Páginas

sábado, novembro 30, 2013

O "Pinheiro"

Sou um defensor, não fundamentalista,da tradição.
E das tradições.
Por isso aceito perfeitamente que hoje as Festas Nicolinas, e muito especialmente o Pinheiro, não sejam o que eram no meu tempo de estudante liceal nem tenham o simbolismo e a tradição de que nesse tempo se revestiam.
Nesse tempo as Nicolinas eram as festas dos estudantes do Liceu Nacional de Guimarães, apenas e só, não sendo nelas permitida a participação de outros estabelecimentos de ensino.
Os números do programa, sensivelmente os mesmos de hoje, eram vedados ás alunas com excepto das "Maçazinhas" em que elas eram o centro das atenções como ainda hoje continuam a ser.
Uma rapariga a tocar bombo ou caixa era uma heresia quase tão grande como ver no cortejo do "Pinheiro" alguém que não fosse ex aluno do Liceu dado que esse número lhes era exclusivamente dedicado.
No meu tempo de aluno fui um entusiasta das Nicolinas.
Toquei bombo vários anos,participei nas "Maçazinhas, assisti ao "Pregão", fui ás "Danças", estive nos "Bailes".
Apenas na "Roubalheira", talvez por se ter tornado um número nacional(!), é que não tive oportunidade de participar dado ter estado suspensa do programa durante bastantes anos.
Depois de deixar o Liceu, e passando á categoria de ex estudante do mesmo, claro que passei a participar entusiasticamente no "Pinheiro".
Quer nas jantaradas de amigos que o antecedem quer no cortejo tocando bombo com o entusiasmo de sempre.
E assim foi durante alguns anos.
Trazendo na memória muitos cortejo do "Pinheiro" que vira passar ao longo dos anos, antes de ter direito a nele participar, e o grande espectáculo que era ver os "Velhos" a tocarem caixa e bombo com o seu toque próprio (o chamado toque dos Velhos) e uma afinação e um ritmo que provavam que a quem sabe nunca esquece.
Depois fui-me desiludindo com o cortejo.
E deixei de nele participar, há mais de vinte anos, embora durante alguns anos o grupo de amigos tivesse continuado com a jantarada de rojões que o antecedia.
Passamos a espectadores e deixamos de ser participantes.
Desiludidos com aquilo em que o cortejo do "Pinheiro" se vinha transformando.
Compreendendo que a evolução do tempo tivesse aberto as Nicolinas a todos os estabelecimentos do ensino secundário bem como a uma participação muito mais ampla das raparigas nos diversos números do programa.
Mas nunca aceitando, agarrados à tradição"talvez, que num número com tanto simbolismo se tivesse enveredado pela "bandalheira" que o caracteriza nos ultimos anos e que o desvirtua por completo.
Misturando ex alunos com actuais alunos, permitindo crianças (não é exagero) a tocar caixa e bombo, deixando tocar quem não faz a minima ideia do que são os toques nicolinos , transformando um cortejo com um simbolismo próprio numa passerelle de exibição de vaidades, toilettes e comportamentos de quem não faz a minima ideia daquilo em que está a participar.
Tornando em muitos casos(cada vez mais e cada vez mais jovens...)a embriaguez num número não oficial do programa.
Nos ultimos vinte anos terei assistido a três ou quatro cortejos do "Pinheiro".
Mais por acaso do que por outra razão qualquer.
Agarrado á tradição e a uma memória gratificante prefiro lembrar-me das Nicolinas e do "Pinheiro" tal como os conheci e não na forma como hoje existem.
Opções.
Depois Falamos

sexta-feira, novembro 29, 2013

União Europeia

Um texto ( e respectivo link de video) do dissidente soviético Vladimir Bukovsky sobre a União Europeia .
"É surpreendente que, após ter enterrado um monstro, a URSS, se tenha construído outro semelhante: a União Europeia (UE).
O que é, exactamente a União Europeia? Talvez fiquemos a sabê-lo
examinando a sua versão soviética.
A URSS era governada por quinze pessoas não eleitas que se cooptavam mutuamente e não tinham que responder perante ninguém. A UE é governada por duas dúzias de pessoas que se reúnem à porta fechada e, também não têm que responder perante ninguém, sendo politicamente impunes.
Poderá dizer-se que a UE tem um Parlamento. A URSS também tinha uma espécie de Parlamento, o Soviete Supremo. Nós, (na URSS) aprovámos, sem discussão, as decisões do Politburo, como na prática acontece no Parlamento Europeu, em que o uso da palavra concedido a cada grupo está limitado, frequentemente, a um minuto por cada interveniente.
Na UE há centenas de milhares de eurocratas com vencimentos muito
elevados, com prémios e privilégios enormes e, com imunidade judicial
vitalícia, sendo apenas transferidos de um posto para outro, façam bem
ou façam mal. Não é a URSS escarrada?
A URSS foi criada sob coacção, muitas vezes pela via da ocupação
militar. No caso da Europa está a criar-se uma UE, não sob a força das
armas, mas pelo constrangimento e pelo terror económicos.
Para poder continuar a existir, a URSS expandiu-se de forma crescente.
Desde que deixou de crescer, começou a desabar. Suspeito que venha a
acontecer o mesmo com a UE.
Proclamou-se que o objectivo da URSS era criar uma nova entidade
histórica: o Povo Soviético. Era necessário esquecer as
nacionalidades, as tradições e os costumes. O mesmo acontece com a UE parece. A UE não quer que sejais ingleses ou franceses, pretende
dar-vos uma nova identidade: ser «europeus», reprimindo os vosso
sentimentos nacionais e, forçar-vos a viver numa comunidade
multinacional. Setenta e três anos deste sistema na URSS acabaram em
mais conflitos étnicos, como não aconteceu em nenhuma outra parte do
mundo.
Um dos objectivos «grandiosos» da URSS era destruir os estados-nação.
É exactamente isso que vemos na Europa, hoje. Bruxelas tem a intenção de fagocitar os estados-nação para que deixem de existir.
O sistema soviético era corrupto de alto a baixo. Acontece a mesma coisa na UE.
Os procedimentos antidemocráticos que víamos na URSS florescem na UE.
Os que se lhe opõem ou os denunciam são amordaçados ou punidos. Nada mudou. Na URSS tínhamos o «goulag». Creio que ele também existe na UE.
Um goulag intelectual, designado por «politicamente correcto».
Experimentai dizer o que pensais sobre questões como a raça e a
sexualidade. Se as vossas opiniões não forem «boas», «politicamente
correctas», sereis ostracizados. É o começo do «goulag». É o princípio
da perda da vossa liberdade.
Na URSS pensava-se que só um estado federal evitaria a guerra.
Dizem-nos exactamente a mesma coisa na UE.
Em resumo, é a mesma ideologia em ambos os sistemas.
A UE é o velho modelo soviético vestido à moda ocidental.
Mas, como a URSS, a UE traz consigo os germes da sua própria
destruição. Desgraçadamente, quando ela desabar, porque irá desabar,
deixará atrás de si um imenso descalabro e enormes problemas
económicos e étnicos.
O antigo sistema soviético era irreformável. Do mesmo modo, a UE
também o é. (...)
Eu já vivi o vosso «futuro»..."


Adeus à Europa

Foto: www.vitoriasc.pt / João Santos

O Vitória despediu-se hoje, em Rijeka, da Liga Europa.
Fê-lo com honra mas sem glória.
Tendo calhado num grupo não muito difícil, mas longe de ser fácil, com uma das melhores equipas de França, um clássico de Espanha e uma das melhores equipas croatas percebeu-se desde logo que para lograr o apuramento o Vitória teria de fazer uma fase de qualificação sem falhas.
Em bom rigor quase o fez.
Com o Rijeka um triunfo robusto em casa e um empate positivo fora.
Com o Lyon excelente empate fora e a possibilidade de encerrar a participação nesta Liga Europa com uma vitória caseira no próximo dia 12 de Dezembro.
Foi com o Bétis que o apuramento fugiu.
Uma derrota mentirosa em Sevilha, com bela ajuda da arbitragem, e uma derrota ingénua em Guimarães que tudo deitou a perder a poucos segundos do fim do jogo.
Creio que se pode falar numa participação positiva de uma equipa sem grande traquejo europeu (para muitos foi a estreia em jogos deste nível) e que vive dentro das realidades que se conhecem e que lhe limitam a ambição.
Tenho lido nas redes sociais criticas várias à exibição de hoje e ás opções de Rui Vitória.
Creio que injustas.
Porque hoje, á excepção de golos, a equipa fez bem aquilo que tinha de ser feito para tentar alcançar o triunfo que lhe abriria boas perspectivas de apuramento.
Aguentou o ímpeto inicial dos croatas, soube impor o ritmo de jogo que lhe interessava, e foi a equipa que mais atacou e procurou o golo.
Ao invés dos croatas que tiveram apenas duas oportunidades claras a que Douglas se opôs com a classe habitual.
Rui Vitória alinhou o onze mais adequado dentro dos jogadores que tinha disponíveis e fez as substituições que tinha de fazer para procurar reforçar o poderio ofensivo da equipa.
Trocou um médio (André Santos) por um extremo (Marco Matias) e um extremo (Barrientos) por um ponta de lança (Russi) no tempo certo para tentar que as alterações dessem resultado.
Infelizmente não deram.
Talvez Crivellaro também pudesse ter sido opção mas a equipa tacticamente já estava esticada até ao limite e meter uma unidade predominantemente ofensiva teria de ter a contrapartida de despovoar ainda mais a intermediaria com todos os riscos que isso comportaria.
Hoje gostei da nossa equipa.
E gostei, especialmente, das exibições de Tomané, André André e de João Amorim.
Que se destacaram (bela ala direita fazem os dois jovens oriundos da nossa formação) numa equipa que esteve globalmente bem pese embora jogadores como Addy e Mazzou terem estado abaixo do expectável o que nos últimos tempos nem tem sido propriamente uma novidade.
Agora importa vencer o Lyon.
Por uma questão de prestigio mas também pela questão financeira que nunca pode ser olvidada.
Com a certeza de que o Vitória teve uma participação honrosa nesta Liga Europa só não tendo atingido a glória (que seria continuar em prova) por causa dos jogos com o Bétis e das incidências atrás referidas.
Depois Falamos

quinta-feira, novembro 28, 2013

O "Criador" e a "Criatura"

Não é meu hábito, nem vai passar a ser, escrever sobre o Sporting de Braga.
Embora o contexto deste post seja despido de qualquer assomo de rivalidade e procure ser o mais objectivo possível na análise dos factos verdadeiramente interessantes que se estão a passar no Braga.
A nível associativo mas também de natureza humana.
O Braga (SCB) é um clube que fruto da velha rivalidade com o Vitória conheço quase desde que me conheço.
E  a memória que tenho dele, durante muitos anos, é a de um clube com permanentes dificuldades financeiras, dificuldades de encontrar dirigentes, pouca relevância desportiva e vivendo sob o terrível estigma de a maioria dos seus adeptos o serem também do Benfica.
Francisco Mesquita Machado, natural de Famalicão e bracarense por adopção aos 29 anos de idade altura em que ganhou pela primeira vez a câmara de Braga, foi durante três dezenas de anos o grande suporte do clube quer como dirigente quer utilizando a sua influência autárquica para arranjar dirigentes e meios financeiros que viabilizassem o SCB.
Construiu assim uma ligação umbilical entre clube e município  tão forte que por vezes era difícil distinguir onde acabava um e começava o outro.
Sempre ligados aos orgãos sociais do SCB, duas vezes até como presidente da direcção, Mesquita Machado foi a figura mais importante do clube ao longo de muitos anos tendo sido pela sua mão (e validação) que chegaram ao clube alguns presidentes como Alberto Silva, João Gomes de Oliveira e António Salvador todos eles empresários na área da construção civil e muito ligados ao poder municipal.
Uma dezena de anos atrás Mesquita Machado escolheu António Salvador para presidir ao clube.
Jovem empresário, de uma geração de bracarenses mais virada para o Porto do que para o Benfica, encetou uma presidência de inegável sucesso desportivo em que o SCB obteve os melhores resultados da sua História, a nível nacional e internacional, e atingiu uma dimensão (o futuro próximo dirá se sustentada)que não se julgava possível uma década atrás.
Tudo parecia correr sobre rodas.
Quis o destino que o fim de ciclo de Mesquita Machado como presidente de câmara coincidisse com o fim de mandato de António Salvador como presidente do clube.
E depois da habitual cena da não recandidatura que se transforma na inevitável candidatura as coisas "azedaram" entre Salvador e Mesquita.
O pretexto parece ter sido a presidência da assembleia geral, desejada pelo segundo mas em que o primeiro queria manter o titular, mas os desenvolvimentos do caso indiciam ser muito mais do que isso e assumem contornos mais vastos.
Fruto dos desentendimentos as eleições já marcadas tiveram de sofrer um adiamento e para surpresa (quase) geral aparecem agora duas listas a concorrer.
A de António Salvador, sem Mesquita Machado, e a de Nuno Carvalho á que se anuncia(mas sem confirmação) o apoio do ex autarca.
E se tudo isto, por si só, já é interessante muito mais se torna quando se constata que na lista de Salvador para o lugar desejado por Mesquita Machado aparece José Manuel Fernandes.
Euro deputado do PSD, presidente da Câmara de Vila Verde entre 1997 e 2009, e mandatário da candidatura de Ricardo Rio à câmara de Braga!
Dificilmente a afronta da "criatura" ao "criador" podia ser maior!
E percebe-se agora, com alguma nitidez, que os problemas entre Salvador e Mesquita supostamente por causa de um lugar de presidente da AG (que noutros tempos jamais existiriam) mais não eram do que o pretexto para o primeiro se libertar do segundo e num gesto de "real politik" tentar aproximar-se do novo poder no município essencial ao concretizar de alguns projectos em curso no clube.
Fica agora a curiosidade de acompanhar os próximos capítulos desta interessante história e tentar perceber se Mesquita Machado ainda pesa em Braga e no SCB o suficiente para estragar os planos a António Salvador.
A ver vamos.
Depois Falamos.

terça-feira, novembro 26, 2013

Eleições Europeias

Daqui a sensivelmente meio ano a Europa dos 27 terá eleições para o Parlamento Europeu.
Num tempo difícil, marcado por uma crise económica que teima em não desaparecer e por convulsões sociais (especialmente nos países do sul) que tudo indica tem tendência para continuarem e não para se esbaterem como seria desejável.
As eleições europeias, em Portugal, caracterizam-se essencialmente por duas realidades:
Uma, semelhante ao que se passa no resto da Europa, que se prende com taxas elevadíssimas de abstenção.
A outra, mais "caseira", e que tem a ver com o aproveitar da oportunidade pelos eleitores para mostrarem a sua insatisfação relativamente ao governo em funções.
Foi sempre assim desde as primeiras eleições  em Portugal para o parlamento europeu.
O que significa que os partidos no poder, e que já anunciaram concorrer ás eleições europeias em listas conjuntas (e bem do meu ponto de vista), face á "elevada" popularidade que gozam junto de sectores significativos da sociedade portuguesa tem de preparar essas eleições com um cuidado imenso para tentarem (e não é certo que consigam) evitar descalabro idêntico ao das autárquicas.
Creio que todas as cautelas se devem centrar na escolha dos candidatos.
Que não podem ser nem membros do governo em busca de uma vida mais tranquila nem aqueles "cromos repetidos" que aparecem nestas alturas em nome de um peso eleitoral que não tem nem nunca tiveram.
Outro erro a evitar, porque perigoso, é transformar o parlamento europeu numa reforma dourada para autarcas que não se puderam voltar a candidatar ou para aqueles que depois de longas carreiras perderam eleições.
Acredito que o povo castigará severamente erros como esse.
Talvez o primeiro critério seja avaliar criteriosamente o trabalho dos actuais deputados europeus.
E em face do mérito decidir quais devem continuar.
E depois preencher o resto da lista ( e lugares elegíveis são poucos) com candidato(a)s que constituam uma real mais valia politica e eleitoral.
Deixo apenas uma nota mais regional digamos assim.
Na actual lista de deputados europeus o deputado minhoto(eu sei que a lista é nacional mas também avalio o trabalho efectuado nesta região) José Manuel Fernandes destacou-se quer pelo que fez em Bruxelas/Estrasburgo quer pela atenção que deu a toda esta região e pelo trabalho que fez em prol dela.
Não faço ideia se ele quer continuar no Parlamento Europeu.
Se quiser acho que fez mais do que o suficiente para merecer continuar.
Se não quiser espero que os decisores se lembrem que Braga foi o único distrito do país em que o PSD cresceu nas ultimas autárquicas mantendo todas as câmaras que tinha e ganhando duas ao PS entre as quais a capital do distrito.
Seria outro erro crasso esquecer isso.
Quem avisa...
Depois Falamos

Mais Vitória

Gosto muito desta placa em boa hora afixada numa parede do pavilhão do Vitória.
Desde logo porque é um justo reconhecimento a todos aqueles (atletas,técnicos, seccionistas e directores) que ao longo dos anos deram um importante contributo para o nosso palmarés de clube desportivo eclético e formador de jovens.
Depois porque confirma aquela que é ,desde há dezenas de anos, uma imagem de marca do nosso clube que importa preservar a todo o custo.
O ecletismo.
Que nos dá grandeza, palmarés, inserção na comunidade e permite retribuir através da prática desportiva de milhares de jovens ao longo dos anos todo o apoio que Guimarães e os vimaranenses sempre deram ao Vitória.
Da placa constam os mais diversos títulos:
Regionais, Nacionais e Mundiais obtidos por atletas e equipas do Vitória.
Numa variedade de modalidades que nos orgulha:
Hóquei em patins, voleibol, atletismo, andebol, natação, basquetebol, pólo aquático, kickboxing, judo e futebol de praia.
Dez ao todo.
Algumas já não se praticam no clube (como o saudoso hóquei em patins ,de que os vitorianos mais velhos falam com enorme nostalgia,ou o andebol que foi durante anos a segunda modalidade em praticantes) mas fazem parte da nossa História e o Vitória estar-lhes -á sempre grato pelo contributo que deram para o seu engrandecimento.
É inequívoco que esta ultima dúzia de anos foi a melhor de sempre em termos de conquistas fruto de uma aposta mais consistente nas modalidades e da chegada ao clube de duas que deram significativo contributo.
O basquetebol e o kickboxing que vieram juntar-se ao voleibol e à natação como as modalidades mais conquistadoras do Vitória.
Sendo certo, sem qualquer desprimor para as outras, que por razões de mediatismo e implantação nacional os títulos ganhos no basquetebol e voleibol tem especial importância para o clube.
Há mais Vitória para lá do futebol.
E isso é um orgulho para todos os vitorianos.
Depois Falamos

segunda-feira, novembro 25, 2013

Outra Vez!

Já começa a cansar.
Outra derrota.
Outra vez por 0-1.
Outra vez com o jogo a acabar.
E mais uma vez sem merecer tão pesado castigo depois de um jogo em que o Vitória foi quase sempre superior ao Sporting rubricando uma boa exibição e construindo algumas oportunidades de golo que foi desperdiçando ao mesmo ritmo que as construía.
Hoje o Vitória jogou bem.
Muito por força das alterações introduzidas por Rui Vitória ao lançar de inicio Tomané e Amorim que rubricaram duas boas exibições e deram vivacidade(e velocidade) ao flanco direito de forma poucas vezes vistas esta época.
Mas a equipa esteve globalmente bem com André André a rubricar uma das suas melhores exibições com a nossa camisola bem coadjuvado por André Santos e Olimpio que ganharam claramente a batalha do meio campo a uma equipa sportinguista que não conseguiu travar o bom futebol produzido pela intermediária vimaranense.
O problema, uma vez mais, esteve na ineficácia a concretizar.
Maazou bem tentou, com dois perigosos remates, mas não conseguiu.
E o mesmo sucedeu com Tomané, com Barrientos, com André Santos e por aí fora.
Depois uma bola perdida na área que Abdoulaye não conseguiu afastar da melhor forma permitiu que o Sporting fizesse o golo que decidiu o jogo.
E os jogos ganham-se com golos não com estatísticas.
Factos positivos: o bom futebol praticado, as boas exibições de André André(melhor em campo) André Santos,Paulo Oliveira e Tomané.
A excelente estreia de Amorim que tem tudo para ser "dono" do lugar.
E a boa arbitragem de Paulo Baptista sem qualquer influência no resultado.
Facto negativos: A ineficácia das substituições, a confirmação de que Plange e Ricardo não tem ainda "andamento" para o futebol de 1ªliga e a estranheza pela não utilização de Crivellaro e o ostracismo a que parece estar votado Russi.
Não contesto que a equipa técnica tenha razão nas suas opções.
Trabalha com os jogadores todos os dias e sabe melhor que ninguém qual o seu estado de forma.
Eu só queria era perceber melhor algumas das opções.
Depois Falamos

P.S. Deve recordar-se, porque oportuno, que as ausências de Marco Matias e Malonga tem peso importante nas opções de Rui Vitória.

sábado, novembro 23, 2013

Mundial...

O mundial de 2014  a disputar em Junho/Julho do próximo ano vai certamente concitar as atenções de muitos milhões de pessoas com um interesse em crescendo a partir do 6 de Dezembro quando na Baía for efectuado o sorteio da fase final.
Aí cada país apurado saberá quem são os seus adversários e a prova começará a fervilhar de interesse.
É comum dizer-se, e será verdade, que a Inglaterra é a pátria do futebol.
Mas o Brasil é, do meu ponto de vista, o país onde o futebol é rei e no qual mais pessoas nascem com habilidade natural para a sua prática.
E depois, não o podemos esquecer, é o único que ostenta cinco títulos mundiais no seu palmarés.
1958/1962/1970 no tempo de Pélé, Tostão, Zagalo(jogador e treinador)Nilton Santos, Jairzinho e tantos outros.
Depois em 1994 no auge da dupla Romário e Bebeto.
E em 2002, com Scolari a treinador tal como agora, com Ronaldo, Ronaldinho e afins.
"Faltam" ao Brasil dois títulos.
O de 1950 quando em pleno Maracanã o Uruguai fez a desfeita que o Brasil nunca mais esqueceu e o de 1982 em que uma equipa fabulosa (Zico,Sócrates, Júnior,Falcão, etc) foi "abatida" nos quartos de final pelo futebol "cínico" da Itália e uma tarde perfeita de Paolo Rossi.
E por isso o Brasil aguarda com tremenda expectativa o próximo Mundial.
Sabendo que terá pela frente equipas fortíssimas como a Alemanha, a Argentina, a Itália e a Espanha campeã mundial em titulo num tempo em que com a excepção de Neymar já não há no Brasil os super talentos que fizeram a sua História ganhadora.
Pior:
Vão assistir ,tudo o indica, no seu próprio solo (leia-se estádios) a um duelo que é a nível planetário entre os dois melhores jogadores do mundo.
Messi, dos arqui rivais argentinos, e Ronaldo dos portugueses que jogavam de "tamancos" como os brasileiros se referiam depreciativamente aos futebolistas portugueses ao longo dos anos.
Curiosa ironia esta.
Quando 63 anos depois o Mundial volta ao Brasil os melhores do mundo são um português e um argentino.
Provavelmente as duas nacionalidades em que os brasileiros menos gostariam que isso se verificasse.
Promete o Brasil 2014...
Depois Falamos

"Pepsifobia".

Imagem de capa da página de Facebook "Nunca mais vou beber Pepsi"

Devo dizer em abono da verdade que não gosto de Pepsi.
Nunca gostei.
Pelo sabor da bebida nada mais!
Nesse tipo de refrigerante sempre preferi a Coca Cola original (embora a com sabor a baunilha também seja do meu agrado) pelo que em termos de bebidas o assunto fica por aqui.
Vamos ao resto.
O duplo triunfo sobre a Suécia, em especial no segundo jogo pelas caracteristicas de que se revestiu, despertou no país um entusiasmo pela selecção como há muito não se via porque o apuramento para um mundial tão especial como é o do Brasil chegou a estar bem tremido.
A par desse entusiasmo aconteceu, e continua a acontecer, uma imensa "Ronaldomania" bem justificada pela importância do jogador no apuramento de Portugal.
A que estupidamente Blatter também ajudou bastante.
Bem como a para nós sempre agradável sensação de ver o país pobre ganhar ao país rico!
Fenómeno estranho, isso sim, foi a "Pepsifobia" que tomou conta dos portugueses mesmo de muitos que nem ligam ao futebol.
É verdade que o anúncio da Pepsi sueca é de mau gosto, imbecil, traduzindo a tal arrogância dos ricos face aos pobres.
Mas mesmo com o sadismo do boneco a representar Ronaldo e Portugal ser atropelado pelo comboio e ficar com a cabeça esmagada por uma lata da bebida era apenas um anúncio publicitário.
Estúpido mas anúncio.
Então o que terá desatado esta onda de indignação que leva a página de facebook acima referida a ter mais de 180.000 "Gosto" em três dias, que inundou as redes sociais de fotografias(com recurso a photoshop) engraçadissimas nalguns casos, que mobilizou o engenho e o espírito gozão de tantos portugueses em tão pouco tempo?
O futebol? Ronaldo? A selecção?
Penso que não.
Do meu ponto de vista a Pepsi, além da infelicidade do anúncio, teve o azar de aparecer aos olhos dos portugueses como mais alguém que nos quer esmagar (até no comboio e na lata a Pepsi teve azar) sem respeito nem consideração.
Fartos da "troika", fartos dos "mercados", fartos das agências de rating", fartos das multinacionais que nos exploram, fartos da Europa rica insensível aos problemas da Europa pobre, os portugueses viram neste anúncio da Pepsi a corporização de todos os males que nos afectam e das sobrancerias com que nos humilham.
Mas com uma diferença fundamental.
É que a estes (Pepsi e Suécia) Portugal venceu.
E toda esta raiva  que os portugueses descarregam sobre a Pepsi é, no fundo, um enorme manguito (à Zé Povinho) a todos os outros que ainda não conseguimos vencer.
É uma interpretação pessoal que faço desta "Pepsifobia".
Depois Falamos.

sexta-feira, novembro 22, 2013

50 Anos Depois

Completam-se hoje 50 anos sobre o assassinato de John F. Kennedy em Dallas.
Meio século passado ainda hoje não se sabe quem foram os mandantes e os executores do crime (lembra irresistivelmente...Camarate) sendo certo que a tese do atirador solitário tão defendida pelo relatório da Comissão Warren não passa de uma história da carochinha.
Está mais que provado que era impossível, em especial com a arma utilizada, disparar três tiros em oito segundos (e já nem vou falar da questão de acertar num"alvo" em movimento a dezenas de metros) para além do filme de Zapruder mostrar claramente que Kennedy foi atingido por trás e depois pela frente no tiro fatal.
Lee Harvey Oswalda mais que um dos assassinos foi um "bode expiatório" ao serviço dos verdadeiros responsáveis.
Fossem eles a Máfia, os exilados anti castristas, o próprio regime cubano,o KGB, a CIA, o complexo industrial-militar americano que receava que Kennedy ordenasse a saída do país da guerra(ainda no inicio)do Vietname ou quaisquer outros.
Sou um admirador de John Kennedy não o escondo.
Do filho de pai riquíssimo que se alistou para combater na II guerra mundial onde praticou actos de heroísmo que lhe valeram condecorações várias.
Do escritor que com "Perfis de Coragem" venceu o prémio Pulitzer.
Do Presidente que definiu o Espaço como a "Nova Fronteira", que se bateu pelos direitos cívicos e políticos da população negra, que em Berlim soube assumir um compromisso de defesa da Europa Ocidental e dos seus valores, que na crise dos misseis teve a firmeza de não ceder conseguindo evitar uma confrontação de consequências imprevisiveis.
Também cometeu erros (Baía dos Porcos por exemplo),também tomou más decisões e fez opções mais que discutíveis mas errar é humano.
Pessoalmente prefiro recordá-lo como um grande presidente que se bateu por causas e princípios.
Que sonhou novos limites para a humanidade.
E que "partiu" muito mais cedo do que merecia e do que a América e o mundo precisavam.
Depois Falamos.

P.S Theodore Sorensen que foi seu colaborador próximo e depois biógrafo escreveu que "...fomos todos mais felizes por termos vivido no tempo de John Kennedy..."
E creio que tinha toda a razão.

O Inscrito

Pacheco Pereira afirmava ontem na Aula Magna, em mais uma notável exibição do oportunismo politico e pessoal que o caracteriza, que faz parte de uma ,minoria em extinção no PSD.
Não Pacheco Pereira.
Você não faz parte de uma minoria no PSD.
Porque você não é nem nunca foi do PSD.
Aproveitou-se do PSD, ao sabor dos seus interesses, o que é muito diferente.
Graças ao PSD foi deputados várias vezes, graças ao PSD foi deputado europeu, graças à falácia de se dizer do PSD ocupa espaços de comentário na comunicação social que nunca teria se não fosse essa suposta militância num partido a que ao longo dos anos fez muito mais mal do que bem.
Porque a notoriedade do comentador Pacheco Pereira vem na razão directa das criticas ao PSD, aos governos do PSD ,aos líderes do PSD que não lhe agradaram e foram quase todos em bom rigor.
E não me custa nada a crer que os rendimentos desses espaços de comentários também serão tão mais altos quanto pior diga do PSD.
Pela simples razão de que qualquer participante em espaços desses defende, antes de mais, o seu partido.
Um comentador que por norma arrasa o "seu "partido é uma raridade, como um panda, e as raridades pagam-se mais caro do que aquilo que é o normal.
Por isso o inscrito no PSD (não quero ofender os militantes considerando-o um deles !) embora leve a vidinha à boleia do PSD não tem pejo nenhum em fazer do partido um instrumento de promoção pessoal e o alvo costumeiro de criticas que só não são mais arrasadores porque Pacheco Pereira tem a credibilidade que tem.
E não me esqueço nunca que quando o PSD lutava por um estado direito, por uma democracia parlamentar, pela instauração de um regime democrático nos anos dificílimos do PREC o senhor Pacheco Pereira estava do outro lado.
Do lado da ditadura do proletariado, do marxismo-leninismo, da luta contra o PSD, o PS,o CDS em suma os partidos que defendiam a democracia como hoje temos.
Como sempre,é a sua imagem de marca, Pacheco Pereira estava do lado mais confortável, menos difícil, mais na moda.
Creio que alguém que protagoniza um combate cerrado ao partido em que está inscrito devia dele sair por uma questão de coerência e dignidade.
Impede-o a falta de vergonha.
E o lucro de estando inscrito no partido ser um dos seus maiores inimigos.
Depois Falamos

P.S. Claro que uma direcção do partido tão célere a suspender militantes de Gaia, com base em denuncias sem processo disciplinar nem direito de defesa, devia tomar uma posição de defesa do bom nome do partido e do governo face ás catalinárias do inscrito.
Mas receio bem que seja mais um caso de "fortes com os fracos e fracos com os fortes".
Espero estar enganado...

quinta-feira, novembro 21, 2013

Os 23 de P.Bento

A seis meses do inicio do mundial do Brasil é, naturalmente, um exercico especulativo tentar adivinhar quem são os 23 jogadores que Paulo Bento vai levar à competição.
Em seis meses acontece muita coisa, de lesões a abaixamentos de forma passando pela (pouco provável) aparição de novos talentos, pelo que para esta tentativa de antecipar quem serão os convocados teremos naturalmente de partir do principio de que não haverá lesões que impossibilitem presenças.
Especialmente num caso isso seria quase catastrófico...
Olhando para os jogadores em que PB tem apostado de forma consistente as coisas apontam para haver 16 ou 17 lugares "cativos" e meia dúzia em aberto.
No que toca a guarda redes creio que Rui Patrício, Beto e Eduardo estão garantidos.
Nas laterais há três jogadores que tudo indica terão lugar assegurado: Fábio Coentrão, Antunes e João Pereira.
Falta um segundo lateral direito deverá sair do lote Sílvio, Miguel Lopes, Cédric ou André Almeida.
Nos centrais julgo que dificilmente se fugirá de um quarteto constituído por Bruno Alves,Pepe,Ricardo Costa e Neto.
Os dois primeiros são indiscutiveis, o terceiro faz vários lugares e vai ao terceiro mundial o que em termos de experiência é importante, e Neto tem sido chamado e correspondeu quando jogou embora seja o elo mais fraco deste quarteto.
Á espreita estarão nomes como Sereno, Paulo Oliveira ou José Fonte.
No meio campo há três indiscutiveis.
Moutinho, Miguel Veloso e Raul Meireles.
Mas é o sector em que há mais vagas.
Ruben Micael, William Carvalho, Ruben Amorim, Josué, Adrien,Manuel Fernandes são alguns dos nomes que vão lutar pela presença no Brasil.
Na frente há também duvidas:
Sendo certos os nomes de Ronaldo, Postiga, Nani e Hugo Almeida há outros "interessados":
Varela,Danny, Licá, Vieirinha, Eder, Nélson Oliveira, Bruma, Ricardo e Quaresma se se confirmar o regresso ao FCP e portanto ao futebol de alta competição.
Grosso modo deve andar de volta destes nomes o quadro final dos 23 convocados.
Mas até Maio ainda corre muita água debaixo das pontes do nosso futebol.
Depois Falamos

P.S. Recuso-me pura e simplesmente a considerar, sequer, a possibilidade de incluir brasileiros apressadamente naturalizados nestas hipoteses de convocados.

quarta-feira, novembro 20, 2013

Duelo Imprevisto

Muito se tinha falado, nas ultimas semanas, no ansiado play off entre Portugal e Suécia e ao atractivo suplementar constituído pelo confronto entre Cristiano Ronaldo e Zlatam Ibrahimovic dois futebolistas de topo a nível mundial.
No que nunca ninguém pensou, de tão improvável que era, foi que á margem da disputa futebolistica viesse a travar-se mais um episódio de uma guerra quase centenária entre duas marcas de refrigerantes conhecidas a nível mundial.
Coca Cola e Pepsi Cola.
Tudo porque a Pepsi Cola sueca decidiu fazer uma publicidade em volta do jogo em que a selecção portuguesa e Ronaldo eram tratados de uma forma desprestigiante enquanto a selecção sueca e Ibrahimovic eram promovidos ao nível de vencedores antecipados do jogo.
Tiveram azar.
Porque Portugal ganhou e a campanha publicitaria sueca teve um repúdio generalizado em Portugal, de artigos de jornais ás redes sociais, que nem o apressado pedido de desculpas da Pepsi portuguesa conseguiu atenuar quanto mais resolver.
Porque em cima da euforia de um triunfo justíssimo e de uma exibição monumental de Ronaldo nada podia cair pior do que a divulgação das imagens dessa campanha.
E , sem patriotismos exacerbados ou dando ao assunto mais importância do que ele tem, admira-me como é que uma multinacional tão poderosa e que faz do marketing uma ferramenta essencial cometeu um erro tão básico e que só vai reverter a favor da grande rival.
Porque o pouco que terá ganho na Suécia com a pobre campanha não compensa o muito que está a perder em Portugal.
E a Coca Cola, sem mexer uma palha ou gastar um euro, teve uma promoção fantástica e de que não estaria á espera.
Ainda por cima á custa da rival Pepsi.
Depois Falamos

P.S. As campanhas anti Pepsi no meu caso particular não terão o mínimo efeito.
Prefiro, desde sempre, a Coca Cola.

terça-feira, novembro 19, 2013

Olá Brasil

Antes de se falar de Ronaldo é importante que se diga o seguinte.
Portugal apenas teve de disputar o play off porque bem á portuguesa desperdiçou oportunidades atrás de oportunidades para lograr um apuramento directo que estava perfeitamente ao seu alcance.
Mas uma vez no "mata,mata", e como nos é habitual, fomos capazes de fazer aquilo que nos era exigido e conseguir um apuramento totalmente merecido.
Portugal foi melhor que a Suécia no jogo de Lisboa e muito melhor no de Estocolmo.
Venceu os dois jogos de forma convincente e hoje, outra vez bem á portuguesa, complicou o que estava a ser fácil e chegou a fazer passar a ideia de que o apuramento podia estar em perigo.
E aqui "entra " Ronaldo.
Que faz quatro golos no conjunto dos dois jogos, hoje um hat trick a jogar em casa do adversário, e esteve perto de ainda aumentar esse extraordinário pecúlio com remates (só hoje foram quatro) que estiveram muito perto de entrar.
Penso que hoje ( e não vou entrar porque nunca o fiz, nem farei, na discussão de quem é melhor se ele se Messi) confirmou que em 2013 foi o melhor jogador do mundo e merece amplamente a "Bola de Ouro" a consagrar isso mesmo.
E cala de uma vez por todas aqueles que em Portugal o acusavam de render menos na selecção do que nos clubes fossem eles o Manchester United ou o Real Madrid.
Agora não nos iludamos.
Ronaldo é um génio do futebol, que por si só dá uma tremenda mais valia a qualquer equipa, mas o resto da selecção não tem a qualidade suficiente para o acompanhar na luta por um titulo mundial.
Moutinho é excelente, Pepe e Bruno Alves uma óptima dupla de centrais, Coentrão um lateral de grande qualidade, mas a partir daí "apenas" temos bons jogadores que não chegam para constituir o núcleo duro de uma equipa que aspire a ser campeã do mundo.
Hoje, e para além do "extraterrestre" Ronaldo, gostei muito de Moutinho e da dupla de centrais pese embora o primeiro golo sueco ter sido na sua área de responsabilidade.
Rui Patrício sem culpa nos golos ainda evitou dissabores maiores e Antunes voltou a entrar muito bem e demonstrou que em termos de laterais esquerdos com ele e Coentrão estamos perfeitamente tranquilos.
Agora é de esperar que até Junho do ano que vem a selecção possa preparar da melhor forma a participação no Mundial e seja poupada a lesões durante os próximos meses.
Depois Falamos

P.S. É evidente que Ibrahimovic vai fazer falta ao Mundial.
Mas Ronaldo faria muita mais!
E Portugal vai á sua oitava grande competição (mundiais e europeus)consecutiva desde 2000 o que é francamente notável.
Ronaldo e Ricardo Costa, esses, vão para o seu terceiro mundial o que é igualmente assinalável.

Nike vs Lacatoni

  
 Publiquei este texto no site da Associação Vitória Sempre

Sou de um tempo, o que não é grande vantagem, em que os equipamentos dos clubes incluindo o Vitória eram de produção artesanal sem qualquer marca de artigos desportivos a fornecê-los.
Feitos em confecções da região, no nosso caso, eram totalmente brancos ou com calção preto (como gosto mais) apenas se usando a camisola preta alternativa quando defrontávamos o Farense e poucas mais ocasiões.
Não havia marcas, nem publicidade nos equipamentos, nem nome nas camisolas.
Depois as coisas foram-se modificando, muito em especial depois do Mundial de 1974 na Alemanha, com as marcas a aparecerem em força no futebol e a vestirem praticamente todas as equipas que disputam competições profissionais e não só.
O Vitória não fugiu a essa regra.
E muitas passaram pelo clube.
Adidas, Le Coq Sportif, John Smith, Kappa, Olympic, Umbro, Hummel entre outras de que não me recordo até chegarmos à Lacatoni.
Que é portuguesa, é da região, fornecia em boas condições para o clube mas foi sempre uma mal-amada dos adeptos por razões várias.
Desde a qualidade das camisolas, ao design das mesmas, passando pelo equipar clubes desde a I liga até aos distritais.
Pessoalmente, e talvez saudoso de magníficos equipamentos do passado das marcas acima referidas, nunca fui um entusiasta da Lacatoni e sempre manifestei o desejo de ver o Vitória um dia vestir Nike a maior marca mundial de artigos desportivos e que equipa alguns dos melhores clubes e selecções do mundo inteiro.
Portugal e Brasil, Barcelona e Manchester United, são apenas dois exemplos do afirmado.
Quis o destino, e a vontade dos homens, que a época passada marcasse o final da ligação do Vitória á Lacatoni e o início de um contrato com a …Nike.
Mas o destino por vezes é irónico.
A Lacatoni (e a Pop) fizeram na despedida os equipamentos mais bonitos que a marca forneceu ao Vitória durante os anos de ligação ao clube: as camisolas branca e preta eram francamente bonitas e a branca com a cruz azul da fundação da nacionalidade (não por acaso muitos adeptos chamavam-lhe a camisola do Afonso Henriques) foi o enorme sucesso que se sabe.
A acrescentar a isto ainda fizeram uma camisola para a final de taça que também ela era lindíssima.
E onde está a ironia?
Está no facto de a desejada Nike ter entrado no clube com três camisolas…fraquinhas.
A branca ainda se tolera mas a preta é francamente feia e a dourada das competições europeias é também ela decepcionante.
Sei que são produtos de catálogo por não ter existido tempo para mais.
Mas não era esta Nike que eu “sonhava” ver equipar o Vitória mas sim a Nike que faz equipamentos fabulosos para as grandes equipas e selecções que todos conhecemos e admiramos.
Ao que me dizem na próxima época será bem diferente.
E aí a Nike produzirá equipamentos com desenho exclusivo e não produtos de catálogo capazes de traduzirem uma efectiva ligação entre o clube e a região e susceptiveis de entusiasmarem os adeptos a comprá-los.
Porque ao preço que hoje custa uma camisola convém que para além do gosto do adepto em usar algo idêntico aos jogadores sinta também que compra algo que lhe agrade do ponto de vista estético.
Para já os equipamentos não cumprem esse desiderato.
De registar positivamente, isso sim, que a chegada da marca americana já provocou significativas alterações para bem melhor na decoração das duas lojas do Vitória que tem agora um aspecto muito mais atractivo e agradável à vista.
Espera-se, há já algum tempo, é que essa mudança seja complementada com uma diversidade muito maior do merchandising disponível (da Nike e não só) porque nessa matéria da Lacatoni para a Nike não houve qualquer evolução.
E uma loja do Vitória onde não se vendem bolas com o símbolo do clube, onde não há bonés paras o sol com o emblema do Vitória, onde a linha infantil (segmento de mercado a que os grandes clubes dão a máxima prioridade) é incipiente não está a cumprir cabalmente as suas funções nem a dar ao Vitória o contributo exigível.
E estes são apenas três exemplos de muitos que poderiam ser dados.
De qualquer forma já “temos” a Nike a equipar o Vitória e isso é extremamente positivo.
Porque a nós Vitória o que serve estrategicamente são as parcerias com marcas de referência a nível mundial.
Dá-nos dimensão.
E obriga-nos a sermos cada vez mais exigentes connosco próprios

Os Ex

Neste caso os ex presidentes de câmara.
Que por força da alteração da lei, e da introdução do principio da limitação de mandatos, se viram impossibilitados de se recandidatarem aos municípios a que presidiam há pelo menos três mandatos embora alguns há bastante mais.
E não deixa de ser curioso, tomando como exemplo o distrito de Braga mas não só, comparar as atitudes tão diversas que foram tomadas por um conjunto relativamente vasto de autarcas nessas condições.
Uns, provavelmente os mais felizes na opção, deram por finda a sua carreira autárquica e regressaram ás suas empresas ou ás suas profissões conseguindo assim o respeito de todos.
Outros houve que por razões politicas ou até motivação pessoal se "refugiaram" na presidências das assembleias municipais dos municípios a que tinham presidido, recusando-se a abandonar definitivamente a autarquia, e optando por uma "morte lenta" ao invés de um corte definitivo.
No fundo são um pouco como os carros de Fórmula 1 que ao abandonarem a pista tem de passar pela zona de desaceleração antes de encostarem á box.
É uma opção que humanamente se percebe mas que para os próprios, especialmente aqueles que insistem em marcar presença diária no município até gerando incómodo nos sucessores, acabará por se tornar dolorosa.
Porque vivem numa ficção que não tem correspondência com a realidade.
Outros há que incapazes de abandonarem o poder foram tentar a sua manutenção noutro município (no distrito de Braga não há nenhum caso destes) vizinho candidatando-se e...perdendo.
Foi a opção mais triste.
Ou porque perderam e renunciaram aos mandatos, saindo por uma porta baixinha, ou se mantém como vereadores(até com pelouros nalguns casos) assistindo ao exercício da liderança por adversários que não foram capazes de derrotar.
É uma opção triste mas foram eles que a escolheram!
E há um quarto caso.
O daqueles que saíram, não se candidataram a mais nenhum município, mas acalentam o desejo de em 2017 voltarem à presidência de um município que consideram como "seu" e trabalham activamente para isso pese embora as autárquicas terem sido apenas mês e meio atrás.
E , por "sui generis" que pareça, esses casos tanto existem para municípios que foram ganhos por outra força politica como para municípios ganhos pelo mesmo partido e que tem na presidência aqueles que teoricamente deveriam ser os seus sucessores e por eles apoiados!
São aqueles que de facto parecem nada ,mais saberem fazer na vida.
No fundo como ontem me dizia um amigo meu, socialista e com larga experiência da vida e das autarquias, é uma graça de Deus saber sair a tempo e pelo próprio pé.
Depois Falamos

P.S: Há um quinto caso mas que não se insere neste contexto. O daqueles que saíram, por força da lei, e indo candidatar-se a municípios vizinhos ganharam as eleições.
São, digamos assim, os percursores da institucionalização das presidências de câmara como profissão!

segunda-feira, novembro 18, 2013

Rui Vitória

No Vitória, como em qualquer instituição, não há infalíveis nem insubstituiveis.
E imprescindivel só o símbolo do clube.
Por cá passaram grandes dirigentes, excelentes treinadores, inesqueciveis jogadores que cumpriram ciclos (uns maiores e outros menores) ao serviço do clube e se foram embora uns mais cedo e outros mais tarde  do que deviam sem que a continuidade e a grandeza do clube fosse posta minimamente em causa.
Rui Vitória é um homem com lugar garantido na nossa História.
Pela vitória no Jamor, sem duvida, mas também pela forma altamente responsável e profissional como soube gerir tempos de grande dificuldade para o clube sem uma palavra critica, sem uma demonstração de amargura (e teve razão para tê-las),pondo os interesses do Vitória antes de tudo o mais.
Incluindo os dele próprios e dos seus leais colaboradores.
Falo de Rui Vitória com todo o á vontade.
Porque na campanha eleitoral de 2012 eu e o presidente Júlio Mendes demos a cara por ele, assegurando que seria o nosso treinador caso ganhássemos as eleições, num tempo em que a sua popularidade no seio dos adeptos estava longe da que é hoje.
Tal como lhe renovamos o contrato, faz agora um ano, numa altura em que ainda não tinha ganho nada para o clube.
Tudo isto para dizer que estando certo que um dia RV sairá do nosso clube estou igualmente certo que esse dia ainda vem longe e que ele ainda tem muito para fazer no Vitória.
Como todos os vitorianos estou preocupado com esta sequência de resultados negativos a que as duas derrotas com o Leixões dão um cariz especialmente negro.
Mas como quase todos (nestas matérias a unanimidade é impossível) estou certo que RV é de longe o treinador mais adequado para inverter o ciclo negativo e repor o clube na senda das vitórias.
Porque ele já deu sobejas provas de que é capaz de resolver situações difíceis.
Recordemos:
Chegou ao clube para substituir Manuel Machado, herdando o plantel feito por este (e por Emílio Macedo da Silva nalguns casos em desacordo com o treinador), e conseguiu levar até ao fim uma época muito difícil pelas razões de todos conhecidas.
No final da mesma, por razões financeiras e técnicas, viu sair um lote de jogadores importante.
Pedro Mendes, Nuno Assis, Nilson, Edgar, João Alves,Targino, Faouzi,Urreta, Paulo Sérgio.
Refez a equipa.
Na época passada ,ao terceiro jogo, viu Bruno Teles ser transferido para a Rússia.
Ainda em Agosto, e na mesma semana, viu Amorim e Dinis lesionarem-se com gravidade e perderem praticamente o resto da época.
Pouco antes do Natal Toscano regressou ao Brasil.
Em Janeiro foi Defendi que seguiu o mesmo caminho.
Continuou a refazer a equipa.
Contando com o precioso auxilio, é verdade, da equipa B onde Luiz Felipe tinha os jogadores em "ponto de rebuçado" para ascenderem á principal formação. E foram muitos aqueles a que Rui Vitória recorreu.
Paulo Oliveira, Tiago Rodrigues, Kanu, André Matos, Crivellaro, Gonçalo,Pedro Lemos,Diogo Lamelas, Rafael Vieira, Siaka Bamba entre outros.
Jovens talentosos, bem preparados...mas jovens e sem experiência ao nível de 1ª liga.
Soube tirar deles o partido necessário.
E ganhou a taça de Portugal.
No inicio desta época, e se calhar um pouco ao contrário do que ele estaria a contar, outra...razia.
Soudani, Baldé, Ricardo, Adoua, Tiago Rodrigues, N'Diaye, João Ribeiro saíram.
O "capitão" Alex terminou a carreira.
E RV voltou a ter de refazer uma equipa.
Sabendo que tinha de competir em cinco frentes e constatando que ao contrário do que qualquer treinador gosta nem todos os reforços fariam a pré época com a equipa.
A acrescentar a tudo isto a equipa tem-se debatido com lesões (Maazou, Malonga, Marco Matias)no sector ofensivo que a debilitaram nas ultimas semanas e logo face um ciclo decisivo de jogos.
Quero com isto dizer que RV não tem responsabilidades nesta sequência de maus resultados?
Tem.
É o "comandante" da equipa e é ele que toma as principais decisões tácticas e técnicas.
E sendo um homem inteligente será certamente o primeiro a estar ciente de que algumas coisas tem de mudar para que a equipa volte a uma senda vitoriosa.
Desde o modelo de jogo a algumas opções que tem feito e que não terão sido as mais felizes.
Quer nos que jogaram e não corresponderam quer nos que não foram opção e podiam ter sido!
Acredito em Rui Vitória.
Acredito na sua equipa técnica.
E acho que não só tem todas as condições para continuar a ser o nosso treinador por mais uns anos como é a pessoa mais indicada para liderar a equipa nesta saída da crise que se deseja rápida.
Não por ter ganho a taça de Portugal.
Mas porque todos os anos tem sabido resolver problemas complexos com profissionalismo, inteligência e um imenso respeito pelo clube.
Depois Falamos

domingo, novembro 17, 2013

DesLIGAdos

Foto: www.vitoriasc.pt /João Santos

Ausente de Guimarães não tive oportunidade de assistir ao jogo.
Ouvi trechos do relato e li na imprensa e nas redes sociais as mais diversas opiniões sobre esta imprevista eliminação do Vitória da taça da liga face a um clube de escalão inferior como é o caso do Leixões.
Que alguns, nomeadamente na imprensa portuense, consideram "rival" nosso vá-se lá saber porquê!
E do que li concluo o seguuinte:
O Vitória não fez uma boa exibição, muito longe disso, mas terá feito o suficiente para vencer o jogo e a eliminatória.
Não o conseguiu por força da já habitual incapacidade concretizadora, de alguns remates que esbarraram nos ferros e algum "azar" como no autogolo de André Santos.
Ao invés os matosinhenses terão feito pela vida e souberam aproveitar a "sorte" do jogo para triunfarem novamente sobre o Vitória, pelo mesmo resultado, e seguirem em frente na competição.
Deve dizer-se que foi um duro revés para o Vitória.
Muito em especial logo depois de ter sido eliminado da taça de Portugal pelo FCP que também já nos tinha ganho a supertaça.
Porque a taça da liga era um objectivo para esta época, fazendo fé nas palavras de Rui Vitória após a derrota com o Porto, mas também porque esta foi a quinta derrota (quarta consecutiva) nos ultimos seis jogos e isso faz soar as campainhas de alarme na véspera da recepção ao Sporting e da decisiva deslocação a Rijeka.
Não é, obviamente, uma situação dramática nem a exigir "revoluções", mas é um sinal claro de que algumas coisas na equipa e no plantel terão de mudar para que não cheguemos a meados de Dezembro numa situação que ninguém esperaria semanas atrás.
Depois Falamos.

sexta-feira, novembro 15, 2013

Melhor que Nada!


Portugal iniciou hoje o play off que o conduzirá, ou não, ao Mundial de 2014 no Brasil.
E começou bem.
Ganhando, que era a obrigação primeira, mas também jogando bom futebol(em especial na segunda parte) e empurrando os suecos para uma atitude permanentemente defensiva apenas pontuada por dois ou três ataques perigosos em especial no primeiro período.
Boa circulação de bola, variedade entre atacar pelos flancos ou pelo centro do terreno, algumas boas situações de golo que os defesas e o guarda redes sueco foram evitando tanto quanto puderam.
Gostei da exibição colectiva.
Na qual destacaria as excelentes prestações de Fábio Coentrão, João Moutinho e Miguel Veloso.
Para mim os melhores numa equipa que esteve globalmente bem embora Nani possa agradecer a benevolência de Paulo Bento que o manteve até final mesmo com uma exibição demasiado apagada para o que pode e sabe.
Quanto ao aguardado "duelo" entre Ronaldo e Ibrahimovic ele não teve lugar por falta de comparência do sueco autor de uma exibição apagadissima e que pouco mais fez do que andar por ali.
Ronaldo não fez uma exibição de encher o olho, é verdade, mas marcou o golo e atirou logo a seguir uma bola á barra que teria praticamente resolvido o play off.
Para além de outras jogadas (sensacional o o toque de calcanhar para Coentrão logo no inicio do jogo)em que deixou a sua marca.
Falta o segundo jogo.
Difícil, a exigir grande concentração e espírito de sacrifício.
Mas depois do que vi hoje acredito que em condições normais estaremos no Mundial.
Uma nota final para o árbitro.
Teria feito uma boa arbitragem não fora ter perdoado o segundo amarelo a Elmander e o cartão a Ronaldo que não se justificava de forma nenhuma.
Não teve influência no resultado.
Pelo que não receberá o telefonema de felicitações que Blatter tanto gostaria de lhe fazer noutras circunstâncias...
Depois Falamos

quarta-feira, novembro 13, 2013

Dos Dois...Um !


Ronaldo " Fenómeno" dizia hoje que o Brasil e o Mundial é que perdem por destes dois fabulosos jogadores apenas um, salvo indesejáveis lesões, ir marcar presença no Mundial de 2014.
E é verdade.
Porque para além do confronto entre duas boas selecções (ambas já foram melhores) é a presença de Cristiano Ronaldo ou Zlatam Ibrahimovic que desperta atenções a nível mundial e tem peso publicitário não depreciável em qualquer dos casos mas com especial incidência no jogador português por razões bem evidentes.
Ao contrário das suas selecções que não fizeram fases de apuramento especialmente positivas( nunca esquecendo que no grupo da Suécia o vencedor foi a fortíssima Alemanha)os dois jogadores chegam ao play off num momento de grande forma individual bem comprovável pelos três golos que cada um marcou no passado fim de semana.
Se o duelo entre Portugal e Suécia(e entre Nike e Adidas convém não esquecer) será seguramente de grande emotividade que dizer então do desafio dentro do desafio que vai opor o 7 de Portugal ao 10 da Suécia?
Tem tudo para ser fascinante.
E não será arriscado dizer que aquele dos dois que conseguir um melhor desempenho terá certamente papel decisivo no resultado final deste play off.
Volto ao Mundial para reiterar que é uma pena que um dos dois fique de fora.
Porque hoje no futebol mundial existindo excelente jogadores são muito poucos aqueles que se podem considerar como excepcionais.
Ronaldo . Ibrahimovic, Messi, Bale, Neymar, Aguero, Ribery, Iniesta e poucos mais.
Se considerarmos que deles apenas estão "certos" Messi, Iniesta e Neymar , que Bale não estará porque o "seu" País de Gales não se apurou nem para o play off e que Ronaldo,Ibh«rahimovic e Ribery dependem dos jogos do play off é caso para dizer que o Mundial do Brasil corre o risco de se ver privado de alguns dos mais fabulosos talentos do futebol mundial.
O que em bom rigor já aconteceu com todos os outros mundiais.
É impossível lá estarem todos os jogadores que lá mereciam estar.
E por isso...que esteja o Ronaldo.
Depois Falamos.

Sugestão de Leitura

Sou de uma geração que ainda "conheceu" Marcelo Caetano.
Que se lembra da sua nomeação como presidente do conselho (era assim que ao tempo se chamava ao primeiro ministro), das expectativas de abertura do regime que suscitou, das "Conversas em Família"na RTP que inauguraram uma nova forma de comunicação entre o regime e os portugueses.
Depois do 25 de Abril, e do seu exílio no Brasil, li algumas das obras que então publicou com a sua visão dos acontecimentos e das décadas anteriores da vida politica portuguesa.
Faltava-me, como tanto gosto, ler uma biografia exaustiva do politico, do professor e do homem.
A obra do Professor José Tavares Castilho proporcionou-me essa oportunidade.
Confesso que ainda só li as primeiras 120 páginas( faltam cerca de 850...) mas posso assegurar que é uma obra de grande qualidade e imperdível para quem gosta de perceber o século 20 português.
De que Marcelo Caetano, á parte o que se pensa sobre a ideologia que professava e o regime que serviu, foi uma personagem central.
E incontornável.
Depois Falamos

terça-feira, novembro 12, 2013

Paulo Oliveira

O Vitória sempre teve excelentes defesas centrais ao longo da sua história quase centenária.
Os primeiros que me lembro de ver jogar, e que grande dupla formavam, foram Manuel Pinto e Joaquim Jorge (venceu o prémio de A Bola para o melhor jogador do campeonato)titularissimos da equipa vitoriana que conquistou pela primeira vez um honroso terceiro lugar na época de 1968/1969.
Era tão bons que conseguiram a proeza, nesse tempo quase impensável, de serem convocados para a selecção nacional e actuarem como titulares num jogo disputado no estádio das Antas.
Ao qual assistiram centenas de vitorianos, num estádio completamente lotado, entre os quais eu próprio.
A seguir vieram outros centrais inesqueciveis.
Rui Rodrigues,um dos jogadores de maior classe que alguma vez vestiu a nossa camisola,à cabeça.
Formado na Académica, e depois de alguns anos no Benfica, veio jogar alguns anos no Vitória antes de ir encerrar a sua bela carreira (que incluiu várias internacionalizações algumas das quais já ao serviço do Vitória)á "sua" Académica.
E tantos outros.
Miguel, Néné, Tanta, Márcio Theodoro, Cleber,Amândio,Alexandre,Fernando Meira,Arley,Ricardo Silva,Bruno Alves,Dragoner entre outros.
O ultimo que me "encantou" ,passe a expressão, foi Geromel.
Um jogador de classe pura cuja carreira pós Vitória tem sido aquém do que era previsível.
Até que "chegou" Paulo Oliveira.
Já o conhecia dos juniores onde ainda menino já impressionava pela classe com que jogava e pela serenidade com que se posicionava em campo e nas mais diversas situações de jogo.
Chegado a sénior foi rodar um ano no Penafiel, na II liga, onde se afirmou de imediato como titular e rubricou uma temporada tão positiva que lhe valeu o regresso ao Vitória no inicio da época passada para integrar a equipa B.
Onde se afirmou de imediato como um esteio e uma das grandes referências.
Foi sem surpresa que Rui Vitória, face à qualidade exibicional demonstrada, lhe deu uma oportunidade na equipa A que ele agarrou  de imediato e de forma tão peremptória que nunca mais de lá saiu!
Titularissimo na equipa A do Vitória e na selecção de sub 21, com experiência internacional a nível de clube e de selecções, dotado de excelentes condições físicas e técnicas, profissional exemplar, Paulo Oliveira tem aos 21 anos(é...só tem 21 anos) um futuro extraordinário á sua frente.
Acredito que se tiver um pouco de sorte (e isso também tem a ver com o timing da sua inevitável saída do Vitória) e escolher bem o seu futuro clube poderá ser um jogador ao nível dos melhores europeus na sua posição.
E, claro, mais dia menos dia será titular da selecção A de Portugal.
Ele, como Ricardo, Tiago Rodrigues, Pedro Mendes ou Fernando Meira (mas há muitos mais) é a prova de que vale a pena apostar na formação.
Nela está o nosso "Brasil".
Depois Falamos.

segunda-feira, novembro 11, 2013

O Grupo


Guarda Redes. Douglas, Assis, André Matos e Miguel Oliveira.
Laterais: Amorim, Pedro Correia, Kanu, Pedro Lemos, Addy, Luis Rocha, Gonçalo, Dabo, Nita
Centrais: Paulo Oliveira, Abdoulaye, Freire, Josué, Jean Pablo,Lima Pereira, Touré, Obama.
Médios: Leonel Olimpio, Moreno, Barrientos, Crivellaro,André André, Tiago Rodrigues, André Santos, Dinis,Fábio Vieira, João Pedro, Bruno Alves, Rafael Vieira, Bernard, Cafú, Mauricio.
Avançados: Maazou, Marco Matias, Russi, Plange,Malonga, Ricardo Gomes,Tomané, Areias, Tiago Almeida, Diogo Lamelas,Alex, Hernâni e Isaac.
Segundo o site do clube é este o grupo de futebolistas profissionais que constituem as equipas A e B do Vitória.
Nele há jogadores que, confesso, nunca vi jogar nem sei o que valem.
É os casos de Jean Pablo, Dabo, Nita,Obama,Mauricio,Lima Pereira,Fábio Vieira, Bernard e  Isaac.
Nove no total.
Mas os outros 40 conheço bem e na sua maioria até muito bem.
É um grupo de confiança.
Que dá a Rui Vitória uma diversidade de soluções que permitam quebrar este ciclo desagradável ( e algo injusto) de três derrotas consecutivas e relançar uma época que tem tudo para ser de sucesso à dimensão das nossas possibilidades.
Eu acredito neste Vitória.
Depois Falamos

O "Portismo"

O futebol português vive de há muitos anos a esta parte uma macrocefalia asfixiante a que por comodismo se convencionou chamar os três "grandes" e que é composta por Benfica, Sporting e Porto.
Já foram quatro, pelo menos no douto dizer da imprensa da capital que durante anos sustentou essa tese, mas depois o Belenenses foi-se abaixo e a moda virou para os três de que se fala até à exaustão nos tempos que correm.
Não foi sempre assim.
Em boa verdade, durante quatro décadas do século passado (do final dos anos 30 ao final dos anos 70) eram apenas dois clubes que disputavam a supremacia do desporto (não apenas futebol) português:
 Benfica e Sporting.
Cuja rivalidade se fomentou no ciclismo (José Maria Nicolau vs Alfredo Trindade) mas depois se viria a estender e consolidar no futebol.
Com domínio inicial do Sporting, décadas de 40 e 50 muito por força dos "5 violinos", que ao tempo seria o maior clube português mas depois tudo se transformaria com o momento decisivo que foi a chegada de Eusébio ao Benfica.
Que fez toda a diferença para os 15 anos seguintes.
Que foram de grandes vitórias do Benfica, com as duas taças dos campeões á cabeça, de grandes equipas e grandes exibições que trouxeram ao clube uma enorme legião de adeptos que lhe permitiu tornar-se no maior clube português.
E o Porto?
O Porto, que até tinha sido dos primeiros a ganhar títulos nacionais, viva numa permanente subalternidade ganhando um campeonato de longe a longe e umas taças de Portugal de quando em vez.
É então que, em 1976, se dá no Porto um facto de importância equivalente à chegada de Eusébio ao Benfica 16 anos antes.
Não através da contratação de qualquer jogador excepcional mas da tomada de poder interno por uma dupla histórica.
José Maria Pedroto e Jorge Nuno Pinto da Costa.
Um como treinador e o outro como director do departamento de futebol.
Os ideólogos do Porto actual mas também do "portismo" que a seguir definiremos.
O Porto actual conhece-se:
Um clube muitíssimo bem organizado, o clube com mais títulos nacionais do futebol português (campeonatos, taças e supertaças) e de longe o clube português com mais títulos internacionais em que avultam duas ligas dos campeões e duas taças UEFA .
A ideologia que permitiu tudo isso, lançada por Pedroto e Pinto da Costa e ainda hoje em vigor, é o "portismo".
Que se caracteriza basicamente por três premissas:
Criação de um inimigo externo, preferencialmente os clubes de Lisboa e a imprensa quase toda, que permita unir as "tropas" e motivá-las para a guerra.
Passagem da ideia que são todos contra o Porto e que a nível de poder futebolistico(e não só) há uma permanente conspiração contra o FCP.
O Porto é a bandeira do Norte em permanente luta contra o centralismo lisboeta e as suas instituições.
Com base nesta ideologia, e numa organização muito superior há de qualquer outro clube, o Porto vem de há quase 40 anos a esta parte a assumir-se como um clube hegemónico e a ganhar muito mais competições internas que qualquer outro.
Perguntar-se-á então porque é que a ganhar há quase 40 anos o Porto não é hoje o maior clube português em termos de adeptos quando ao Benfica, noutro contexto e noutro regime politico é verdade, bastou pouco mais de uma década para atingir esse estatuto.
A resposta não é simples mas vou tentar dá-la em cinco itens:
Em primeiro lugar o Porto não sabe ganhar com fair play e desportivismo.
Ganha com arrogância, com acinte, sempre minimizando o adversário e exaltando-se a ele próprio.
È uma postura agradável para os adeptos,odiosa para os adversários e desagradável para os indecisos que impede muita gente de aderir ao "portismo".
O Porto não sabe ganhar por si e para si; tem de ganhar sempre contra alguém!
Em segundo lugar , e claramente dentro da ideologia do "portismo", o Porto quando ganha não se limita a ganhar. Ganha contras as conspirações,contra Lisboa, contra a mais diversa espécie de inimigos nos quais inclui com todo o á vontade os clubes vizinhos renegando assim qualquer possibilidade de ser a tal "bandeira" do norte.
É um pouco a sindrome da pequena aldeia gaulesa de Astérix, rodeada de romanos (leia-se lisboetas) por todo o lado e em que a "poção mágica" é a união dos portistas contra o mundo exterior.
Infelizmente para o FCP esta visão do mundo é um resíduo do provincianismo que Pedroto tanto quis combater.
Em terceiro lugar manda a verdade que se diga que o "portismo" e o FCP nunca gozaram dos favores e fretes da imprensa nacional toda ela ,com raríssimas excepções, devotada à glorificação do Benfica e do "benfiquismo" e que tratou sempre o Porto como um clube menor.
E isso, nomeadamente em termos televisivos, faz diferença.
Em quarto lugar os métodos usados para ganhar.
Que muitas vezes não são agradáveis, algumas vezes não são legais, e indignam muita gente contra a forma como o Porto usa o poder de que dispõe nas instâncias do futebol.
Nada que outros não façam mas o Porto fá-lo com um descaramento despropositado e ainda exibe esse poder como um troféu de que se orgulha.
E isso afasta todos aqueles que acham que ganhar é bom mas não a qualquer preço.
Em quinto lugar o "portismo" tem um intrigante, mas bem vivo,complexo de inferioridade em relação ao Benfica que não tem reciprocidade por parte do clube de Lisboa.
E isso é patente nos cânticos das claques (que são o "portismo" no seu estado puro)contra o SLB mesmo quando o adversário em campo é outro clube qualquer.
Isso é evidente no espaço dedicado ao golo de Kelvin (no ultimo FCP-SLB) no novo museu do Porto em que se dá a um golo que decidiu um jogo um estatuto de feito memorável quando tantos momentos do FCP mereceriam bem mais esse destaque.
Isso é, finalmente, patente na forma como o "portismo" festeja as vitórias sobre o Benfica dando ao adversário com a dimensão desses festejos o estatuto que tanto lhe querem retirar.
O Futebol Clube do Porto é hoje o clube de maior sucesso no futebol português.
Mais títulos nacionais, melhor organização, melhor curriculum internacional.
Mas não é o maior clube português nem me parece que venha a sê-lo.
Porque o "portismo", afinal a ideologia que o fez começar a ganhar de forma consistente, ironicamente o limita a ele próprio fechando-o dentro de uma barricada que lhe limita o crescimento e cerceia a expansão para fora das "fronteiras" que ele próprio definiu.
Veremos se um dia a História definirá o "portismo" como algo de essencial ao crescimento do FCP mas que acabou por se transformar no seu mais temível adversário.
Não sei se assim será.
Sei que um dos seus grandes ideólogos já morreu e o outro caminha para a reforma por força da lei da vida.
E o grande desafio para o futuro, nomeadamente o futuro pós Pinto da Costa, será saber se o Futebol Clube do Porto consegue libertar-se do "portismo" e encetar uma nova e diferente fase da sua vida mais que centenária.
Depois Falamos