daquela selecção convidara para a mesa da presidência, e tive oportunidade de com ele conversar sobre a sua carreira, sobre os colegas,o Benfica e a selecção.
E nessa conversa encontrei o homem sereno, ponderado, com um sentido de humor muito próprio, que correspondia à imagem que dele construira ao longo de muitos anos.
Achei piada ao facto de no fim de almoço os outros jogadores, com Eusébio à cabeça, virem pedir autorização ao senhor Coluna para se levantarem da mesa.
Não sei se o faziam por brincadeira em memória dos seus tempos de jogadores em que o terão feito centenas de vezes ou por um hábito que nunca se perdera.
Fosse pelo que fosse pude confirmar que a par da amizade e da camaradagem existia um respeito profundo pelo senhor Coluna.
O grande capitão.
Depois Falamos.

P.S. Aqui tenho criticado muitas vezes o Benfica. Mas a comitiva que acompanhou Luis Filipe Vieira ao funeral  constituída,entre outros, pelos ex colegas Simões, José Augusto, José Henriques, Cruz, Mário João(foram os que vi mas estariam mais)foi um gesto de grande respeito por Coluna e um momento que correspondeu à grandeza do Benfica em que ele jogou.

quinta-feira, fevereiro 27, 2014

João Amorim

Tenho pelo João Amorim o "carinho" e a consideração que se tem por alguém que veste a nossa camisola à quase uma década quando tem apenas 21 anos.
É um dos "nossos" sem sombra de duvida.
Começou nas escolas do Ribeirão mas depressa se mudou para Guimarães aqui chegando ainda "menino" cheio de sonhos e de vontade de triunfar.
É um dos jogadores do Vitória cuja carreira acompanho há mais tempo.
E desde cedo me habituei a admirar a "garra", a entrega ao jogo, a capacidade futebolistica e o enorme gosto em vestir a camisola do Rei.
Há coisas que se vêem à vista desarmada.
Fez um percurso de formação absolutamente brilhante, ou não seja ele o jogador mais internacional de sempre oriundo da nossas camadas jovens, e depressa se percebeu que mais dia menos dias chegaria á equipa principal.
Subido a sénior foi uma época para Freamunde, para rodar na II liga, mas apenas lá esteve meia temporada dado que em Janeiro de 2012 foi mandado regressar ao Vitória.
Talvez de forma prematura porque no que restou de época apenas jogou duas vezes (uma delas na taça da liga) enquanto na terra dos capões era titular indiscutivel e jogava com muito mais regularidade.
No inicio da época passada, e com Alex dono do lugar, parecia que a Amorim estava destinado iniciar a época na equipa B e com o decorrer da temporada ir espreitando oportunidades na equipa A de molde a consolidar futura "candidatura" a dono da posição de lateral direito.
Mas o homem põe e Deus dispõe.
E o destino foi ingrato.
Em Agosto, na Póvoa de Varzim frente ao Atlético, sofreu uma gravíssima lesão que o afastou da competição durante seis longos meses e o impediu de fazer a época com que sonhava e que os vitorianos esperavam.
Regressaria em Março, ainda a tempo de fazer oito jogos pela equipa B, mas a época ficou longe de ser aquilo que podia ter sido.
Tive oportunidade de acompanhar a primeira, e dolorosa, fase de recuperação da lesão e pude testemunhar que o João Amorim enfrentou a adversidade com a coragem e aquela vontade inquebrantável que faz parte da sua maneira de jogar.
Esta época, totalmente recuperado, tem feito parte das opções regulares de Rui Vitória.
Estreou-se frente ao Sporting, com uma boa exibição, e leva 12 jogos sempre como titular repartidos entre equipa A (nove incluindo um na liga Europa) e equipa B disputando a titularidade com Pedro Correia.
Aos 21 anos tem a vida e a carreira pela frente.
Tendo tudo para ser lateral direito do Vitória por muitos e bons anos, na senda dos grandes laterais da nossa História como os dois Costeado, como Gualter, como Caiçara,como Ramalho, como José Carlos entre outros que a memória recorda, com a vantagem de ter já uma sólida experiência internacional ao serviço das selecções jovens e em vários escalões.
Para isso precisa "apenas" de continuar a trabalhar como sempre trabalhou, de ter o "bocadinho" de sorte sempre necessário a uma carreira de destaque, e de ter menos ansiedade de fazer tudo bem feito muito depressa.
Mas isso a experiência se encarregará de lhe ensinar.
Depois Falamos

P.S. E, já agora, de ser acarinhado pelos adeptos.
Em termos internacionais é o melhor de sempre da nossa formação repito!

Conselho Vitoriano

O Conselho Vitoriano(CV) existe!
Embora seja, como de alguma forma é de sua competência, o mais discreto dos orgãos que integram a estrutura do Vitória.
Essencialmente tem como função assegurar os destinos do clube em períodos em que não exista uma direcção eleita (coisa que não acontece à mais de 50 anos) ou em que por qualquer anormalidade a direcção eleita cesse repentinamente funções.
Felizmente, e espera-se que assim continue a ser, nunca foi necessária a sua intervenção por força de circunstâncias anómalas.
E por isso o conselho vitoriano vive na mais profunda discrição.
Não fora o espaço próprio que ocupam nas assembleias gerais(foto acima) ou a presença de alguns dos seus membros no camarote presidencial do estádio e a sua existência seria completamente invisível.
Julgo, e não é de agora, que ao CV pode ser mais útil ao clube do que o tem sido desde que estatutariamente criado já não me lembro quando.
Houve um sinal disso, e bem, positivo, quando o CV presidido por Isidro Lobo organizou as "Conferências Vitorianas" em 2011 para debater um assunto então de grande discussão associativa como o era a criação de uma SAD.
Penso que para além de um orgão de aconselhamento da direcção (mas que nunca ou raramente é convocado para o efeito) o CV devia ter precisamente um papel relacionado com a promoção de debates, conferências, seminários sobre assuntos de interesse para o clube e para a SAD de que este é accionista.
Porque se há coisa para que os vitorianos estão sempre motivados é para debaterem o seu clube.
Agora para isso defendo que numa próxima, e bem necessária reforma estatutária, é preciso redefinir o conselho vitoriano.
Pessoalmente entendo que dentro das seguintes parâmetros:
- O CV deverá, no máximo, ter 30 conselheiros não contando para o efeito os que dele fazem parte por inerência.
- Os membros do CV devem, obrigatoriamente, ter no mínimo dez anos de filiação clubistica consecutiva.
- Do CV farão parte todos os ex presidentes do clube por inerência de funções desempenhadas.
-A direcção indicará um determinado número de conselheiros (por exemplo 15) e os sócios elegerão os restantes 15 por método de Hondt em listas votadas aquando da eleição dos orgãos sociais mas completamente independentes destes. Ou seja um determinado número de associados pode concorrer com uma lista ao CV sem obrigatoriedade de em simultâneo concorrer aos restantes orgãos sociais.
-O presidente do CV será um vitoriano de reconhecidos méritos, eleito pelos seus pares, e deverá ter no mínimo 25 anos de filiação associativa continua.
Creio que estas alterações estatutárias, de simples execução, dariam "vida" ao CV e permitiriam que os sócios se sentissem cada vez mais representados nos orgãos sociais do clube.
Haja vontade.
Por mim ofereço a ideia com todo o gosto.
Depois Falamos

P.S: O dr Carlos Alpoim, presidente do CV e associado com quase 50 anos de "casa", preenche totalmente os requisitos que entendo necessários a um presidente do Conselho Vitoriano.

Fechou!

Já aqui me tinha referido, noutras oportunidades ao T&S.
Um simpático café onde me habituei a ir durante alguns anos tomar o primeiro café do dia, ás vezes lanchar, uma vez por outra almoçar.
Conheci o café através da Sara Morais, sua proprietária, que por seu turno conheci no facebook.
Onde fomos comentando assuntos de um interesse comum, chamado Vitória Sport Clube, até que um dia ela me revelou que tinha um café e umas "especialidades" para petiscar.
Fui lá experimentar e fiquei cliente.
Desde logo porque era impossível não ficar cliente de um café que tinhas as paredes totalmente forradas com cachecóis do Vitória!
Para além de fotografias e caricaturas de jogadores.
Depois porque os "petiscos" eram mesmo bons.
Francesinha especial "á Roberto" ,em homenagem ao goleador brasileiro que em Basileia nos deu uns segundos de esperança imensa, e que nos seus tempos de Guimarães também por lá parava.
"Cachorro" á Olímpio e hamburguer "à Douglas" eram pratos mais recentes e devidamente referenciados como está bom de ver.
Um destes dias, no facebook (ironia da vida), a Sara comunicou-me que no dia seguinte ia fechar o café!
Fiquei surpreendido.
Já lá não ia há algum tempo mas nada indicava tão drástica decisão embora o volume de negócios já não fosse o que tinha sido ao que a ia ouvindo comentar.
E naturalmente perguntei o porquê de tão drástica decisão.
Um irmão no estrangeiro, uma oportunidade de trabalho no país onde o irmão está radicado, a "crise" que por cá se vive.
E a Sara fechou o café e emigrou.
Aos 41 anos (não é inconfidência porque a data de nascimento consta do seu facebook), deixando os filhos e o marido para já em Portugal, foi à procura de uma vida melhor noutras paragens.
Confesso que tive pena.
Pela amizade que construimos ao longo de três ou quatro anos, pelo T&S que vai fazer falta, mas essencialmente por ver mais uma família  a desacreditar de Portugal e procurar no estrangeiro aquilo que devia encontrar cá.
É a vida dirão.
Pois é.
Mas é uma vida dura.
Depois Falamos

quarta-feira, fevereiro 26, 2014

Tempo de Afirmação

Publiquei este artigo no site da Associação Vitória Sempre.

Quis o destino que me coubesse escrever a minha crónica para o site da Associação Vitória Sempre precisamente na semana que intermedeia os jogos do nosso clube com Benfica e Porto.
Os dois grandes “cancros” do nosso desporto em geral e do futebol em particular.
Porque na sua luta pelo poder absoluto, na sua ânsia desenfreada de ganhar a qualquer preço, esses “cancros” (como os outros) estendem as suas “metásteses”a todos os órgãos que podem dos disciplinares á arbitragem passando pelos de comunicação social de molde a que tudo seja distorcido a seu favor.
Mas enquanto os outros clubes não quiserem apostar numa vacina eficaz para combater esses “cancros” vamos vivendo num futebol cada vez mais corroídos por eles e pelos que ao seu serviço se põe de bom grado.
SLB e FCP são também ,no caso vitoriano, dois bons exemplos do perigo que é cair numa das maiores artimanhas do nosso futebol (de há muitos anos a esta parte) que é aceitar jogadores emprestados por esses clubes.
Bastará citar Urreta e Abdoulaye para toda a gente perceber do que estou a falar.
E á boleia disso, deixando o Vitória para a conclusão do texto, importa reflectir um pouco sobre o que é a realidade de hoje do nosso futebol e o papel que o clube vitoriano nele poderá desempenhar no futuro.
Hoje o que nos diz a realidade?
Começando pelos crónicos candidatos ao título.
O Benfica é o maior candidato ao titulo deste ano não só face ao avanço de que já disfruta mas também da valia global do plantel que neste momento é o melhor do campeonato.
Mas é um clube cada vez mais na mão dos “Fundos”, a quem vende (Rodrigo e André Gomes são exemplos recentes) para pagar dividas, com um passivo gigantesco e sem jogadores portugueses pese embora a distinta “lata” de dizerem que tem a melhor formação.
Ainda ontem enquanto o Vitória terminava o jogo com oito portugueses em campo no SLB apenas estavam dois. O que para a média deles era bem bom!
O Porto, nosso próximo adversário, depois de muitos anos em que se assemelhava a uma fortaleza quase inexpugnável dá agora claros sinais de erosão e fragilidade.
“Casos” com jogadores (Ismailov,Fucile,Otamendi,Iturbe,Fernando), empresários de jogadores que falam todos os dias sobre a realidade do clube o que noutros tempos seria impensável, uma surda mas desgastante luta pelo poder interno na cada vez mais próxima sucessão de Pinto da Costa.
Enquanto o Benfica tende a estagnar o Porto corre o sério risco de decair para níveis impensáveis pouco tempo atrás.
Resta o Sporting.
Que ao contrário dos dois clubes anteriores parece estar a fazer o caminho correcto de retorno a uma grandeza que já foi sua mas perdeu nos últimos trinta anos.
Estancou a derrapagem financeira, redimensionou os custos do futebol, contratou um excelente treinador e continua a apostar na formação.
O “leão” não vai subir ao trono tão cedo mas está no caminho correcto para lá chegar se entretanto não cair em tentações.
E nos que não são, ou ainda não são como prefiro pensar num caso, candidatos ao título?
Comecemos pelo Sporting CB.
Cujo declínio começou na época passada, e se vai acentuar nesta, depois de alguns anos de sucesso que o levaram a um vice campeonato, uma final europeia e uma taça da “carica”.
Só que hoje desses tempos áureos restam Alan (com 34 anos) e Custódio que só lá está por falta de alternativa que lhe agradasse.
O resto foi-se.
Hugo Viana, Mossoró, Quim, Baiano, Sílvio, Artur, Paulão, Rodriguez, Leandro Salino, Vandinho, Vinícius, Lima, Hélder Barbosa, Meyong, Paulo César, Moisés, Andrés Madrid, Matheus, Luís Aguiar entre outros já são apenas saudades para os lados do clube dos dois estádios municipais.
E por isso se pode afirmar que este é o Sporting CB mais fraco da última década e que não me parece que tenha possibilidades reais de voltar a atingir os patamares por onde andou anos atrás.
Aliás a recente contratação de Jorge Paixão para substituir Jesualdo Ferreira indicia que chegou também lá o tempo de apertar o cinto.
O Estoril, grande sensação do presente campeonato, é a aliança feliz entre um clube quase sem adeptos, um treinador que parece ser de grande qualidade e uma agência de jogadores (Traffic) que lá vai colocando (e vendendo quando dá jeito como aconteceu com Luís Leal, Carlos Eduardo, Licá e Jefferson) jogadores a que normalmente o clube não teria acesso.
Durará o tempo que a Traffic quiser que dure este alto voo dos canarinhos.
Não é sustentado na história nem na envolvência de uma massa adepta significativa.
Marítimo e Nacional são duas realidades idênticas e não apenas em termos geográficos.
Acabados os milhões do governo regional, sem muitos adeptos nem onde ir busca-los, serão no futuro dois clubes cuja principal aspiração passará por fazerem campeonatos tranquilos e irem à Europa quando os outros se distraírem.
Se considerarmos que os clássicos Académica, Setúbal e Belenenses alinham pelo mesmo diapasão, ou nem isso, perceber-se-á que o Vitória tem um imenso potencial de se consolidar como o quarto clube português e preparar um “assalto” bem estruturado a patamares mais altos ainda.
Tudo isto que aqui está escrito, com algumas actualizações, foi devidamente ponderado aquando da elaboração do projecto desportivo que deveria (deverá) sustentar a próxima década do futebol vitoriano.
Aposta na formação, aposta no futebolista português, prospecção ágil e eficaz dos mercados futebolísticos, contratação cirúrgica de estrangeiros que sejam realmente mais-valias para a equipa, estabelecimento de uma parceria estratégica com um grande da Europa (o Chelsea como estarão recordados), recusa absoluta de empréstimos de clubes portugueses, reposicionamento nos órgãos dirigentes do nosso futebol, equidistância de SLB/FCP/SCP.
E uma grande aposta na equipa B, a jogar na II liga, para ser a grande base de reforço da equipa A.
A par disso, e da recuperação financeira indispensável à sobrevivência, a procura nos mercados financeiros de investidores que possam dar alento á nossa ambição de sermos grandes entre os maiores do nosso futebol.
Tudo isso é passível de ser feito.
Com atitude, com ambição, com o espirito “Conquistador” que caracteriza cada vitoriano e que tem de ser a imagem de marca do nosso clube porque é assim que os seus adeptos são.
Olhar em frente.
Com ambição e motivação para novas conquistas.
Porque um clube conquistador não olha para trás para se regozijar “ ad aeternem” com o que já conquistou.
Olha em frente na busca continua daquilo que quer conquistar.
É assim que entendo o Vitória Sport Clube.

terça-feira, fevereiro 25, 2014

O "Meu" Presidente

Foi com profunda tristeza que soube da morte fisíca do senhor Antero Henriques da Silva Júnior.
Porque a sua memória, o seu legado de amor ao Vitória, o seu exemplo de cidadania e de Homem bom que foi nunca morrerão.
Pai e avô de amigos meus, amigo do meu Pai e da família, conheci-o ao longo de mais de quarenta anos e sempre me habituei a admirar nele o cidadão, o chefe de família e acima de tudo o grande vitoriano que sempre foi e marcou uma época no nosso clube.
Aliás a exemplo do seu próprio Pai também ele um grande vitoriano,também ele um ex presidente do nosso clube.
Recordarei sempre, com uma saudade que já não tem remédio, várias conversas que tive o prazer de manter com ele sempre em volta da nossa paixão comum e nas quais me contava episódios que marcaram o seu tempo de dirigente vitoriano.
Da época terrível em que só um empate nas Antas na ultima jornada nos salvou da descida de divisão à comemoração dos 50 anos do clube,durante a sua presidência, e em que conseguiu a "proeza" de por a dormir no mesmo quarto os presidentes do Benfica e do Sporting!
Chamei sempre ao senhor Antero o "meu" presidente.
Pela feliz coincidência de ele ser presidente do clube quando o meu pai me inscreveu como sócio.
E recordarei sempre outra feliz coincidência:
Fui presidente da comissão que organizou as comemorações dos 75 anos do nosso clube em 1997.
Ano em que eu fazia 25 anos de associado e o senhor Antero 50.
Tive a honra de lhe colocar na lapela o emblema de ouro e fiz questão absoluta de que fosse ele a colocar-me o meu de prata.
Foi um grande Homem, um grande vimaranense e um grande vitoriano.
Deixa uma saudade imensa.
E um Exemplo que nunca morrerá.
Depois Falamos

À Média "Luz"

Foto: www.vitoriasc.pt / João Santos

Comecemos pelo principio.
Face ao jogo, ás oportunidades de golo, à posse de bola o triunfo do Benfica foi justo.
Quanto a isso nada a dizer.
O Vitória fez o seu jogo e há que dizer que produziu uma exibição agradável, jogando no campo todo, sem qualquer receio ao adversário e procurando usar as suas armas na tentativa de levar para Guimarães os três pontos.
Não conseguiu.
Porque o Benfica foi melhor e porque nas oportunidades que teve o Vitória revelou falta de eficácia frente à baliza de Oblak.
Mas gostei da atitude da equipa.
Quanto aos jogadores :
Douglas esteve muito bem sem qualquer responsabilidade no golo e fazendo duas ou três defesas de grande qualidade. Apesar disso uma noite mais tranquila do que estaria à espera.
Pedro Correia terá feito a melhor exibição com a camisola do Vitória. Bem a defender e a apoiar o ataque. Foi ultrapassado duas vezes por Markovic mas era difícil não ser.
Paulo Oliveira e Moreno chegaram para as encomendas. Que foram menos do que se esperaria.
Addy fez uma exibição cautelosa, procurando não errar, e por isso atacou menos que o habitual.
Olimpio e André Santos defenderam bem mas não conseguiram esticar o jogo quando recuperavam a posse da bola. Creio que a presença simultânea não é harmoniosa nos processos de jogo.
Crivellaro, quando teve bola, foi como habitualmente o mais esclarecido. Mas notaram-se-lhe "saudades" de André André.
Marco Matias passou ao lado do jogo e Barrientos não fez muito melhor embora com algumas iniciativas inconsequentes.
Maazou, relativa surpresa no onze inicial, foi quem mais incomodou a defesa adversárias. Dois remates na primeira parte (um dos quais bem perigoso) e um cabeceamento ingénuo à boca da baliza que bem podia ter dado o empate.
Dos suplentes utilizados pode dizer-se que Hernâni tentou "agitar" o jogo mas teve pouca posse de bola para isso  e Tomané e Tiago Rodrigues não tiveram qualquer influência na tentativa de Rui Vitória em chegar ao empate.
Um por falta de tempo e o outro pelas razões que vem sendo habituais.
Uma palavra final para a arbitragem.
Não esteve genericamente mal mas tem três momentos polémicos:
Anedótico o amarelo a Barrientos que o retira do jogo com o Porto.
Suspeita uma carga de Jardel sobre Maazou na área vermelha.
Polémico o golo do Benfica face ás suspeitas de fora de jogo.
O lance foi muito rápido e o fiscal de linha na duvida (é o que a FIFA estipula) deixou seguir
a jogada.
Tenho é duvidas, e muitas, que se o lance fosse na outra área a atitude tivesse sido a mesma.
Em conclusão um triunfo justo do Benfica e uma excelente atitude do Vitória que espero ver repetida já no domingo com o Porto.
Depois Falamos

segunda-feira, fevereiro 24, 2014

Atitude Conquistadora

Repentinamente o Benfica-Vitória de hoje pode quase transformar-se no jogo do titulo face à derrota de ontem do Porto e à convicção que se vai arreigando de que o Sporting melhorou esta época mar ainda não o suficiente para ser campeão.
Não é uma boa noticia para o Vitória.
Por um lado porque os jogadores do Benfica entrarão tremendamente motivados para ampliarem a vantagem em relação ao actual campeão e por outro porque as "forças sistémicas" darão seguramente a sua costumeira ajuda se  a armada sérvia/sul americana não conseguir por méritos próprios colocar-se numa posição de vencedora.
Aliás a nomeação de Nuno Almeida, que a época passada vi fazer uma arbitragem tremendamente tendenciosa no Benfica B-Vitória B o que levou a que me insurgisse publicamente com incómodos vários, é a prova acabada disso.
Se num jogo de equipas B deixou vir ao de cima o seu "benfiquismo" como será num jogo de equipas A em que a questão do titulo vai pesar tanto?
Adiante.
Porque Rui Vitória e os jogadores sabem bem com o que podem contar e por isso ao entrar no relvado a equipa vitoriana estará certamente preparada par o ambiente, a pressão, e até a "exigência do regime" para que o clube da 2ª circular conquiste mais três pontos.
Não sei, como é evidente, qual a equipa inicial nem a estratégia que RV vai montar para contrariar o jogo do "vencedor anunciado"(sim, é verdade, ontem alguns jornalistas televisivos depois do jogo do "Dragão" já diziam que o Porto estava a sete pontos do Benfica...) mas espero uma atitude...conquistadora.
Jogarem o jogo pelo jogo no campo todo, sem medos nem vassalagens, aproveitando as fraquezas e debilidades do adversário que também as tem.
No fundo fazerem algo idêntico ao que o Estoril fez ontem frente ao Porto.
Depois Falamos

"Papagaios" Amestrados

Até gosto de espectáculos de aves amestradas.
Anos atrás assisti, no "animal kingdom" do "Walt Disney World" a dois memoráveis espectáculos desse género em que vi diversos tipos de aves fazerem "proezas" de que o comum dos mortais as julgaria absolutamente incapazes
Também já assisti na coudelaria nacional de Alter do Chão a um espectáculo com aves de rapina extremamente interessante e que recomendo vivamente.
E portanto nada tenho a opor a isso
Não gosto é de uma raça de "papagaios" amestrados que invadiu o facebook, as redes sociais, os fóruns de certos sites com o fim único de insultar, de caluniar, de mentir.
É evidente que como a "inteligência" de papagaio não dá para mais se limitam a repetir até à exaustão aquilo que os seus amestradores lhes ensinam na expectativa de, como qualquer animal amestrado, receberem a sua recompensa em comida.
E está-se mesmo a ver qual é o tipo de comida neste caso...
Uns "salgadinhos" muito na moda.
Ultimamente (nos últimos meses) alguns desses "papagaios" tem arribado à minha página de facebook e á caixa de comentários do meu blogue.
Sempre com a mesma lengalenga,sempre com a mesma conversa estragada, sempre com ameaças que só me fazem rir.
Dos "papagaios" coitados.
Até porque o assunto é de fácil solução.
No blogue como os comentários são moderados vão direitinhos da moderação para o lixo.
No facebook, onde comentam na qualidade de (falsos) "amigos" são imediatamente bloqueados para todo o sempre.
Mas se os pobres "papagaios" me fazem rir, embora não os conheça e nalguns casos até sejam perfis falsos (num ou noutro caso dos próprios "mandantes") ou comentadores anónimos com os amestradores a conversa é necessariamente outra.
Porque sei quem são.
E a partir do momento em que usando papagaios de limitadissima inteligência se veêm expostos por aqueles a quem ensinam as habilidades podem perder toda a ilusão de que conseguem permanecer num anonimato que em boa verdade é a sua imagem de marca mesmo fora deste âmbito aqui tratado.
E por isso, clarinho como a água (pelo menos para aqueles a que o aviso se dirige), aqui fica um conselho de ex amigo:
Embora o meu amor ao Vitória seja imenso não caiam no erro de pensarem que a minha paciência é ilimitada!
Depois Falamos

domingo, fevereiro 23, 2014

Balanço do 35º Congresso!

Assisti ao 35º congresso do PSD com uma expectativa muito moderada.
Quer quanto aos resultados quer especialmente quanto à renovação dos orgãos dirigentes do partido e ao aparecimento de novos rostos que refrescassem uma equipa nitidamente desgastada e sem a necessária visibilidade politica.
Que dizer hoje?
Que o congresso valeu por meia dúzia de discursos, parte dos quais de ex lideres, que encheram a alma aos militantes mas de cujos resultados na prática diária do partido me é licito duvidar.
Foi dada ao país uma imagem importante de unidade (mais ou menos verdadeira) com a aparição dos ex lideres Marcelo Rebelo de Sousa, Pedro Santana Lopes, Luís Marques Mendes, Luís Filipe Menezes e Rui Machete o que dá sempre uma excelente perspectiva para o exterior.
Pedro Passos Coelho encerrou o congresso com um excelente discurso, ao nível dos melhores ouvidos no congresso, mas agora tem de levar à prática o que enunciou.
O anúncio de Paulo Rangel como cabeça de lista ao Parlamento Europeu, embora não seja novidade, foi uma jogada politica inteligente que aumenta a pressão sobre o líder do PS.
A partir disto que dizer?
Que a nova/velha equipa dirigente foi uma desilusão nos nomes(é, a todos os títulos, mais do mesmo) e até no facto de nem o principio da paridade ter sido seguido quer na comissão permanente quer na própria comissão politica.
Não é estatutariamente obrigatório mas ...ficava bem!
Que houve dois ou três discursos, de gente com responsabilidade, que eram bem dispensáveis pela vacuidade nuns casos e por trazerem á liça,noutros casos,assuntos que já não interessam a ninguém a não ser aos próprios.
Que o Conselho Nacional está mais fragmentado que nunca muito por força da escolha de um cabeça de lista, por Passos Coelho, que causou polémica e para quem talvez ainda fosse um bocado cedo para o regresso à politica activa.
Peço desculpa a quem pensa o contrário, e são muitos, mas este não é um congresso que fique para a História como um dos grande congressos do PSD.
Gramaticalmente não merecerá um ponto de exclamação , tão pouco de interrogação, mas apenas reticências.
Muitas reticências.
Depois Falamos

P.S. Há muito que defendo que para a sessão de encerramento não devem ser convocados outros partidos (com excepção do CDS quando com ele estamos coligados)ou centrais sindicais.
Já que não tem a decência de um respeito mínimo por quem os convida, e aproveitam o mediatismo de virem ao nosso congresso para nos tratarem mal e até insultarem em nossa "casa", mais vale não os convidar!

sábado, fevereiro 22, 2014

"O" Congresso!

Fiquem, os que tem a paciência de me lerem, sossegados que não é minha intenção escrever sobre os 23 congressos do PSD em que estive presente até hoje.
Escrevi sobre o meu primeiro congresso, sobre o meu primeiro (que também foi o do PSD) congresso no Coliseu e deixo agora umas linhas sobre aquele que foi, na minha modesta opinião, o congresso dos congressos.
O XVII congresso realizado a 17/17/19 de Fevereiro de 1995 também no Coliseu.
Contextualizemos.
Depois de 10 anos de liderança do partido e do governo, e pondo fim ao famoso "tabu", Cavaco Silva anunciara que não se candidatava a novo mandato no PSD e consequentemente a primeiro ministro nas legislativas de 1995.
Foi um imenso choque para o partido mas como a vida não para havia que encontrar uma nova solução de liderança.
Avançou Fernando Nogueira, que durante dez anos tinha sido o braço direito de Cavaco no partido, e quando se pensava que a solução estava encontrada eis que aparecem mais dois candidatos.
O jovem Ministro dos Negócios Estrangeiros, Durão Barroso, para muitos(acho que nunca se saberá ao certo) o favorito de Cavaco e Pedro Santana Lopes um "rebelde com causas".
Nogueira dominava o aparelho, Barroso a opinião pública, Santana era o favorito dos que entendiam necessária uma mudança radical depois de dez anos de "cavaquismo".
Se nesse tempo existissem "directas" acredito que Barroso teria ganho.
Mas o controle do "aparelho", a vários níveis e em vários momentos do congresso (alguns saberão bem do que estou a falar...), valeu a vitória de Nogueira.
Foi um congresso apaixonante.
Com intervenções de altíssima qualidade dos três candidatos, caprichando cada um em fazer ainda melhor do que aqueles que o antecederam, levando delegados e observadores ao rubro e "parando" o país em frente ás televisões a assistir ao congresso.
Pedro Santana Lopes terá sido o que mais brilhou com intervenções das melhores que jamais ouvi num congresso partidário.
Mas Durão Barroso e Fernando Nogueira estiveram igualmente muitíssimo bem.
Tal como outros oradores que marcaram esse congresso.
Eurico de Melo no apoio a Nogueira, Pacheco Pereira(é, nesse tempo ainda ia aos congressos...) com Barroso, Mendes Bota, António Pinto Leite,Passos Coelho, Leonor Beleza, Fernando Costa, Virgínia Estorninho, Miguel Veiga, António Capucho,Morais Sarmento,António Montalvão Machado,enfim alguns entre muitos que passaram pela tribuna do congresso e deixaram a sua "marca".
E houve a célebre intervenção Luís Filipe Menezes com a tirada dos "...sulistas, elitistas e liberais..." que incendiou o congresso e armou a maior confusão que me lembro de ver em quase 40 anos de congressos do PSD que levou inclusive à interrupção dos trabalhos.
Valeu a inspirada intervenção de Zeca Mendonça, por sua conta e risco, que resolveu o problema e serenou o congresso evitando males que podiam ter sido bem maiores.
No fim o partido escolheu Nogueira contra a vontade do país que queria Barroso.
O resto da história é conhecido.
Barroso teria de esperar ainda quatro anos até ser líder no congresso de Coimbra e Santana apenas nove anos depois, em Barcelos chegaria a uma liderança "minada" pelas circunstâncias a que a ela ascendeu.
Mas isso são contas de outro rosário.
Em 1995 no Coliseu tive o privilégio de enquanto delegado da secção de Guimarães ( a par de Barcelos as únicas do distrito com maioria de delegados a apoiarem Durão Barroso, no caso eu próprio e o dr Florentino Cardoso) assistir aquele que considero o mais espectacular congresso de sempre não só do PSD como de qualquer outro partido.
Depois dele os congressos partidários nunca mais seriam aquilo que tinham sido até aí.
Entravam numa nova e desafiadora fase de mediatismo total e de transmissões televisivas que mostram exaustivamente tudo que neles se passa.
Mas como o XVII congresso do PSD, no Coliseu em 1995. estou certo que nunca mais haverá nenhum.
Depois Falamos

P.S. E sobre congressos do PSD, por agora, fico-me por aqui.
Recordar estes congressos e estes protagonistas no tempo que corre é quase masoquismo...

O Meu Primeiro Coliseu

O PSD realizou pela primeira vez um congresso no Coliseu dos Recreios em 1986!
Estive lá.
Como estaria posteriormente em todos os congressos realizados naquela tradicional sala de espectáculos lisboeta de que nunca gostei para aquele fim especifico por ser muito pouco prática (já nem falo do conforto) para aqueles que se sentam na plateia e nas bancadas.
Mas como quem marca os congressos são os que ocupam o palco não vale a pena dizer mais nada.
Foi o meu terceiro congresso.
Depois do de Albufeira em 1983 e do de Braga em 1984.
Por razões que já não recordo lembro-me que fui para Lisboa de véspera e com o encargo de arranjar alojamento para um grupo de delegados de Guimarães que apenas se deslocariam no dia de começo do congresso.
Pesada responsabilidade.
Mas que não correu mal diga-se de passagem.
Porque , por pura sorte admito, consegui alugar uns quartos decentezinhos numa residencial exactamente em frente ao Coliseu com varandas que confrontavam com o edifício do congresso o que nos permitia ver quem por lá ia entrando e saindo.
E tinham a enorme vantagem de bastar atravessar a rua para estar no congresso.
Em Lisboa é obra!
Ao contrário dos anteriores congressos em que estive presente este foi de pura consagração da liderança de Aníbal Cavaco Silva eleito um ano antes, na Figueira da Foz, e que poucos meses antes vencera as legislativas e entrava nesse congresso como primeiro ministro em funções.
Foi dos congressos mais calmos a que assisti.
Recordo que o regresso a Guimarães foi feito numa carrinha de nove lugares (já era tradição...), uma Toyota Hiace, pertença e conduzida(também era tradição) por um dos delegados da secção de Guimarães.
Chamado Emílio Macedo da Silva e que muitos anos depois viria a ser presidente do Vitória!
As histórias de que me lembro neste dia de inicio do 35º congressso do PSD...
Depois Falamos

sexta-feira, fevereiro 21, 2014

O Meu Primeiro Congresso

 
Hoje dia em que tem inicio o 35º congresso do PSD não resisto a evocar , saudosamente por todas as razões, aquele que foi o "meu" primeiro congresso, ou seja, aquele em que pela primeira vez estive presente.
Foi em 1983, numa sala do Hotel Montechoro, em Albufeira.
Tempos bem diferentes esses.
Em que o PSD fazia os seus congressos numa sala de hotel (como a primeira fotografia bem documenta) sem a logística e o aparato dos tempo de hoje.
É verdade que já passaram 31 anos e as coisas evoluem.
Tempos também de agitação politica interna e externa.
O então presidente da república ,Ramalho Eanes, tinha dissolvido o parlamento onde a maioria AD (PSD+CDS+PPM) se tinha fragmentado e o primeiro ministro Pinto Balsemão chegava ao congresso muito fragilizado por uma forte oposição interna (Cavaco Silva, Eurico de Melo, Helena Roseta , Pedro Santana Lopes e outros...) e sem os apoios necessários a ser reconduzido.
Outros tempos mesmo...
Recordo-me que fui eleito para esse congresso como delegado pela JSD distrital e a viagem para o Algarve foi épica.
A distrital do partido tinha alugado um autocarro para transportar os delegados do distrito e saímos do campo da Vinha ,em Braga, de madrugada para chegarmos ao Algarve a meio da tarde (é...não havia auto estradas)com paragem para almoço algures no Ribatejo e uma óptima confraternização durante toda a viagem.
O congresso foi tenso, dramático até ,a partir do momento em que os" balsemistas" perceberam que iam perder o congresso e radicalizaram o discurso contra a oposição interna já então em maioria entre os congressistas.
A divisão tornou-se tão ameaçadora de fractura grave (e disso o partido já tinha tido que chegasse) que se chegou a uma solução de compromisso bem expressa na segunda fotografia.
Nuno Rodrigues dos Santos, então com 73 anos e debilitado pela doença, uma figura consensual no partido foi eleito presidente da comissão politica nacional (embora exercesse o cargo de forma honorifica) com três vice presidentes que constituíram a primeira troika de que se ouviu falar em Portugal.
Carlos Mota Pinto era o primeiro vice presidente e na realidade o líder que poucos meses depois disputaria as legislativas com o PS de Mário Soares, Eurico de Melo representava os críticos e Nascimento Rodrigues os sectores mais próximos de Balsemão.
Só no ano seguinte (é, nesse tempo os congressos eram anuais)em Braga é que Mota Pinto assumiria a liderança formal do partido.
O regresso a Guimarães no após congresso foi diferente.
Fruto de uma boleia antecipadamente combinada fiz a viagem de regresso com delegados de Guimarães numa carrinha de 9 lugares.
O senhor António Xavier(era o proprietário da carrinha e conduziu o caminho todo se bem me lembro), os doutores Fernando Alberto Ribeiro da Silva e João Gomes Alves, respectivas esposas e ainda Domingos Ribeiro e Francisco Monteiro históricos militantes do PSD de Guimarães.
Foi também uma viagem muito engraçada.
Que começou por uma paragem na "vivenda Mariani", quase em frente ao hotel onde se realizara o congresso, para apresentar cumprimentos de despedida ao proprietário bem como a alguns militantes que lá se encontravam(recordo o eng. Eurico de Melo e a arq, Helena Roseta) continuou com um jantar fora de horas num restaurante da estrada nacional 1 (só me lembro que era por cima de uma bomba de gasolina) e terminou em Guimarães já de madrugada.
Bons tempos e gratas memórias.
Num dia em que o PSD inicia um congresso que nada tem a ver com as histórias e os protagonistas que aqui recordo.
Depois Falamos

Hernâni

Foto: www.vitoriasc.pt / João Santos

Confesso que a este nível, de jogadores jovens, poucos me impressionaram tanto "à primeira vista" como Hernâni.
Vi-o jogar pela primeira vez no Vitória B- Atlético, disputado na Póvoa de Varzim em Agosto de 2012 e fiquei logo com boa impressão dele.
Entrou na segunda parte, já o Vitória vencia, e revolucionou o jogo de tal forma que o Atlético quase evitava a derrota com vinte minutos finais de grande pressão sobre a defensiva vitoriana.
Fiquei de tal forma impressionado que tentei logo contratá-lo dado ainda faltarem uns dias para encerrar o mercado de Agosto.
Infelizmente, pese embora várias conversas minhas e do presidente Júlio Mendes com o presidente do Atlético e com o empresário Dimas, não foi possível trazê-lo de imediato porque os alcantarenses abriram demasiado a boca para aquilo que eram as nossas possibilidades.
Mas foi um jogador que ficou debaixo de olho para o mercado de Janeiro.
E ao longo dos meses seguintes , em várias conversas com Dimas e o seu colaborador Rogério Gomes (que tantos bons jogadores trouxe no passado para o Vitória) foi sempre reafirmado o interesse do Vitória no jogador.
É justo referir que Dimas (nosso antigo jogador) teve sempre uma atitude colaborante e de interesse em trazer Hernâni para o Vitória.
Entretanto em Janeiro de 2013, já eu tinha saído dos orgãos sociais, foi possível o acordo entre clubes e o jogador veio para Guimarães.
Lesionado, demorou o seu tempo a recuperar, acabou por jogando duas ou três vezes não ter tempo para mostrar o seu talento.
Este ano começou mal a época e foi colocado na equipa B para jogar com mais assiduidade e poder discutir um lugar na A.
Na B, talvez desiludido pela "despromoção", não teve um inicio auspicioso (até com expulsões à mistura) e teve alguma dificuldade em se afirmar como titular.
Mas depois "emendou a mão" e arrancou para uma série de exibições de grande classe, em jogos decisivos, e teve papel determinante no facto de o Vitória B ter vencido a sua série.
Hernâni tem tudo para ser um desequilibrador nato.
Velocidade, drible curto, um pique arrasador para qualquer defesa, coragem em ir para cima do marcador em lances de 1x1.
Não é por acaso que nos últimos jogos os seus marcadores directos foram expulsos e ainda arranjou mais uns amarelos para outros adversários.
Tem de melhorar , mas isso não lhe será difícil, a qualidade dos cruzamentos porque indo à linha com tanta facilidade é pena nem nem sempre cruze da melhor forma.
Acredito que se o "actual" Hernâni for para durar ( e evoluir é claro) teremos jogador para dar muitas alegrias aos adeptos e muitos euros ao clube numa futura transferência.
Tal como disse em relação a Tiago Almeida não depende só dele mas depende essencialmente dele.
Depois Falamos

João Sousa

Cartoon de Miguel Salazar

O tenista português, de que o Comité Olímpico de Portugal não gosta, continua a fazer história. Ontem, no Rio de Janeiro apurou-se para os 1/4 final de um ATP 500 pela primeira vez na sua carreira.
Quis o destino, e ainda bem porque são esses jogos que dão gosto jogar, que o seu próximo adversário seja o número 1 do mundo o espanhol Rafael Nadal!
O que fará com que o vimaranense esteja debaixo de todos os olhares que a nível mundial seguem a modalidade face à enorme valia do seu adversário.
É evidente que será extremamente difícil o tenista português vencer porque ainda que sendo já o 43º no ranking a verdade é que Nadal é o número 1 e um jogador,obviamente, de qualidade extraordinária.
Mas é nesses momentos que o factor "superação" faz milagres.
E o João Sousa o ano passado no ATP 250 da Malásia venceu Albert Ferrer.
Que era o número 4 do mundo.
E tinha piada, por muitas razões, o tenista português vencer o espanhol.
E uma delas é o jogo ser no Rio de Janeiro onde vão disputar-se os Jogos Olímpicos para os quais o Comité Olímpico Português(ou deveria dizer lisboeta?) entende que João Sousa não tem os pressupostos necessários a integrar-se no programa de preparação.
Gostava de saber o que diriam os doutos membros do COP numa circunstância dessas...
Depois Falamos

P.S. Isto não invalida que mesmo sem vencer Nadal não seja absolutamente escandalosa a exclusão do melhor tenista português de sempre.

A Demagogia de Gaia

Na ultima semana a divida do município de Vila Nova de Gaia voltou a tema de actualidade.
Á boleia de uma investigação do DN, com imediata repercussão televisiva e consequente aproveitamento da esquerda parlamentar, lá se voltaram a escancarar algumas bocas de espanto face à alegada divida de 300 milhões de euros e processos judiciais respeitantes a parcelas dessa dívida.
Não é, seguramente e por várias razões, minha intenção fazer de advogado de defesa dos responsáveis por essa divida.
Ela existe, é inegável, e parte dela era perfeitamente evitável se determinadas opções não tivessem sido feitas de forma errada e sem controle de custos.
Para lá de outros gastos que não compete a mim esmiuçar.
Mas manda a justiça que se diga o seguinte:
Em Gaia, durante os 16 anos de governo de Luís Filipe Menezes e respectivas vereações, o concelho passou do inicio do século 20 com tudo que isso significa de atrasos a vários níveis para o século 21.
Quase 4.000 habitações sociais foram construídas, centenas de quilómetros de saneamento (o tipo  de obra que não se vê mas custa muito dinheiro), novas vias de comunicação que agilizaram brutalmente as deslocações do interior para o litoral, instalações desportivas e culturais, sedes de junta de freguesia, escolas, transformação radical da frente de mar, recuperação do centro histórico, cais de Gaia, grandes iniciativas como o "Red Bull" (a meias com o Porto) ou as "Marés Vivas", medidas pioneiras (mas que outros seguiram) como a oferta de livros aos estudantes do ensino básico e secundário, piscinas em freguesias do interior, centro de treinos do Olival, estádio de Pedroso, centro náutico de Crestuma são alguns dos muitos exemplo possíveis daquilo que foi feito nos dezasseis anos de Menezes como presidente.
E tudo isto custou muito dinheiro!
Muito mesmo.
E por isso quando se fala da divida é bom que se tenha consciência que ela não resulta de dinheiro atirado ao rio Douro mas sim de investimentos direccionados para a melhoria da qualidade de vida dos gaienses e da projecção da imagem do município na região e no país com os benefícios que daí advém
O dinheiro foi todo bem gasto?
Claro que não!
A maior parte dele foi bem utilizado?
Não tenho a miníma duvida.
Conheço Gaia à mais de 40 anos.
E sei bem o que o município evoluiu e se modernizou nos mandatos de LFM de forma notável e que não tem retrocesso.
E digo mais por ter a clara noção de que corresponde à verdade.
Se a lei de limitação de mandatos não o impedisse, e ele quisesse como é óbvio, estou certo que Luís Filipe Menezes teria ganho novamente as eleições em Gaia com toda a facilidade.
E é bom que os "falsos púdicos", aqueles que agora andam aí de boca aberta a produzir a mais grosseira demagogia sobre a divida de Gaia, se lembrem disso.
O povo, o tal que desde à 40 anos "é quem mais ordena" (pelo menos é o que se diz), sempre apoiou maioritariamente e de forma insofismável o modelo de governação de Menezes.
O resto são tretas!
Depois Falamos.

P.S. Aliás a sensatez com que o actual presidente, Eduardo Vítor Rodrigues, tem falado do assunto mostra bem que sabe separar o "trigo" do "joio".
O que só lhe fica bem.

quinta-feira, fevereiro 20, 2014

Tiago Almeida

Foto: www.vitoriasc.pt /João Santos

Quando no inicio da época passada o Vitória encetou a magnifica "aventura" de construir uma equipa B para jogar na II liga (sim,era esse o objectivo) desde logo ficou definido que a maior parte do plantel seria constituído por jogadores nossos emprestados a outros clubes para rodarem e por "miúdos subidos dos juniores.
Só em casos específicos, e de necessidade objectiva, se contratariam outros jogadores.
Foi o caso de Tiago Almeida.
Entendeu-se que "apenas " com Tomané regressado de uma época irregular no Limianos e Areias subido dos juniores se tornava necessário ir buscar mais alguém.
Foi assim que apareceu a hipótese de contratar Tiago Almeida.
Jovem, português, talentoso e com margem de progressão, internacional nas camadas jovens, bem referenciado pelo nosso departamento de prospecção preenchia todos os requisitos estabelecidos para a contratação de jogadores no âmbito do projecto desportivo em implementação.
Por outro lado o seu empresário, Dinis Fontão, é uma pessoa de Guimarães e que jogou no Vitória e portanto conhece bem o que a "casa" gasta em termos de exigência.
Foi assim que o Tiago chegou ao Vitória.
Muito por força também, é justo dizê-lo, da enorme vontade que sempre mostrou em jogar no nosso clube.
Teve um inicio de época auspicioso, impressionando positivamente Luiz Felipe e Rui Vitória que chegou a utilizá-lo num jogo particular em que inclusive marcou um golo, e os seus primeiros jogos foram bons e prometiam melhor.
Teve o azar, isso sim, de em termos de golos as coisas não lhe saírem bem.
Criava as oportunidades ou aparecia em posição de corresponder a assistências dos colegas mas a bola é que não havia forma de entrar.
Os postes, a barra, o guarda redes, ou aqui e ali alguma falta de pontaria foram impedindo aquilo que é o essencial no trabalho de um avançado.
E Tiago Almeida foi desaparecendo.
De titular para suplente utilizado, deste para suplente não utilizado, e depois nem convocado foi para alguns jogos.
Esta época o panorama não melhorou muito.
Aparições esporádicas na equipa, curiosamente com boas prestações naquelas a que assisti, mas o "verdadeiro" Tiago Almeida que está "lá" continua a não aparecer e a não cumprir tudo aquilo que pode e sabe.
O que é estranho.
Porque tem tudo para ser um avançado de 1ª liga e nela se destacar.
É forte, rápido, tem boa técnica, remata bem com os dois pés, joga de cabeça , é corajoso no 1x1 e segura bem a bola quando se torna necessário.
Aos 23 anos tem ainda muito tempo pela frente para ser o jogador que pode...ser mas não pode é perder mais tempo nas zonas cinzentas em que se tem mantido e das quais só ás vezes sai para dar um ar da sua graça.
Curiosamente acho, há muito tempo, que falta a Tiago Almeida o "clique" para a "explosão" que está ao seu alcance.
E esse "clique" será três ou quatro jogos bem sucedidos a jogar e marcando golos.
Afinal aquilo a que se chama...confiança!
E com ela, confiança, o Tiago tem tudo para jogar na equipa A do Vitória e nela ser um jogador de destaque.
Depois Falamos

P.S. Esta é mesmo uma opinião pessoal.
Creio que o Tiago Almeida teria mais possibilidades de alcançar o seu verdadeiro nível se jogasse na equipa A.
O futebol da 1ª liga tem muito mais a ver com as suas caracteristicas do que o do Campeonato Nacional de Seniores.
Mas essas são contas do rosário dos treinadores do clube.