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quarta-feira, outubro 31, 2012

Vitória Hoje

Foto: www.vitóriasc.pt /João Santos 

Publiquei este artigo na edição desta semana do "Povo de Guimarães.

Creio que a actual situação do Vitória Sport Clube é de todos conhecida face à imensidão de notícias que sobre ela tem enxameado a comunicação social local e nacional.
Ainda assim gostaria de aqui deixar uma síntese em três parâmetros essenciais e que nos dão uma visão global da colectividade em Outubro de 2012 nas vertentes desportiva, financeira e associativa.
Comecemos pela desportivas:
Face às condicionantes financeiras o Vitória teve de, em simultâneo, emagrecer substancialmente a folha salarial do futebol profissional e construir duas equipas para disputarem as duas principais provas do futebol profissional com todas as exigências que isso acarreta.
Foi assim possível, com um enorme rigor e sobriedade, construir dois planteis sensivelmente por metade do preço que custava o plantel da temporada 2011/2012 sem perda de qualidade na equipa A e com uma excelente relação qualidade/preço na B.
A par disso nas modalidades, especialmente no voleibol e basquetebol, foram também reduzidos substancialmente os orçamentos tendo os directores de cada uma delas juntamente com os técnicos o engenho e a arte de construírem equipas que não desmereçam a boa tradição do clube nessa matéria.
Estou convicto que não tendo possibilidade de lutar pelo título nacional face á brutal disparidade orçamental face a outros concorrentes (especialmente o Benfica que gasta mais em cada uma dessas modalidades que o Vitória na equipa B de futebol!) ainda assim as equipas do nosso clube poderão estar presentes nas fases finais dos respectivos campeonatos e olharem para a taça de Portugal com a ambição natural de quem já a ganhou.
No basquetebol e no voleibol!
Diria, pois, que em termos desportivos gerais (futebol, basquetebol, voleibol em especial) o Vitória fará uma temporada sensata, equilibrada e que não deixará os seus pergaminhos por mãos alheias.
Todos temos de ter consciência que no actual contexto é impossível pedir mais do que isto.
A situação financeira é de todos (pelo menos dos que querem) conhecida.
Os actuais órgãos sociais “herdaram” um clube numa situação calamitosa, à beira de encerrar portas, com dívidas colossais (para a nossa dimensão) ao Estado, á banca, aos fornecedores, aos atletas e técnicos e aos funcionários do clube.
Isto a par de contratos com profissionais de futebol completamente desajustados da nossa realidade (nalguns casos de difícil compreensão face á relação qualidade/preço) e que vinculavam e vinculam, nalguns casos, o clube para vários anos sem ser previsível qualquer proveito evidente com esses vínculos e/ou compromissos.
Face a essa situação, e nunca é por demais repeti-lo, que já sabíamos má mas veio a revelar-se péssima foi necessário tomar um conjunto de medidas imediatas que impedissem o iminente encerrar de portas de uma instituição com 90 anos de vida e que jamais se tinha visto em semelhantes apertos ao longo de toda a sua existência.
Assim nasceu o PEC (cuja versão primitiva ainda foi por iniciativa da anterior direcção convém ter presente) e posteriormente o PER para possibilitar ao clube o faseamento das suas dividas e respectivo pagamento num prazo mais alongado.
Como é também do conhecimento geral esse processo encontra-se actualmente parado, com os imensos riscos que isso comporta para o clube, face à recusa dos anteriores dirigentes em lhe darem a sequência devida e que de há muito sabiam necessária!
Resta a vertente associativa.
E aí temos de ser muito frios na análise e concluir que não estando em causa o vitorianismo e a paixão de muitos milhares de adeptos a verdade é que a correspondência prática disso tem estado abaixo das necessidades actuais do clube.
Porque quer em lugares anuais vendidos, quer na regularização das cotas por parte dos associados, quer na afluência ao estádio nos jogos das nossas equipas temos estado abaixo do que é normal e sempre foi imagem de marca do nosso clube.
Tenho a noção clara de que há vários factores que contribuem para isso.
Desde logo as dificuldades financeiras das famílias que muitas vezes as obrigam a cortar em bens essenciais e portanto ficam sem margem de manobra para despesas associativas que não são de primeira necessidade.
Depois o velho problema das horas dos jogos, sujeitas aos ditames televisivos, e que afastam as pessoas do estádio por incompatibilidade entre horários profissionais e horas de lazer nas quais aproveitam para ir ver o Vitória.
Finalmente, e talvez o mais importante factor de baixa das assistências, porque os últimos anos foram de permanente desencanto e muitos adeptos foram-se afastando, deixando de pagar as cotas e agora tal exigiria um esforço vultuosos de regularização que não está ao alcance de muitos.
É esta a situação actual do Vitória.
Que justifica também o facto de a operação “Todos por uma Paixão” estar muito longe dos objectivos pretendidos, pese embora o esforço e a generosidade de muitos vitorianos, e que tão necessários eram à gestão do clube.
O Vitória está numa encruzilhada decisiva do seu longo historial.
Ou ultrapassa a crise financeira, entra na via dos sucessos desportivos e cresce exponencialmente em termos associativos ou então a curto prazo terá de se confrontar com a dura realidade.
Que é a de, assim, não ter meios para subsistir.
Os vitorianos terão a palavra sobre o futuro que querem para o clube.

segunda-feira, outubro 29, 2012

Passo a Passo


Foto: www.vitoriasc.pt /João Santos
Foi um belo fim de semana para as cores vitorianas futebolisticamente falando.
Ganhou a equipa A, ganhou a equipa B, ganharam os juniores para citar as três principais equipas do clube.na modalidade futebol.
Sobre o justo triunfo da equipa A já tive oportunidade de escrever.
Sobre a vitória da B direi apenas o seguinte:
Passo a passo, jogo a jogo, tem-se vindo a confirmar como acertadas todas as apostas que a direcção fez ao constituir este grupo de trabalho e ao entregar o seu comando a Luiz Felipe e á sua equipa técnica.
É certo que estão apenas decorridas onze das quarenta e duas jornadas da prova e que ainda muita água vai correr debaixo das pontes.
Mas há evidências.
A equipa está a meio da tabela e a fazer um campeonato tranquilo que só não tem expressão superior face ás derrotas mentirosas com as equipas B de Sporting e Benfica..
Tem a segunda melhor defesa da prova,apenas superada pelo Marítimo B, o que é muito estimulante em termos de futuro. Da equipa e dos seus jogadores.
O ataque,embora esteja (ainda) aquém do esperado, tem vindo a melhorar e vai no terceiro jogo consecutivo a marcar golos o que demonstra que também aí o trabalho de casa está a dar frutos.
A equipa, como é reconhecido por todos quantos a vêem jogar, pratica bom futebol e demonstra um espírito de solidariedade e entreajuda verdadeiramente notável que vem conquistando cada vez mais adeptos e aumentando as assistências nos jogos em casa.
A utilização do estádio D.Afonso Henriques para os jogos da equipa B tem-se revelado uma decisão absolutamente acertada; a equipa sente-se bem a jogar na sua casa, as dimensões do relvado tem-na ajudado a potenciar o seu futebol e a habituação aquele palco vai ajudar a que no futuro joguem lá pela A sem qualquer estranheza.
Os vitorianos tem acorrido em número cada vez maior (mas ainda longe do que podem fazer) aos jogos da B permitindo dessa forma que nas estatísticas da Liga a equipa lidere em assistências na II liga e tenha um excelente 10º lugar absoluto entre as 38 equipas que disputam os dois campeonatos profissionais!
Fruto desta aposta a equipa já teve cinco jogadores no ultimo jogo internacional da selecção de sub 21!
E tudo isto tem sido conseguido com uma equipa de jovens(não foi utilizado nenhum jogador com mais de 23 anos),na sua maioria "feitos" no clube e em que os estrangeiros mais habitualmente utilizados (Assis,Kanu,Indio,Bamba) são autênticas mais valias como deveria acontecer sempre com jogadores oriundos de outros países.
Serenamente a equipa B está a fazer o seu caminho.
Um grupo talentoso, coeso, sólido, disciplinado e trabalhador que vai projectar muitos destes jovens para a equipa A e alguns deles para voos superiores.
É esse o caminho.
Deles e do Vitória.
Depois Falamos

domingo, outubro 28, 2012

Patamar Superior

Com a tranquilidade possível o Vitória vai fazendo um campeonato dentro das expectativas traçadas no inicio de época e amealhando os pontos necessários a manter-se numa posição classificativa de acordo com o seu historial.
Com o seu homónimo de Setúbal foi dado um passo nesse sentido.
Na antevisão do jogo, alguns dias antes, o jogador João Ribeiro tinha manifestado ( e muito bem) a sua convicção no triunfo com base no facto de o Vitória de cá ser de um patamar superior ao do Vitória de lá e jogando em casa reforçava esse favoritismo.
E assim foi no terreno de jogo que é onde importa mostrar a tal superioridade.
Pese embora a muito boa réplica dos setubalenses, que discutiram o jogo de principio a fim e até podiam ter regressado á terra das laranjas com um ponto no bornal, o "nosso" Vitória soube ser superior e jogar o suficiente para merecer o triunfo e os três pontos correspondentes.
Com o citado João Ribeiro, autor de mais uma excelente exibição, a enfeitar o triunfo com a magia que colocou no lance que dá origem ao nosso segundo golo.
Estou certo que se protagonizado por um daqueles jogadores "tricolores" que a imprensa tanto gosta de promover já o teriamos revisto nas televisões incontável número de vezes!
Assim... viu quem viu!
De lamentar apenas o lance que levou ás expulsões(justas) de um jogador de cada lado e o descontrole emocional completamente inaceitável em quem lidera um grupo de trabalho do treinador dos visitantes.
Pelos vistos chegou a Guimarães com azia por causa da tal questão de sermos de um "patamar superior" e resolveu extravasá-la da pior forma.
No relvado, no túnel (nunca tinha visto semelhante cena...)e na cabine de imprensa onde assistiu à segunda parte do jogo.
Foi pena.
Porque um grande clube como o é o Vitória Futebol Clube merecia mais respeito por parte de quem transitoriamente o serve.
O que releva de tudo isto é que o "nosso" Vitória fez uma exibição bem conseguida, ganhou, e os três pontos conquistados permitem-lhe manter-se numa posição muito agradável em termos classificativos.
Depois Falamos

P.S: A azia do treinador setubalense ainda lhe sobrou para o regresso a casa. Porque ao sair do estádio(mais de uma hora depois do fim do jogo!), e cruzando-se com João Ribeiro, ter-lhe-á dito entre outros mimos a que o atleta e muito bem não respondeu que nas equipas dele (treinador) o João Ribeiro não jogava.
Nisso José Mota teve razão.
Porque a classe de João Ribeiro permite-lhe jogar em equipas que Mota não treina.
Porque, lá está, são de um patamar superior!

Basebol

É uma modalidade de extraordinária popularidade nos Estados Unidos da América onde compete com o futebol americano, e á frente do basquetebol da NBA imagine-se, como a mais vista nas televisões.
Devo dizer em abono da verdade que essa popularidade se circunscreve praticamente aos EUA porque noutros paises onde é praticada, e não são muitos, está longe de ter a aceitação que os norte americanos lhe dão.
Já tentei ver alguns jogos na televisão mais que não seja para tentar entender não só as regras do jogo como também onde radicam as razões de tanta popularidade.
Confesso que não consegui.
Nem perceber a maioria das regras nem entender o que tem esse desporto de tão apaixonante que mobilize a atenção de muitos milhões de norte americanos.
Paciência.
Embora seja um admirador dos Estados Unidos em muitas matérias sou o primeiro a reconhecer que os norte americanos tem coisas que só eles entendem...
Depois Falamos

sexta-feira, outubro 26, 2012

Reflexão Europeia

Embora a fotografia que encima este post se refira à selecção alemã não é propriamente sobre selecções que me debruço neste texto.
Embora use esta fotografia, que mostra a enorme quantidade de jogadores naturalizados alemães que jogam por aquele país (outrora, em tempos de péssima memória, bastião da pureza da raça alemã) para suportar de alguma forma o assunto que trato.
E que tem a ver com a jornada europeia desta semana.
Onde com excepção do Porto que ganhou e do Marítimo que empatou todas as restantes equipas portuguesas perderam os respectivos jogos.
De forma natural, embora muito honrosa face ao resultados, Académica e Braga e perante adversários de pouca  cotação nos casos de Benfica e Sporting.
Precisamente dois clubes que enveredaram nos últimos anos por uma contratação desenfreada de jogadores estrangeiros, de maior ou geralmente menor qualidade, ao ponto de o primeiro deles ter entrado em campo no jogo de Moscovo com dez sul americanos e um croata e o segundo ter onze estrangeiros entre os catorze jogadores utilizados.
E a questão é exactamente essa.
Até porque com a excepção do Braga (sete portugueses a titulares)e da Académica(seis) a situação nos outros "europeus" não é muito diferente com o Porto a utilizar nove estrangeiros e o Marítimo oito.
Em boa verdade, é uma ilacção possível, Académica e Braga embora perdendo foram aqueles cuja aposta no futebolista português se revelou acertada face à dimensão dos adversários e á forma como conseguiram discutir os resultados.
Daí que, face a este panorama, se possa colocar cada vez mais em causa a aposta a eito em jogadores de outras nacionalidades em detrimento do futebolista português que tem demonstrado (quando lhe dão oportunidade para isso) não temer comparações com os oriundos de outras paragens.
Significa isto que sou contra a contratação de futebolistas estrangeiros?
Claro que não.
Desde que sejam melhores que os portugueses que por cá andam.
Mas aí teria de haver uma enorme alteração de mentalidades que iria de dirigentes a treinadores passando pelos empresários e pelos próprios jogadores no sentido de adequarem as suas opções á realidade do país e ao potencial do nosso futebol.
Caso contrário, um destes dias, a selecção nacional ou vai pelo caminho de outras e naturaliza estrangeiros ou corre o risco de competitivamente ter uma queda abrupta de que, em boa verdade, já vai havendo pequenos sinais!
Depois Falamos

P.S: Não posso deixar de acrescentar que é com muita satisfação que vejo o Vitória a trilhar caminhos bem diferentes.

terça-feira, outubro 23, 2012

Cesteiro que faz um Cesto...

Houve um CDS no passado.
De Freitas do Amaral, de Amaro da Costa, de Sá Machado, de Adriano Moreira, de Anacoreta Correia, de Ribeiro e Castro entre outros.
Hoje há o PP.
Partido Popular ou Paulo Portas pouco interessa porque em boa verdade significam a mesma coisa.
Um líder inteligentissimo, estratega, com poucos escrupulos politicos, que moldou o partido á sua imagem e "clonou" uma série de dirigentes que o idolatram, nele se reveêm, adoram o "Paulo" (é assim que o tratam com uma devoção quase mistica) e sonham serem como ele.
E em nome dele são capazes das maiores atrocidades imagináveis politicamente falando.
Hoje soube-se mais uma.
As razões pelas quais o CDS/Porto (que como adiante se verá nada tem a ver com o CDS/Gaia)não apoia a candidatura de Luis Filipe Menezes à câmara do Porto.
Ler e tentar não pasmar:

"O CDS não poderá apoiar quem, por norma, possa seguir opções idênticas às que nos deixaram numa situação de bancarrota, com uma dívida pública maior que toda nossa capacidade produtiva nacional num ano".

O CDS está coligado com o PSD em Gaia desde 1997.
Onde foi sempre solidário com a orientação politica e económica dada ao municipio(estive lá seis anos e testemunhei inumeros exemplos)por LFM e onde nunca teve qualquer pejo em levar essa solidariedade até à aceitação de lugares na vereação, nas empresas municipais  ou nas assessorias.
Já seria suficientemente ridiculo existir um CDS em Gaia e outro totalmente diferente no Porto.
Mas claro que já todos percebemos o cerne da questão.
E esse prende-se com a forma sibilina e manhosa como os "clones" de PP estão a preparar o futuro entendimento com o PS no dia em que o "querido líder" entenda que é tempo de fazer submergir a coligação existente.
Tentar impedir o PSD de ganhar a câmara do Porto é apenas (mais) um contributo para essa nova "causa" da rapaziada.
Depois Falamos

sexta-feira, outubro 19, 2012

Avental, Azelhice ou Acordo?

Curto e grosso porque já nem vale a pena ser de outra forma.
O ministro da segurança social,do CDS, demitiu um ano e meio depois de estar no governo o presidente do Inatel conhecido militante e dirigente do PS nada próximo da actual liderança socialista.
Para o seu lugar nomeou um ex-secretário de Estado dos governos de António Guterres!
Das três uma:
Ou há "avental" pelo meio e aí a responsabilidade será transversal aos dois partidos.
Ou é mais uma azelhice do PSD que se deixa ultrapassar pelo parceiro(?) de coligação numa questão tão importante como a nomeação do presidente do Inatel.
Ou então já há acordos (eventualmente em suites de hotel como no passado) entre CDS e PS para o dia seguinte ao do actual governo.
Em qualquer das hipóteses o PSD fica muito mal na "fotografia".
E o governo acrescenta mais um "prego" ao "caixão" em que vai ser enterrado, por culpa própria, mais dia menos dia.
Depois Falamos

quarta-feira, outubro 17, 2012

Espirito de Grupo

Foto: Simão Freitas/ Record

Quando a actual direcção assumiu os destinos do clube sabia que tinha pela frente uma tarefa imensa em que teria de resolver problemas financeiros tremendos a par da renovação da equipa de futebol e da construção de uma nova realidade chamada equipa B.
Não esquecendo situações também delicadas em quase todas as modalidades bem como no próprio quadro de pessoal do clube.
Sabendo que tinha de reduzir drasticamente orçamentos e fazer face a inúmeros compromissos que a anterior direcção não tinha resolvido.
Nesse contexto de fazer duas equipas de futebol com metade do orçamento de uma só (a da época anterior )assumia particular relevância a escolha dos técnicos e a forma como cada um deles saberia lidar com essa realidade difícil e até melindrosa.
A continuidade de Rui Vitória foi uma prioridade desta direcção desde o primeiro momento.
Pelas capacidades que lhe eram reconhecidas, pela forma excelente como soubera lidar com um balneário muito difícil, pela sensibilidade muito especial com que olha para a formação.
Luiz Felipe foi também a escolha evidente.
A partir do momento em que foi decidido avançar coma equipa B e fazer dela a ultima etapa da formação e a primeira do profissionalismo, recrutando para ela jogadores com vinculo ao clube a rodarem noutras paragens e aproveitando os juniores que passavam a seniores,tornou-se prioritária a contratação de um treinador qualificado, conhecedor da formação e capaz de construir uma equipa o mais depressa possível.
Ninguém melhor que Luiz Felipe que trabalhara com quase todos os jogadores nos escalões inferiores e tivera papel importante na sua formação futebolistica e não só.
Para além do factor importantíssimo de jogadores e treinador se conhecerem muito bem.
E foi assim que arrancou a época.
Debaixo de dificuldades financeiras conhecidas mas com um projecto futebolistico sólido e com gente capaz de o levar a cabo e de vencer os muitos problemas que se sabia irem aparecer.
Tornou-se claro que uma das formas mais eficazes de tornear problemas e suprir lacunas era desde logo construir dois bons balneários em termos humanos e fazer sentir a todos os atletas que no Vitória existe um grupo de jogadores e duas equipas.
Rui Vitória e Luiz Felipe teriam um papel decisivo nisso,como é bom de ver, ao transmitirem o conceito aos seus comandados fazendo-lhes sentir que a existência de duas equipas é um facto de valorização e oportunidades para todos e não de discriminação por isto ou por aquilo.
Creio que estão a ter absoluto sucesso nisso.
Construindo no Vitória um espírito de grupo fortíssimo e fazendo com que exista da parte dos jogadores uma enorme disponibilidade para servirem o clube independentemente de jogarem (ou treinarem) na A ou na B.
E por isso hoje, ao contrário do que acontecia no passado, qualquer jogador da B que vá treinar á A sente-se como fazendo parte do grupo,perfeitamente à vontade, e á altura de a qualquer momento ser chamado a jogar pela A tal como os jogadores desta que vão à B entendem isso como um contributo para o clube e para o fortalecimento do grupo.
E é precisamente nesse espírito,e nesse objectivo claramente traçado, que se inserem os treinos em conjunto que recentemente as duas equipas fizeram e certamente continuarão a fazer no futuro quando os técnicos entenderem conveniente.
O Vitória está muito satisfeito com os seus treinadores e jogadores.
Há um grupo forte, há uma assumpção clara dos objectivos, há uma atitude extremamente positiva perante as dificuldades.
Vamos dar tempo ao tempo.
Depois Falamos

P.S. A fotografia dos dois treinadores do Vitória,com o director do futebol Flávio Meireles,a assistirem na passada segunda feira ao jogo da selecção sub-21 é apenas (mais) um detalhe no conceito de "Um grupo duas equipas".
Mas é um detalhe exemplar para os jogadores do clube, para os vitorianos e de difícil repetição noutras realidades clubisticas idênticas á nossa.
É um detalhe é verdade.
Mas no futebol de hoje os detalhes fazem a diferença!

segunda-feira, outubro 15, 2012

Gaia e Porto

A propósito da fusão entre os dois municípios, que em teoria me parece uma boa ideia, e da previsível candidatura do presidente de um á presidência do outro  ocorrem-me duas ou três curtas reflexões sobre o assunto.
Tal como Londres, Budapeste, Paris e tantas outras cidades atravessadas por um rio parece-me que faz todo o sentido que as duas cidades se unam e ganhem uma dimensão que potencie toda a região norte e até este espaço da península ibérica.
Com a mais valia da marca "Porto" e as enormes possibilidades que o território de Gaia contém há a clara possibilidade de construir um grande município com forte atractividade económica e capaz de ombrear em dimensão com outras grandes cidades ibéricas.
Haja vontade.
Quanto á transferência de Gaia para o Porto do actual presidente do município gaiense tenho uma posição clara; entendo que a limitação de mandatos se deve aplicar ao titular e não ao cargo.
Neste caso e em todos os outros como é evidente!
Mas reconheço,sem qualquer dificuldade, que Luís Filipe Menezes é um candidato fortíssimo que dificilmente deixará de ganhar a câmara do Porto salvo algum descalabro governamental que atinja todas as candidaturas social democratas de forma ainda mais grave do que aquela que se prevê .
E também não tenho duvidas que será um excelente presidente do município do Porto.
Provavelmente o cargo que mais desejou em toda a sua vida politica !
Uma palavra final para Gaia
Que não é menos importante que o Porto.
Trabalhei lá seis anos, conheço bem o município, percorri vezes sem conta as suas freguesias, lá tenho alguns amigos, por lá dei algum modesto contributo para as duas ultimas vitórias autárquicas da coligação "Gaia na Frente ".
Equivale isto a dizer que o resultado das autárquicas em Gaia não me é indiferente.
E espero que o magnifico trabalho de desenvolvimento e modernização do concelho levado a cabo ao longo destes quatro mandatos pelo PSD/CDS não venha a ser posto em causa pela actual indefinição politica existente em torno do candidato de 2013 que coloca em causa o próprio resultado eleitoral.
Desde 2009, há muito tempo, que se sabia que este era o ultimo mandato de Menezes á frente do município.
Houve tempo e mais que tempo para preparar uma sucessão tranquila.
Prioridades politicas pouco convergentes de duas personalidades dominantes, por um lado, e adormecimento do PSD por outro levaram a que a menos de um ano das eleições ainda não se saiba claramente quem vai protagonizar a candidatura com tudo que isso traz de incerteza para os militantes, de intranquilidade para os dirigentes locais e de duvidas para os eleitores.
Repito: Gaia não é menos importante que o Porto
E os social democratas gaienses tem de fazer sentir isso de forma clara exigindo clarificações a vários níveis.
Sob pena de ao fim de 16 anos de excelente trabalho se entregar o "ouro ao bandido!
Depois Falamos

domingo, outubro 14, 2012

Ultimo Aviso

Os Açores deram hoje o último aviso ao PSD ( e ao governo) de que é  preciso mudar o rumo da governação, das politicas e da atitude dos governantes.
È urgente, e não sei se já não é tarde,  pensar mais nas pessoas e menos nos números, mais na justiça social e menos nos objectivos da troica, mais na conflitualidade que alastra pelo país contra o governo e menos na intenção de merecer o aplauso da senhora Merkel!
Eu sei que há quem pense  e aja dentro do principio de "...que se lixem as eleições..." e os açorianos deram bem prova de terem percebido isso e responderam á letra.
Mas para aqueles que são social democratas, que acreditam no primado da pessoa, que põe o país e a democracia á frente do partido (e que já cá andam há muito tempo e já travaram muitas batalhas de laranja vestidos) é impensável que junto com as eleições se "lixe" também o PSD.
Que é o que vai acontecer, tão certo como 2+2 serem quatro, se o partido continuar nesta via suicidaria a reboque de um governo que quer apagar os "fogos" que outros atearam mas tem demonstrado uma enorme falta de jeito para o assunto.
O PSD é um partido social democrata, que rejeita as teses liberais e neo liberais que por vezes lhe querem impingir, com fortíssima ligação ao povo consubstanciada no ser desde há muito o partido com maior implantação no Poder Local.
O que aliás lhe permitiu resistir e voltar a vencer nos tempos em que PR, governo e maioria parlamentar pertenciam ao PS.
Os Açores "avisaram" hoje que até essa maioria no Poder Local está em risco se o rumo não for competentemente alterado o mais depressa possível.
Mudando algumas politicas, trocando os protagonistas mais desgastados, dando um novo folêgo a um governo que está brutalmente fragilizado por culpa própria e pela situação terrível que herdou do emigrante (de luxo) em Paris.
"...Que se lixem as eleições..."até posso perceber.
Mas que se "lixe" o PSD não aceitarei nunca.
Custe o que custar, doa a quem doer, isso não pode suceder.
Depois Falamos

P.S: O destino ( e os calendários eleitorais...) é por vezes muito injusto.
Foi-o com a dra Berta Cabral.
Que seria certamente uma excelente presidente do governo regional dos Açores não fora os ónus que teve de enfrentar(para além do PS é claro) e pelos quais não era minimamente responsável.

quinta-feira, outubro 11, 2012

Arbitrar

Não há tarefa mais difícil , no futebol, do que ser árbitro.
Especialmente nos países latinos onde o futebol é vivido com os nervos á flor da pele e as emoções se sobrepõe com enorme facilidade á razão e ao discernimento.
Com a especial agravante de nesses países, e Portugal é exemplar(neste caso no mau sentido) na matéria, existir uma enorme cultura de desresponsabilização dos outros intervenientes do jogo e de culpabilização do árbitro por todos os insucessos desportivos.
No nosso país é realmente difícil ser árbitro.
Nos escalões inferiores e na formação muito por força das péssimas condições, especialmente de segurança, a que se encontram sujeitos em muitos recintos a que se junta a tradicional incompreensão dos espectadores perante decisões de que discordam (e quantos desses espectadores nem as leis do futebol conhecem...) e que entendem lesaro clube a que são afectos.
Nas Ligas profissionais, especialmente na 1ª liga, a segurança (e as restantes condições como é óbvio)é muitissimo superior mas em contrapartida existe tudo  o"resto" a condicionar as suas actuações.
E esse "resto" é muito.
Desde as pressões dos dirigentes que por vezes se afiguram como autêntica coacção aos comentários dos críticos de arbitragem(alguns ex árbitros e bem piores no seu tempo...) passando pelos comentadores televisivos e por alguns jornalistas que comentam jogos com lentes de contacto azuis, vermelhas ou verdes.
Quero com isto dizer que os árbitros não cometem erros?
Não.
Cometem erros, é claro, com diferentes graus de gravidade.
Tal como os guarda redes dão "frangos", os defesas falham cortes, os médios erram passes e os avançados falham golos.
Tal como os treinadores se enganam na táctica ou nas substituições.
Tal como os dirigentes se enganam nas contratações, se excedem nos comentários ou se mostram incapazes de verem a floresta para além da sua árvore.
Errar é humano.
E os árbitros são seres humanos sujeitos ao erro.
E tal como todos os outros agentes do futebol(jogadores,treinadores e dirigentes) não são todos iguais.
Há-os muito bons, bons, razoáveis,fracos e maus.
E por isso, precisamente para permitir algum equilíbrio, o desejável seria que todos os outros intervenientes no espectáculo futebol, público incluído,  assumissem uma cultura de responsabilidade  e de justiça na avaliação do trabalho tão difícil dos árbitros.
Que não dispõe de câmara lenta para verem e reverem os lances, que tem de decidir em fracções de segundo, que fruto da evolução do futebol são sujeitos a uma exigência física cada vez maior.
Se dirigentes e treinadores se desculpabilizarem menos atirando para cima do árbitro com o ónus dos seus próprios erros, se os jogadores se preocuparem mais em jogar e menos em simular falta e lesões, se o público se concentrar em apoiar a sua equipa em vez de vaiar por tudo e por nada o árbitro creio que as próprias arbitragens melhorarão.
Porque libertos dessa pressão inaceitável os árbitros portugueses poderão rubricar em Portugal exibições ao nível das que muitos deles efectuam em jogos internacionais.
Excelentes.
Depois Falamos

quarta-feira, outubro 10, 2012

Um Governo Socialista...

Já não sei se sonhei se alguém me falou nesse sentido mas a verdade é que um destes dias pôs-se-me a questão de saber se a situação politica do país já bateu no fundo ou se ainda podia piorar.
Por outras palavras; se a um governo que bate recordes negativos de popularidade ainda podia suceder um governo pior ou se isso era praticamente impossível.
E na sequência disso veio-me á cabeça um possível governo do PS formado por ilustres militantes do partido que nele ocuparam e ocupam importantes cargos e que em representação do partido já andaram por governos desta (in) "ditosa Pátria minha amada" como diria Camões.
Então, qual treinador de bancada, aí vai esse hipotético governo:
Primeiro Ministro: António José Seguro.
Ministros:
Presidência: Pedro Silva Pereira.
Defesa : José Lello.
Negócios Estrangeiros: Ana Gomes.
Justiça: Ricardo Rodrigues.
Finanças: Ferro Rodrigues.
Seg.Social : Paulo Pedroso.
Administração Interna: José Junqueiro.
Economia: Basílio Horta.
Agricultura: Augusto Santos Silva.
Assuntos Parlamentares: Jorge Lacão.
Obras Públicas: Paulo Campos.
Ordenamento : João Soares.
Adjunto do PM e Desporto: Armando Vara.
Cultura: Manuel Maria Carrilho.
Ambiente: Carlos César.
Saúde: Sérgio Sousa Pinto.
Porta voz do governo: Vitalino Canas.

Acho que ninguém me falou disto. Foi mesmo sonho.
Quero dizer...pesadelo!
Depois Falamos

terça-feira, outubro 09, 2012

Contabilidades

Acho que no futebol português se fala demasiado em arbitragens.
Há clubes, então, que já sabemos que quando não ganham temos "conversa" para dias a fio atirando para cima das equipas de arbitragem todas as culpas pelo insucesso ainda que a verdade dos factos seja muitas vezes bem outra.
Vendo futebol há mais de 40 anos diz-me a experiência o seguinte:
Porto, Benfica e (cada vez menos) Sporting chegam ao fim das épocas com as contas equilibradas entre eles em termos de erros arbitrais.
Os outros, entre si, também.
Mas os três (dois?) referidos terminam os campeonatos com um saldo largamente favorável nos jogos que disputam com os outros clubes.
Escandalosamente favorável diria.
Por isso não deixo de achar piada a alguns argutos comentadores e jornalistas que repararam que o segundo golo do Vitória , em Coimbra, nasce de um lance de facto irregular mas nem um teve a elementar honestidade de referir que a grande penalidade contra a Académica devia ter sido repetida.
Mais do que palavras as imagens são esclarecedoras.
Quando Toscano vai rematar há pelo menos dois jogadores da Académica bem dentro da área.
E quando nos lembramos da grande penalidade com o Moreirense bem nos podemos queixar da dualidade de critérios na interpretação da lei.
Lá está; prejudicados na grande penalidade e beneficiados no lance do segundo golo as contas equilibram-se.
Fosse assim em todos os jogos.
Depois Falamos

segunda-feira, outubro 08, 2012

Uma Moeda,Duas Faces

Começo a crer, embora espere estar errado, que este governo dificilmente cumprirá a legislatura para que foi eleito em 2011.
Não tanto por causa da contestação popular nas ruas ou do agravar da austeridade mas porque vai dando sinais de desarticulação interna e são já hoje evidentes algumas fracturas no seio da maioria que poderão levar ao desfazer da mesma.
Se a isso juntarmos governantes impreparados, medidas de combate à  crise erradas por excesso e deficiências de comunicação inaceitáveis está criado o "caldo" que pode levar Portugal para indesejáveis eleições antecipadas as que poderão ser a unica saída para uma situação de impasse politico e desautorização do governo.
E assim sendo, independentemente das cores partidárias de cada um, importa reflectir nas possíveis alternativas.
Que é o PS e mais nenhuma.
Embora num cenário de eventual vitória sem maioria o partido pudesse ter que buscar apoios parlamentares (ou até mais do que isso...) noutras áreas politicas.
Acontece que o PS é hoje dirigido por alguém que sendo profundamente respeitável do ponto de vista pessoal não passa de um "clone" politico (idade,percurso incluindo liderança da Jota respectiva, estilo)de Pedro Passos Coelho.
E por isso quem não quer PPC a liderar um governo por não gostar do estilo e das politicas(mas essas não poderiam ser muito diferentes com AJS a PM) não vê em Seguro a alternativa que faça a diferença.
Até porque alguém que se quer credibilizar como alternativa e vem propor o regresso do feriado do 5 de Outubro ou a redução do número de deputados está a enveredar pela demagogia destravada e por um populismo absolutamente lamentável.
Daí o considerar, friamente, que a melhor solução seria (será ?) PPC fazer uma verdadeira remodelação do executivo e das politicas.
Num caso levando para o governo gente que gere mais confiança nos portugueses porque governa melhor e no outro pensando um bocado mais nas pessoas e um bocado menos nos números.
Não sei é se ainda vai a tempo.
Porque se não for creio que Portugal está metido num enormíssimo problema.
Com eleições que nada resolverão e uma alternativa que não passa da outra face da mesma moeda.
Neste caso de uma moeda que não tem tem merecido o agrado da maioria dos portugueses.
Depois Falamos

P.S. Quero acreditar que os boatos acerca de um pedido de demissão do primeiro ministro recusado pelo Presidente da República ,na sequência da polémica da TSU, não passam disso mesmo de... boatos!

quinta-feira, outubro 04, 2012

Uma Falsa Questão


Sou militante do PSD/JSD há trinta e sete anos.
E espero continuar a ser por muitos mais.
Equivale isto a dizer que comigo não contam para discursos anti partidos, anti políticos e para a exaltação de tecnocrata apartidários ou de independentes vá-se lá saber de quê…
Mas porque a militância partidária não me tolhe a razão nem o sentido critico nada me custa admitir que estes 38 anos de democracia em sido, especialmente na ultima década, extremamente degradantes para a imagem dos políticos, da politica e até da própria democracia como preocupante e recente sondagem bem exemplifica.
Em grande parte por culpa da própria classe politica que se põe a jeito, é fácil reconhecê-lo, mas uma parte não depreciável da responsabilidade dos próprios cidadãos que adoram dizer mal dos políticos e culpar a política por todos os males que o país enfrenta.
Sem olharem muitas das vezes para os espelhos que tem em casa…
Agora no que não acredito, nem nos momentos de maior indignação ou desânimo, é na existência de soluções fora do quadro partidário e da vida normal em democracia típica de um verdadeiro Estado de direito.
Governos de iniciativa presidencial, nomeação de governos sem estarem legitimados pelo voto do povo ou até um regresso dos militares ao poder como alguns parecem já defender são “não” alternativas a merecerem a firme oposição de todos quantos acreditam nas instituições democráticas, na liberdade e no valor supremo do voto livre, universal e secreto.
Por isso acredito que Portugal saberá encontrar o seu caminho.
Que não passa por tecnocratas desprovidos de afectos (e os governos devem governar a pensar nas pessoas) nem em independentes da política mas sempre dependentes do poder politico e disponíveis para o servirem independentemente (aí sim independentes…) da cor partidária.
Portugal tem um governo legítimo, eleito pelo povo, e a cumprir o seu mandato.
Só em circunstâncias muito excepcionais (felizmente que já lá não está Jorge Sampaio para dar à excepcionalidade o carácter que lhe convinha), que neste momento não se verificam, se poderia admitir uma interrupção do ciclo governativo e a convocação de eleições antecipadas.
Creio que Passos Coelho deve remodelar rapidamente o governo.
Nalgumas caras, nalgumas políticas e na sua própria orgânica.
Dividindo ministérios que são demasiado pesados e com isso atraindo ganhos em termos de eficácia governativa.
A mim, como cidadão contribuinte, pouco me importa se o governo tem dez ou quinze ministros.
Quero é que governe bem!
Porque de que adiante ter um governo reduzido por questões de poupança (com tudo o que isso encerra de populismo demagógico) se depois não é eficaz na governação?
Acaba por sair bem mais caro do que ter um governo maior mas com ministros menos sobrecarregados e portanto mais céleres e eficazes a governarem.
Se PPC souber remodelar nesse sentido, chamar ao governo gente experiente e com credibilidade (eu sei que vai ser difícil…), mudar algumas das medidas mais gravosas para o bolso dos cidadãos e fizer verdadeiras reformas políticas (Regionalização, lei eleitoral autárquica, círculos uninominais e verdadeira limitação de mandatos para autarcas e deputados) então terá condições para cumprir o seu mandato e devolver a Portugal a estabilidade politica e social que nos últimos tempos tão posta em causa tem sido.
Só depende dele.
O tempo é que já não é muito…
Depois Falamos

P.S. Depois do anúncio de ontem ,das novas medidas de austeridade, o tempo que já era curto ainda ficou mais reduzido…

O Povo é Sereno

Esta frase, imortalizada pelo almirante Pinheiro de Azevedo aquando de uma célebre manifestação no Terreiro do Paço no ano quente de 1975, aplica-se hoje na perfeição à esmagadora maioria dos adeptos vitorianos.
Que desejando, naturalmente, ver o clube na disputa dos lugares que sempre foram seus também sabe que a situação dificílima deixada pela anterior direcção obrigou a que a presente época fosse preparada com um rigor e um “apertar de cinto” que obrigam a doses de paciência e tolerância adequadas.
Porque as nossas equipas A e B têm valor suficiente para alcançarem os objectivos propostos mas todos sabemos que ambas estão numa fase de construção (especialmente a B que parte do zero) e que as coisas para serem bem feitas levam o seu tempo.
Haja,pois,calma.
Porque o caminho definido é aquele que vai ser cumprido que ninguém tenha dúvidas disso.
Na equipa A, profundamente remodelada com as saídas de uma dezena de jogadores, entraram reforços jovens, com qualidade, mas que ainda estão numa fase natural de entrosamento e adaptação ao clube.
André veio da II B, Baldé está a jogar pela primeira vez na 1ª Liga depois de experiencias na II e na 1ª divisão belga, Addy e João Gonçalves já tem experiencia na Liga mas acabam de chegar e Lalkovic e Delac são dois jovens talentosos mas que vem de culturas futebolísticas bem diferentes.
Estou certo que todos triunfarão.
Mas é preciso dar-lhes tempo e “conforto”.
Na equipa B o panorama é o que se sabe.
Começou do zero, aproveitando muitos jovens que andavam emprestados por outros clubes mas que tinham sido formados aqui, promoveu 5 juniores (Preto, Pedro Lemos, Luis Rocha, João Pedro e Areias) e contratou apenas quatro jogadores (Kanu, Tiago Almeida, Índio e Gonçalo que tinha sido formado no clube) a que se vieram juntar posteriormente Marquinhos e João Veloso.
E é com este grupo, e as duas equipas que dele emanam, que vamos ganhar as nossas “guerras”.
Se me perguntarem se gostaria de ter mais pontos e mais golos marcados em ambas as equipas direi, obviamente, que sim.
Mas acredito que eles aparecerão, golos e pontos, com naturalidade e muito a tempo de nos permitirem fazer as tais épocas projectadas.
Para já é importante referir duas coisas:
A qualidade desportiva e humana dos jogadores que servem o clube nas duas equipas e a satisfação pelo trabalho que vem sendo desenvolvido por Rui Vitória, Luis Felipe e respectivos colaboradores.
Acompanho os treinos e a as equipas, vi todos os jogos oficiais de ambas e alguns particulares, e sei bem do que falo.
Há um grupo, dois líderes cada um com a sua equipa, uma ligação perfeita entre ambos que permite que jogadores da B reforcem a A (Tiago Rodrigues é o exemplo mais recente mas preveem-se mais…) e que pontualmente jogadores da A vão dar alguma experiência á B, e por isso acredito no que está a ser feito.
E não fosse a onda de lesões (especialmente as de Amorim e Dinis que são de duração mais longa) e o panorama seria ainda mais desanuviado para todos.
Dirigentes, técnicos e adeptos.
Acredito que o povo é sereno.
E da sua serenidade e apoio constantes (como tem sido patente nestas primeiras jornadas e que permitem que em média de assistências ocupemos o 4º e 13º lugares entre 38 equipas a disputarem os campeonatos profissionais) se fará também uma “arma” que nos ajudará a atingir os objectivos.
Depois Falamos

Os Homens Bons.

Se há coisa que na actualidade não me preocupa minimamente, ao contrário do acontecido nos últimos vinte e muitos anos, são as eleições autárquicas de Setembro/Outubro de 2013 e o respectivo resultado.
Porque se elas parecem preocupar tão pouco quem se devia preocupa muito, a vários níveis, não é a mim que não tenho qualquer responsabilidade partidária executiva (apenas integro a assembleia distrital como delegado da secção de Guimarães) que elas vão trazer dores de cabeça ou preocupações de qualquer espécie.
Ainda assim , se calhar por força de hábitos antigos, vou acompanhando a evolução dos processos de escolha de candidatos porque sem qualquer envolvimento ou preocupação não deixo ainda assim de desejar que os candidatos do PSD obtenham os melhores resultados possíveis.
O que com o “lastro” negativo deste governo não vai ser nada fácil.
Especialmente no distrito de Braga, aquele que conheço melhor como é evidente, prevejo um cenário de dificuldade acrescida face à conjuntura nacional, ao desgaste de que o partido tem sofrido e à lei de limitação de mandatos que coloca um problema sério na última grande autarquia (Famalicão) que o PSD detém em todo o distrito depois da perda de Barcelos em 2009 e da já longínqua derrota em Guimarães em 1989.
E assim sendo creio que, pelos dados que vou tendo, o partido só pode” descansar” (sem facilitar) em três municípios:
Celorico de Basto, onde Joaquim Mota e Silva tem dado continuidade ao bom trabalho que vinha de trás, Esposende onde o difícil é não ganhar pelo que a mudança de candidato não terá qualquer importância e Póvoa de Lanhoso desde que Manuel Baptista se recandidate.
Famalicão é um município difícil, sempre o foi para o PSD, e sem Armindo Costa mais difícil vai ser ainda. Acrescendo o facto de ser um eleitorado urbano (mais sensível ás politicas do governo) e com uma componente importante de operariado.
É lá que está o maior desafio “defensivo” do PSD nas próximas autárquicas.
Das câmaras social-democratas resta Vila Verde.
Onde, em princípio, não haverá problemas em revalidar a maioria.
Mas já tive mais a certeza do que tenho hoje…
Das outras, as de maioria PS, “fustigadas” pela lei de limitação de mandatos (Guimarães, Braga, Fafe, Cabeceiras de Basto) é para mim evidente que aquela em que o PSD poderá estar mais próximo de uma vitória história é em Braga.
Onde Ricardo Rio tem feito um exemplar trabalho de oposição que tudo indica será premiado com uma vitória caso o tal “lastro” negativo do governo não dê um balão de oxigénio à moribunda maioria socialista.
Penso que em Vizela também se poderá fazer história com a primeira vitória do PSD mas é apenas uma dedução face á evolução do partido no concelho e ao desgaste da maioria socialista.
Nas outras francamente não sei.
Nem sequer se já estão decididos os candidatos na maioria delas.
Mas parece-me que face ao cenário de dificuldade que o partido enfrenta, ao desgaste governativo, à implantação socialista no terreno (nalguns casos há longos anos) e até ao facto de várias estruturas locais do partido estarem quase em “coma” profundo bem fará o PSD se olhar para trás e se recordar que muitas das vitórias que obteve se ficaram a dever aos “homens bons” que candidatou em vários municípios e que constituíam claras mais-valias para as candidaturas pela sua inserção social e vida para lá da politica.
Homens como António Xavier em Guimarães, Mário Campilho em Cabeceiras de Basto, Fernando Reis em Barcelos, Alberto Figueiredo em Esposende, José Araújo em Terras de Bouro ou Albertino Mota e Silva em Celorico de Basto são exemplos que o partido deve seguir na escolha de candidatos de molde a contornar todas as dificuldades já enunciadas e outras que possam aparecer.
Caso contrário desconfio que as autárquicas de 2013 no distrito de Braga vão ser uma “coisinha má” para o PSD.
Depois Falamos.

P.S. Em Guimarães o PSD apresentará como candidato o André Coelho Lima.
Numa eleição que pese embora a saída de António Magalhães será extremamente difícil dada a implantação do PS no município e os longos anos de poder que lhe permitiram uma omnipresença em todas os sectores da comunidade vimaranense.
O André Coelho Lima e o PSD terão o meu voto e o meu apoio que fique claro desde já!

segunda-feira, outubro 01, 2012

Um "Simples" Jogo...

A propósito do jogo de ontem entre as equipas B do Vitória e do Braga, disputado no já arcaico estádio 1º de maio, ocorrem-me algumas reflexões sobre o envolvimento fora das 4 linhas já que sobre o que nelas se passou já tive oportunidade de escrever.
A primeira reflexão é sobre o próprio estádio.
Que com a provecta idade de 62 anos é hoje um recinto desactualizado face às necessidades do futebol actual e às condições de segurança que ele requer.
Continua a ser, disso não tenho duvidas, um dos estádios em que se vê bem futebol de qualquer bancada e um anfiteatro majestoso no qual já assisti a muitas dezenas de jogos de que guardo boa memória na sua larga maioria.
Mas quer nas bancadas sem cadeiras (é engraçado como as exigências da LPFP vão mudando de estádio em estádio no âmbito da mesma competição), quer na zona de camarotes e tribuna presidencial, quer nos balneários já está longe do que é hoje exigível.
Bastará constatar que não existe (ou existe e está inacessível…) uma ligação interior entre balneários e camarotes pelo que os dirigentes dos clubes visitantes têm de fazer o respectivo percurso pelo exterior entre os adeptos do clube da casa.
Um aparte para registar, com satisfação, as muitas provas de “simpatia verbal” que me foram manifestadas pelos adeptos do Braga quando fiz esse caminho antes do jogo se iniciar na companhia de um dirigente bracarense que ainda ouviu “por conta”.
Aborrecido ficaria, e muito, se me batessem palmas!
Mas a reflexão principal sobre este jogo entre equipas B, num campeonato da II liga, tem a ver com o infelizmente necessário aparato policial face ao grau de conflitualidade existente entre adeptos dos dois clubes.
Se na ida para Braga o autocarro do Vitória já gozou de um, apesar de tudo, discreto acompanhamento por parte da PSP no regresso parecia um filme.
Carros da policia à frente a atrás do autocarro, policia apeada em variados pontos do percurso entre o estádio e a entrada da auto-estrada, agente armados com “shot guns” viradas para as bermas da estrada, todo um cenário digno de Hollywood.
Infelizmente necessário face ao histórico dos últimos anos.
Graças a esse eficaz trabalho da PSP tudo decorreu sem incidentes, quer com o autocarro do Vitória quer com os vitorianos presentes nas bancadas, mas todos temos de nos interrogar sobre este estado de coisas.
Em que um jogo de futebol (ainda por cima entre equipas B) obriga à mobilização de muitas dezenas de agentes policiais e à montagem de um semelhante dispositivo de segurança.
Creio,e não devo andar longe da verdade, que o rácio entre polícias e espectadores deve ter sido o mais alto de sempre em jogos da II Liga e deve estar no top tem absoluto do futebol português.
E é sobre isto que todos, dirigentes e adeptos, temos de fazer uma séria reflexão.
Antes que seja tarde!
Depois Falamos

T. Rex

Um destes dias, ao fazer um zapping televisivo, fui dar com a enésima repetição de “Parque Jurássico” o filme com que Steven Spielberg revolucionou a forma como eram vistos os dinossauros e que os colocou na moda.
Vá-se lá saber porquê lembrei-me dos presidentes de câmara que por força da lei de limitação de mandatos se aprestam para deixarem os lugares onde alguns passaram uma vida e da forma como encararão esse inevitável (pelo menos para a esmagadora maioria) fim de ciclo.
Porque se é verdade qua lei impede a recandidatura de todos aqueles que completam o terceiro mandato consecutivo á frente do respectivo município não é menos verdade que existem muitos que estão há quatro, cinco, seis mandatos em funções.
Há até casos como o de Braga ou de Vila Nova de Poiares em que os presidentes estão no décimo (!!!) mandato consecutivo.
Ou seja passaram grande parte da sua vida a fazer a mesma coisa.
Como encararão eles este ano derradeiro?
Alguns, porventura os mais avisados, já deixaram as autarquias aos potenciais sucessores e evitaram um último ano “penoso” em que todos os dias falta menos um dia.
Com o que isso significa de perda de poder efectivo, do assistir ao realinhar de fidelidades, do aperceberem-se que em bom rigor já não contam para nada.
O que origina, é da natureza humana, que sejam confrontados com insatisfações, recalcamentos e ingratidões de gente que consideravam próxima e até amiga e que vendo-os sem poderem recandidatar-se aproveita para “ajustar” contas.
Outros, por nostalgia, apego ao poder (por menor que vá sendo…), vontade de afirmarem que “depois de mim o caos…”ou simplesmente por não saberem ou terem mais que fazer vão ficar até ao último dia dificultando a vida ao candidato do seu partido e atirando com o fel da impotência política para cima de quem os incomode.
Outros, ainda, mas penso que muito poucos vão optar por uma saída em beleza procurando consensos e colocando-se numa posição senatorial no futuro do seu município.
Ao fim e ao cabo cada cabeça cada…opção.
Mas acredito que muitos se vão interrogar até ao fim dos seus dias (e se calhar depois, como a imagem que encima este post) porque raio se foram lembrar de fazer a malfadada lei.
Depois Falamos

Esforço Inglório

Cartoon de Miguel Salazar e texto de José Rialto em http://miguelsalazar.blogs.sapo.pt

O genial cartoon de Miguel Salazar (e texto de José Rialto) que encima este post é extremamente feliz no retratar da situação mais infeliz da História de 90 anos de uma grande instituição chamada Vitória Sport Clube.
Porque não sendo ainda conhecida de todos (sê-lo-á na próxima Assembleia Geral) as peripécias que envolveram a questão do PEC é perfeitamente possível dizer agora aquilo que de mais substancial existe sem entrar em detalhes que deverão ser explicitados no local próprio.
Face à desastrosa gestão dos últimos anos o Vitória, ainda no mandato da anterior direcção, viu-se obrigado a recorrer a um instrumento chamado PEC para fazer frente às dívidas avassaladoras do clube perante o Estado, fornecedores, atletas, técnicos e funcionários.
Foi a anterior direcção que recorreu ao PEC.
Sabendo exactamente o que isso significava e perfeitamente consciente de que as garantias anteriormente prestadas (devido a empréstimos por ela contraídos) teriam de se manter até à liquidação total das dívidas.
Nesse contexto, e depois de terem sido afastados do clube pelos sócios insatisfeitos com o rumo dos acontecimentos, foi a actual direcção que teve de completar o processo em tempo recorde (caso contrário não poderíamos inscrever as equipas nas ligas profissionais) negociando com todos os credores envolvidos.
Nomeadamente a banca.
Que aderiu (e são quatro os bancos envolvidos) deixando claro não prescindir dos avales dos anteriores directores.
Com o que estes concordaram assinando até, com um dos bancos, um compromisso nesse sentido.
Simultaneamente a direcção solicitou, e obteve, da AG autorização para a prestação de garantias no âmbito do PEC conforme a Lei exige deixando bem claro que seria apenas e só nesse âmbito que a autorização dos sócios era solicitada.
As equipas foram inscritas.
E agora, conforme previsto, é necessário formalizar o PEC através de uma acta em que todos os envolvidos terão de depor a sua assinatura.
É então que surge esta posição dos anteriores dirigentes.
Recusando-se a viabilizar o PEC, dando o dito por não dito, e colocando o clube à beira do abismo.
Porque sem o PEC o Vitória fica á mercê de um qualquer credor que decida pedir a insolvência do clube.
Em suma:
Os responsáveis pela péssima gestão financeira, e pelo aumentar brutal do passivo do clube (e pelo mais que se virá a apurar), foram embora e querem que sejam os actuais dirigentes a resolverem o problema.
Nem que seja hipotecando o que ainda há para hipotecar do nosso património.
É uma atitude inqualificável que a ser mantida tem de merecer a resposta adequada dos vitorianos e da direcção do Vitória.
E vai merecer não tenho duvida nenhuma.
Depois Falamos

P.S. Confesso que há uma coisa que à luz do que se sabe ainda não percebi: esses senhores terão a noção de que caso o PEC não seja aprovado, e o Vitória entre em insolvência, os seus avales serão executados pelos bancos como garantias dos empréstimos não liquidados?
De certeza que tem!
E por isso ainda é mais incompreensível esta atitude.
A não ser que …