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domingo, julho 29, 2012

Um dos Nossos

Foto: http://gloriasdopassado.blogspot.com

Jorge Vieira (na fotografia com o grande capitão António Peres) faleceu esta semana no Rio de Janeiro aos 78 anos de idade  depois de uma carreira de sucesso como treinador de vários clubes e selecções.
Entre eles o nosso Vitória.
Que treinou em duas ocasiões.
A primeira delas, na época de 1968/1969, ficará para a a nossa História como a primeira em que o clube se classificou em terceiro lugar depois de um brilhante campeonato em que apenas as arbitragens nos impediram de sermos campeões nacionais.
Uma grande equipa, grandes jogadores, um futebol espectacular que proporcionou aos vitorianos uma época de imensas alegrias e momentos de satisfação.
Lembro-me bem dessa época de galvanização vitoriana e da equipa que a motivou.
E do treinador sereno, inteligente e capaz que a comandava.
Jorge Vieira.
Deixou o mundo dos vivos mas permanecerá sempre na memória dos vitorianos.
Que lhe estarão sempre gratos por essa primeira prova de que somos capazes de sermos tão bons como os melhores.
Depois Falamos

Começaram !

Começaram os Jogos Olímpicos de Londres 2012.
Pela terceira vez os JO visitam a capital britânica e pela segunda tem a cerimónia de abertura presidida pela Rainha Isabel II o que traduz , de facto, uma enorme longevidade da monarca na chefia do Estado.
Não recordo mesmo nenhum outro chefe de estado que tenha acolhido duas edições dos Jogos enquanto em funções.
E no caso muito particular da Comonswealth é melhor nem lembrar que Isabel II é também chefe de estado do Canadá (Montreal 1976) e da Austrália (Sidney 2000)porque então o seu recorde será absolutamente imbatível!
Mas voltemos a 2012.
Com uma cerimónia de abertura fascinante, recheada de momentos espectaculares, que prendeu mais de mil milhões de pessoas em frente ás televisões para seguirem a passo e passo todos os momentos.
Espera-se, e deseja-se, que sejam uns Jogos espectaculares em termos desportivos, limpos em termos de doping, e que contribuam para o seu fim ultimo que é o aproximar de povos e nações.
Não sei, nem interessa, se serão os melhores de sempre em termos desportivos e de espectáculo.
A fasquia de Barcelona /1992 continua muito alta e difícil de ultrapassar em termos desportivos .
Já para não falar da espectacular cerimónia de abertura.
Como também o encerramento de Moscovo/1980, com a lágrima do urso Misha, será sempre uma referência.
O que importa é que sejam um hino ao desporto.
Depois Falamos

Nomeações e Nomeados



No pequeno, e não apenas geograficamente, país que somos tudo parece servir para levantar polémicas estéreis ou fragilizar governos desde que venda jornais e sirva para acirrar os pequenos “ódios” populares contra a política e os políticos.
Aliás, muito por força de alguns deles mas também pela tal pequenez não geográfica de que atrás se falava, nada parece divertir mais algumas camadas transversais da população e dos fazedores de opinião do que dizer mal da politica e dos políticos.
Desta vez o “motivo” é a nomeação para directores executivos dos agrupamentos dos centros de saúde (vulgo ACES) da ARS/Norte (curiosamente no sul já estão todos nomeados mas ninguém encontrou motivos de polémica…)e as já tradicionais acusações sempre repetidas nestas alturas.
A saber:
1)Não são médicos.
Como se por acaso fosse condição obrigatória para dirigir hospitais e centros de saúde o ser médico. Num país com tantas carências nessa área os médicos devem é exercer medicina.
Até acho, brincando mas não muito, que unidades de saúde deviam era serem dirigidas por doentes!
2) São do PSD e do CDS.
Ser militante de um partido não pode ser factor de preferência. Mas também não deve ser de prejuízo!
É normal que um governo nomeie pessoas da sua área politica e solidárias com o seu programa de governo. Mesmo assim regista-se que foram reconduzidos vários nomeados pelo governo do PS. Coisa que o PS não faz quando está no poder convém lembrar.
3) São “jotinhas”.
Não faço ideia se militaram ou não na JSD ou na JP.
Mas acusar pessoas com mais de 50 anos(como num dos casos pelo menos) de serem “jotinhas” soa a brincadeira.
4) Não tem experiência na área da saúde.
Não sei se tem ou não.
Certo é que ninguém tem antes de …ter!
Mas sei como gente com experiência na área pôs a Saúde em Portugal.
5) As nomeações do governos estão instrumentalizadas pelos partidos da maioria acusa Manuel Pizarro ex secretário de estado da saúde no governo de Sócrates.
Não duvido da sua profunda experiência (e prática) na matéria.
Mas gostava, já agora, que este putativo candidato à câmara do Porto e ansioso por palco a qualquer preço divulgasse quantas pessoas do PS (ou próximas) nomeou para estes mesmíssimos cargos na governação socialista.
E quantas reconduziu das nomeadas pelos governos de Durão Barroso/Santana Lopes.
Só para podermos comparar…
O que vale é que estas polémicas são como a espuma das ondas, desfazem-se depressa para darem lugar a novas .
Porque é preciso vender jornais!
Depois Falamos

P.S Percebe-se a intenção de com estas pequenas tricas continuar a tentativa de fragilização do governo por parte das oposições e de alguns jornalistas que lhes são afectos.
Espera-se é que (como ás vezes acontece) não apareçam uns idiotas “uteis” do PSD a ajudar à “festa”.
Apoiando objectivamente os adversários do Governo.

Canalhice!

Acredito firmemente em que há, pelo menos,dois momentos em que todos os seres humanos são absolutamente iguais.
No nascimento e na morte.
E se o primeiro é um constante hino à vida o segundo deve merecer o respeito devido ao fim de um percurso e ao desaparecimento do mundo dos vivos.
Enquanto deputado à Assembleia da República tive oportunidade de votar muitos votos de pesar apresentados pelo meu e pelos outros partidos.
Uns com o sincero pesar de quem conhecia o desaparecido ou admirava o seu percurso de vida.
Outros "apenas"com o respeito devido a quem morre.
Jamais votaria contra um voto de pesar.
Porque isso significaria um enorme desrespeito pelo falecido, pelos seus familiares, e acima de tudo constituiria uma ode à morte e uma enormissima falta de respeito pela Vida.
Mas assisti, com uma revolta sempre igual e uma incompreensão que nunca me abandonará, aos partidos de esquerda votarem frequentemente contra votos de pesar apresentados pelo PSD, pelo PS ou pelo CDS.
PCP, BE e essa aberração fraudulenta chamada "Os Verdes"  eram, e são, useiros e vezeiros nesse tipo de voto.
A bem dizer só lhes faltava apresentarem votos de congratulação por algum morto de outra área politica que não a sua.
Mas desconfio que faltava pouco...
Partidos que veneravam tiranos assassinos como Estaline, ou seguiam as máximas de criminosos como Mao Tse Tung, enchiam-se de pruridos e de fervores pseudo moralistas quando morria alguém que não era das suas cores especialmente se tinha tido algum destaque a combater as suas ideologias.
Podia falar de José Hermano Saraiva.
Mas também de Vaclav Havel ou Alexander Soljenitsin.
Ou Andrei Sakharov!
Como exemplos do sectarismo de uma certa esquerda que nem na hora da morte sabe ser mâgnanima.
Não entendo que se possa votar contra um voto de pesar.
E acharei sempre, com o devido respeito, que quem o faz comete uma inaceitável canalhice!
Depois Falamos

terça-feira, julho 24, 2012

Belo Campeonato

A F1 já não tem hoje os duelos apaixonantes do passado que tanto contribuíram para que se transformasse na modalidade rainha dos desportos motorizados.
Stewart-Fittipaldi, Lauda-Prost ou Prost-Senna para citar apenas alguns de muitos contribuiram para o enorme interesse que A F1 despertou a nível planetário até porque esses duelos extravasaram das pistas e transformaram-se em autênticos casos mediaticos e de noticiário corrente.
Hoje, depois daqueles anos de domínio esmagador de Michael Schumacher, a modalidade está "democratizada" e tem-se assistido a uma certa variedade de campeões do mundo:
Alonso, Raikonen,Hamilton,Button,Vettel tem proporcionado um motivo de interesse suplementar com a mudança da coroa de campeão de uns para os outros trazendo aquela incerteza que tanto beneficia a competição.
Este ano, então, o campeonato está mais interessante do que nunca.
Com dez provas disputadas e sete vencedores diferentes (Alonso,Button,Hamilton,Webber,Maldonado,Vettel e Rosberg)atingido metade do campeonato é impossivel apontar um claro favorito.
Talvez Fernando Alonso, mas apenas talvez...
Tempo, pois, de disfrutar de um grande campeonato.
De que a F1 bem precisava.
Depois Falamos

Saudosistas ?

Vivemos em tempos pouco gratificantes no que ao respeito pela privacidade de pessoas e até instituições diz respeito.
Tempos em que um "voyeurismo" desenfreado, que não conhece limites nem regras, se auto institui como norma de funcionamento social que a todos obriga e condiciona.
Alimentado pelas incontáveis revistas "cor de rosa", por programas de televisão de qualidade lixo" (como diriam as "queridas" agências de rating") tipo big brother, por jornais ditos tablóides ou por espaços na internet a vida dos cidadãos está permanentemente sobre um escrutínio (diria até devassa) que nada justifica e nada de bom trará certamente.
Manda a verdade que se diga que alguns também se põe bastante a jeito dada a forma como expõe as suas vidas nas redes sociais (nomeadamente no facebook) ao ponto de se poder dizer que nada fica oculto por vontade própria.
Mas esses são a excepção.
Depois há os outros.
Que se forem as chamadas figuras publicas (desportistas,políticos actores,etc) tem a "garantia" de que terão permanentemente atrás de si os caçadores de escândalos sempre na expectativa de descobrirem uns esqueletozinhos num qualquer armário que possam alimentar o falatório durante o tempo suficiente até ao aparecimento de novo "caso" e nova vitima.
Um nojo.
Que agora parece querer estender-se á vida das instituições com a permanente exigência de que sejam dirigidas na praça pública, independentemente dos danos colaterais que isso possa causar, em nome de uma falsa transparência que não passa de um "voyeurismno" doentio e que nada respeita.
Quase como se o pagar uma quota significasse o mesmo que na "Zon" ou na "Meo" contratar um qualquer canal codificado dos que se dedicam à pornografia e ver , babando-se de gozo, tudo que lhe entra pela televisão dentro.
Transparência não é isso obviamente.
Porque gerir com transparência significa dar as explicações todas nos sítios próprios e perante quem tenha o direito de as conhecer.
Mas que andam por aí muitos saudosistas do "Santo Ofício" lá isso andam...
Ansiosos por coscuvilharem tudo, acerca de todos, nem que seja á força ou usando uma velha máxima (porventura da Santa Inquisição) de que os fins justificam os meios!
Estão enganados.
Mas fazê-los perceber isso não é fácil!
Depois Falamos



sábado, julho 21, 2012

Torre Eiffel

É o monumento mais conhecido de Paris e um dos mais conhecidos em todo o mundo.
Construído para marcar a Exposição Universal de 1889, na qual era a porta de entrada, acabou por marcar indelevelmente a paisagem de Paris tornando-se um dos monumentos de visita paga mais visitados em todo o planeta.
Anualmente são mais de 7 milhões os visitantes que anualmente sobem à torre e desfrutam das espantosas vistas que dela se tem.
Há muitos anos que desejava visitá-la.
E subir até ao topo.
Mas Paris não fazia, por incrível que pareça, parte da pequena listagem de cidades europeias que já conheço e por isso a torre Eiffel para mim era apenas suma imagem mil vezes repetida em televisão e cinema.
Como em "007 Alvo em Movimento" que tem uma das suas mais movimentadas cenas passada no interior da torre.
No passado mês de Junho fui finalmente à cidade luz.
E á torre Eiffel é claro.
Subi até ao topo e confirmei que a vista de Paris que de lá é possível vislumbrar é verdadeiramente impressionante e vale bem aquela subida num elevador impróprio para quem tenha vertigens.
Gostei imenso da torre Eiffel.
E  de Paris.
Agora...espero voltar.
Depois Falamos

Fechar... Fechar...Fechar

Tenho um amigo que costuma dizer, com alguma piada, que Portugal vai cada vez mais deixando de ser um país para passar a ser um sítio!
Onde se vive, aliás, cada vez pior para desespero dos residentes.
Não importa hoje muito, até porque nessas matérias a responsabilidade está bem dividida entre PSD e PS, apurar quem tem a culpa (sem aspas) da progressiva desertificação do interior e da concentração cada vez mais asfixiante das populações no litoral.
A verdade é que a “ofensiva” contra o interior começou pouco depois do 25 de Abril quando mentes iluminadas resolveram desatar a suprimir linhas férreas que constituíam a única ligação entre o interior e o litoral deixando as populações sem alternativas viáveis.
È certo que em vários casos, bem conhecidos, andaram a enganar (sem aspas outra vez) o povo com umas ligações rodoviárias que rapidamente desapareceram envoltas no fumo da mentira (sem aspas mais uma vez) que nunca deixaram de ser.
Depois veio o resto.
Fecharam escolas.
Fecharam centros de saúde.
Fecharam maternidades.
Fecharam urgências hospitalares.
Fecharam tribunais.
È bom que se diga que os “barrigudos” (aqui vai com aspas vá lá…) que tomaram todas estas decisões, dos comboios aos tribunais, são gente que comodamente instalada nos seus gabinetes do terreiro do paço não precisam destes serviços e meios de transporte para nada pelo que nem sabem bem a importância do que estão a decidir.
Ignoram os problemas das populações, a opinião dos autarcas, o país real que tem de ser visto como um todo e não apenas como uma parte pequena concentrada num raio de 50 klm em volta de Lisboa!
Não sei, como assegura o meu amigo, se Portugal já é apenas um sítio (outra vez sem aspas) onde outrora foi um país.
Mas tenho a certeza que se não forem feitas profundas alterações no sistema político, descentralizando verdadeiramente e dando o poder de decidir nestas e noutras matérias a quem está próximo das questões e conhece a implicação das decisões tomadas, corremos o risco de um dia nem um sítio sermos.
O que será uma pena!
Depois Falamos

quinta-feira, julho 19, 2012

O Talento

Se há componente futebolística que não se compra no supermercado é seguramente o talento.
Ele pode ser trabalhado, desenvolvido, exercitado mas para isso tem de existir no atleta de forma inata.
E é precisamente o talento que faz a diferença entre um bom e um grande jogador e entre este e um jogador excepcional daqueles que dão ao futebol a sua magia própria e o transformam no maior espectáculo de multidões de todo o planeta.
Porque sem talento pode jogar-se futebol, até com sucesso, mas nunca se enfileirará na galeria dos predestinados que ficam para a História do futebol e fazem movimentar milhões e milhões de euros ou dólares.
São inúmeros os exemplos de futebolistas de grande talento.
Desde os imortais como Pelé, Eusébio, Cruyff, Beckenbauer, Di Stéfano, Kopa, Yashin, Bobby Charlton entre outros, passando pelos “grandes” da actualidade como Ronaldo, Messi, Iniesta, Xavi, Van Persie ou por aqueles que durante anos contribuíram para o engrandecimento do futebol dos quais cito Figo, Platini, Van Basten, Gullit, Del Piero, Thierry Henry entre muitíssimos outros exemplos possíveis.
Já sei que os leitores mais atentos já estarão a detectar a falta de alguns nomes.
Maradona á cabeça.
E é precisamente sobre ele, e não só, que hoje deixo aqui esta reflexão.
Porque Maradona foi campeão mundial e ganhou campeonatos de Itália e uma taça UEFA com uma equipa média como era e é o Nápoles.
Foi o seu talento, aliás como no mundial de 1986, que fez a diferença.
A questão é mesmo essa.
Até onde poderia ter ido Maradona se ao seu extraordinário talento tivesse juntado uma vida pautada pelos exigentes cânones do profissionalismo?
Tal como George Best uma dos maiores da história do futebol.
Ou Mané Garrincha.
Ter talento a essa dimensão é um dom concedido a poucos.
Muito poucos.
Pena que ainda assim alguns o desperdicem.
E esse deve ser um exemplo a que os jovens candidatos a futebolistas profissionais devem estar atentos.
Ter talento é optimo.
Mas a ele tem de se acrescentar trabalho e juízo.
Sob pena de se estragar tudo o resto.
Depois Falamos



Estratégia...Crispar!

Há uma crispação cada vez mais perigosa na sociedade portuguesa e cujo fim é imprevisivel quer no tempo quer na forma.
São os grupos organizados que se "entretém" a seguir o primeiro ministro para o insultar e vaiar em qualquer ponto a que ele se desloque.
É o estilo e forma de intervencões parlamentares de deputados do PCP(então aquele com ar de coreano chamado Jorge Machado é insuportável) e do BE com uma agressividade que nenhuma tradição parlamentar justifica.
Alías bem acompanhados por alguns socialistas com o crónico complexo de esquerda!
É a substituição de Carvalho da Silva por Arménio Carlos na liderança da CGTP que visou a radicalização do movimento sindical e o aumento da intensidade da contestação como se tem visto por esse país fora em deslocações de membros do governo.
É a forma gratuita como o governo tem sido denegrido e caluniado, á boleia do chamado "caso Relvas", por comentadores ,analistas e outros espécimes com acesso aos grande meios de comunicação de que o programa da SIC "eixo do mal" é apenas um exemplo.
É esse bispo sem tento na lingua que faz as mais inacreditáveis afirmações, que vindas de alguém com o estatuto e responsabilidade que detém são completamente inaceitáveis, perante o gaudio imbecil de muitos que noutras circunstâncias se indignam com as intervenções politicas da Igreja.
Há, face a estes exemplos e a outros possiveis, uma clara estratégia de crispar a sociedade portuguesa.
Não ponho, nunca o farei,  em causa o direito à critica e à contestação a que qualquer cidadão tem direito perante politicas que lhe desagradam.
Esse é o cerne da democracia.
Mas tudo que é demais...é erro!
E há "caixas de Pandora" que depois de abertas já não são possiveis de fechar.
Espero estar a ser pessimista.
Depois Falamos

segunda-feira, julho 16, 2012

Entretenimentos...

O “Tiro ao Relvas” tornou-se a principal distracção do país nestes dias de verão que vão correndo.
Com a crise económica e consequente falta de liquidez as pessoas, quantas delas sem possibilidades de fazerem férias, vão-se entretendo com essa nova modalidade de tiro (ausente vá-se lá saber porquê dos Jogos Olímpicos de Londres) que substitui outras formas de passar o tempo seguramente mais aprazíveis.
Mas Portugal é assim.
Basta alguém poderoso ver-se em dificuldades para que de imediato exista um enorme ajuntamento em volta dele para tentar “exterminá-lo” o mais rapidamente possível e sem dó nem piedade.
Ele são os jornais cada qual apostado em descobrir mais um escandalozinho associado ao ministro.
Ele são os comentadores políticos que se esmeram em desfazer ministro, primeiro-ministro e governo à boleia da conhecida história do curso de Miguel Relvas como se todas as realidades envoltas fossem minimamente comparáveis.
Ele são os verdadeiros “ratos de biblioteca” que mergulham afanosamente em arquivos e afins em busca de notícias do passado que confirmem o presente e ajudem a um futuro conforme os seus desejos.
Ele são a verdadeira inundação de anedotas e brincadeiras na net, com que nos vão enchendo os nossos endereços de mail (algumas, é justo dizê-lo, até com muita piada)e que constituem uma cadeia em permanente expansão de efeito destrutivo que não pode nem deve ser subestimado por ninguém.
Ele são até o supremo ridículo de convocarem manifestações a exigir a demissão do ministro como se o país não tivesse mais com que se ocupar do que com esse “folclore” dos “indignados” à portuguesa.
Creio que o ministro Miguel Relvas dificilmente passará esta tormenta mediática em seu redor e acabará por sair, a seu pedido, consciente de que é a melhor solução para preservar o governo de um desgaste que não para de aumentar.
Mas daí a transformar este assunto num caso de regime vai a distância normal num país que adora viver entre o 8 e o 80!
Depois Falamos

B(om) Ensaio

Foto: www.vitoriasc.pt
Sábado, no complexo desportivo de Fão, a equipa B do Vitória deu os seus primeiros passos rumo à disputa de II liga na temporada 2012/2013.
Depois de duas semanas de treinos intensos veio o primeiro amigável face ao Santa Clara, adversário que disputará o mesmo escalão e com ambições de subir como é tradicional, e os jovens vitorianos saíram-se bem deste primeiro exame.
Luiz Felipe utilizou 22 jogadores ( 2 ainda juniores) e em cada uma das partes jogou com um onze diferente dado o interesse, nesta fase, em ver todos os futebolistas em plano de igualdade.
Não irei aqui, como é evidente, entrar em apreciações individuais.
Mas registo, com natural satisfação, que existe uma diversidade de soluções muito interessante e que poderá ainda ser complementada com vários jogadores neste momento ao serviço da equipa A mas que a qualquer momento poderão ser utilizados pela B.
Sendo certo que qualquer um dos da B também poderá ser chamado à A e existem vários juniores a serem seguidos com vista a utilização pela B.
É a lógica funcional de um grupo de três equipas.
Sendo certo que o resultados nestes jogos tem uma importância diminuta mesmo assim regista-se que o empate a zero acaba por ser algo lisonjeiro para o Santa Clara face ao futebol jogado durante os 90 minutos.
Mas até 12 de Agosto, e á estreia na Liga de Honra frente ao Sporting da Covilhã, ainda há muito que trabalhar.
Depois Falamos

Ele Decide!

Há coisas que me parecem perfeitamente óbvias.
Uma é que é o povo quem decide actos eleitorais.
Outra é que as pessoas, por mais distantes da politica que pareçam estar, não são parvas e sabem muito bem o que querem para o seu país e para o seu município.
Assim tem sido ao longo dos anos.
Não vou aqui repetir, até porque cada vez é menos preocupação minha, as reservas que tenho alinhavado sobre a forma como o meu partido está a preparar as próximas autárquicas e o desfecho que temo elas venham a ter.
Sou do PSD,como é sabido, e naturalmente que desejo a vitória do meu partido nas eleições de 2013.
Mais numas autarquias do que noutras, para ser sincero, mas em todas quanto a isso não restem duvidas.
E por isso me parece necessário que o partido tenha a lucidez (e a coragem) de impor alguns princípios.
Deixarei aqui três.
Em primeiro lugar impedir que membros do governo o abandonem para se candidatarem a câmaras municipais.
Dificilmente o povo deixaria de entender isso como por os interesses do partido à frente dos interesses do Estado.
Veja-se o caso de Fernando Gomes no Porto.
Em segundo lugar proibir que presidentes de câmara  que completem três mandatos se candidatem a outros municípios.
Presidente de câmara é serviço público não profissão.
Em terceiro lugar a direcção do partido deve chamar a ela as escolhas de candidatos em municípios em que seja claro que há estratégias pessoais a sobreporem-se ao interesse colectivo.
Pode não resolver os problemas todos é verdade.
Mas contribuirá para que na noite das eleições o PSD não sinta que o "Zé Povinho" lhe fez o gesto que o celebriza...
Depois Falamos

Remodelar!

Não há nenhum primeiro-ministro que goste de fazer remodelações no seu governo.
Desde logo porque isso implica admitir, ainda que implicitamente e por vezes com muito boas justificações, que as escolhas iniciais foram mal feitas ou não conseguiram cumprir os objectivos que lhe foram propostos.
Depois porque isso implica prescindir de pessoas com quem existem hábitos de trabalho, relacionamento pessoal, e por muito boas que sejam as razões para a remodelação implica passar-lhes um atestado de “incompetência” que em muitos casos é injusto.
Porque às vezes as dinâmicas políticas e as pressões mediáticas significam prescindir de excelentes ministros cuja continuidade no governo seria amplamente desejável não fora os tais “senãos” que levam á remodelação.
Miguel Cadilhe ficará para a história como o mais flagrante desses casos.
A verdade é que com maior ou menor gosto todos os primeiros-ministros se veem obrigados a remodelar os seus governos.
Normalmente quando atingida a metade do mandato embora não existam regras fixas, nem prazos marcados, quanto mais alturas propicias.
Tem muito a ver com a prestação dos ministros, a evolução política da governação, a situação do país.
Pedro Passos Coelho não fugirá à regra.
E mais ou menos contrariado, governando numa altura de excepcional dificuldade, sabe que o desgaste do governo é muitíssimo mais acentuado do que quando a governação se processa em tempo de “vacas gordas” em que a pressão é bem menor.
Por isso é expectável uma remodelação após o verão ou, no limite, logo no início de 2013.
Porque o governo precisa de um novo elan, porque há ministros e secretários de estado que estão a “pedir” substituição, porque as datas do ciclo político obrigam a que o governo (e o PSD…) reaja a este desgaste acentuado de que é alvo.
Não vou dar palpites sobre quem deve ser substituído.
Não estou na política activa e não tenho toda a informação necessária a poder opinar nessa matéria tão delicada.
Espero, apenas, que nos próximos governantes haja mais PSD e menos independentes, mais solidariedade politica e menos escolhas oriundas de outras “solidariedades”, mais gente com a coragem e a independência de desmantelarem de uma vez por todas os vestígios de “socratismo” ainda hoje amplamente representados aos mais diversos níveis da administração pública (alguns até reconduzidos por este governo em nome das tais “solidariedades” que não se encontram em supermercados por serem produtos de “Loja”), mais competência e menos conivência no exercício dos cargos.
É isso que tem de ser feito pelo primeiro-ministro.
Porque,como dizia o cartaz, "O futuro é agora".
Sob pena de um destes dias António José Seguro passar a engrossar o lote daqueles a quem saiu a taluda de Natal!
Deste ano ou do próximo…
Depois Falamos

Vitória do Vitória


O Vitória teve eleições 31 de Março provocadas pela demissão de Emílio Macedo.
A 10 de Abril a actual direcção tomou posse e iniciou um contra relógio bem mais difícil do que qualquer um dos que fazem parte do itinerário da Volta à França em bicicleta!
Salários em atraso em todas as modalidades e a funcionários, dividas a fornecedores, incumprimentos vários ao Estado, um verdadeiro caos a que urgia por cobro sob pena de o Vitória ter de fechar as portas.
O cenário era esse e mais nenhum!
Ontem a LPFP publicou um comunicado informando que face á aprovação do PEC aceitava a inscrição do clube nos campeonatos profissionais e levantava a proibição da inscrição de jogadores.
Um momento histórico porque, como se diz no ténis, foi possível salvar um “match point” quando tudo parecia perdido.
Para aqueles que estiveram mais directamente envolvidos no processo (directores, advogados do clube e outras pessoas que deram a sua colaboração) foi um triunfo saborosíssimo e equiparável, sem exagero, à vitória numa competição.
É importante deixar aqui três notas:
Uma para o presidente Júlio Mendes e para o vice presidente Francisco Príncipe que foram absolutamente essenciais neste sucesso do Vitória.
Bastantes colaboraram mas eles foram decisivos.
Sei do que falo.
A segunda para os associados do Vitória.
Que confiaram na direcção e a autorizaram em AG a prestar ao Estado as garantias necessárias á aprovação do PEC.
Sem eles também nada teria sido possível.
Há que louvar o sentido de responsabilidade de todos aqueles que participaram positivamente nessa decisão.
A terceira para acalmar as hostes.
Porque a aprovação do PEC não resolve por si só os problemas.
Apenas sistematiza a sua resolução e difere no tempo o pagamento das dívidas permitindo ao clube continuar a participar em competições profissionais.
Mas continuará a ser precisa a gestão rigorosíssima, o corte nas despesas, o desinvestimento financeiro nas modalidades, a racionalização dos gastos no futebol.
E o cumprimento sem falhas do pagamento das prestações do PEC!
Mas, agora sim, podemos dizer que voltou a haver caminho!
Depois Falamos

quinta-feira, julho 12, 2012

O Desagrado.

A comunicação social de hoje noticia o desagrado de Pedro Passos Coelho pelo facto de vários membros do governo (do PSD ou escolhidos pelo PSD) não terem aparecido à reunião do conselho nacional da noite de ontem.
No plano da solidariedade politica e do espirito de corpo necessários a quem governa em tempos tão difíceis compreendo a desilusão de PPC.
É normal.
Mas em bom rigor será que ele podia esperar coisa diferente?
Penso que não.
Por um lado porque ao escolher para o governo um lote alargado de pessoas sem filiação partidária devia saber que delas pode esperar muita coisa menos…militância partidária e interesse pelo que se passa no partido.
São, aliás, conhecidos os lamentos de vários dirigentes distritais pela forma como são mal tratados por alguns ministros e alguns secretários de Estado.
Por outro lado porque atendendo ao quase permanente estado de coma profundo em que o PSD se encontra mergulhado, e á falta de importância formal e prática que é dada aos seus órgãos, acaba até por se perceber o desinteresse por reuniões deste tipo.
É que em bom rigor, para além dos discursos de circunstância, nada é lá decidido com verdadeiro interesse prático.
È pena mas é assim!

P.S. Falta um ano, grosso modo, para as autárquicas de 2013.
E aí se perceberá a falta que vai fazer o verdadeiro PSD.
Também é pena mas também é assim!

terça-feira, julho 10, 2012

O Sonho e a Vida


Publiquei este artigo no site "Top Futebol"
Infelizmente nem sempre o sonho pode comandar a vida.
Há até casos em que a realidade, pura e quase sempre dura, impõe caminhos bem diversos daqueles que os sonhos auguravam.
E isso pode aplicar-se a muitas coisas no complexo âmbito das relações humanas em sociedade.
À vida pessoal, profissional, associativa e por aí fora.
O sonho de todos os vitorianos, bem antigo até, é verem o seu clube ganhar campeonatos e taças, jogar a liga dos campeões, consolidar-se como um dos maiores clubes de Portugal e uma referência portuguesa na Europa do futebol.
Não conheço, porém, nenhuma realidade associativa em que como na vitoriana o sonho e o pesadelo tenham andado tão intimamente ligados ao longo dos anos e numa alternância que leva ao desespero uma massa adepta que não tem limite na sua ambição e no seu desejo de ver o Vitória ganhar sempre a todos.
Foram as cinco finais perdidas da taça de Portugal.
As cinco, por sinal, em que participamos!
E se é certo que a de 1976 foi roubada as outras foram perdidas no jogo jogado.
Foram os vários terceiros lugares conquistados (com Jorge Vieira, Marinho Peres, Quinito e Cajuda) em que ficou sempre um travo amargo de desilusão porque convictos de que podíamos ter ido mais longe nesses campeonatos e até ter vencido um ou outro tal a valia da equipa.
Não tenho duvida nenhuma que a equipa de 1968 só não foi campeã nacional porque as arbitragens nos últimos jogos nos arredaram de um título que seria bem merecido por aquela que foi a melhor equipa ao longo de toda a prova.
E o campeão nesse ano, convém recordar, foi o Benfica de Eusébio, Simões, Torres e por ai fora.
Foram os muitos quartos lugares, atrás dos três da “vida airada”, em que a valia das equipas vitorianas e a qualidade dos seus treinadores apenas foi derrotada por factores que passaram à história como “sistema” e que sempre tolheram o nosso desenvolvimento e afirmação no panorama nacional.
Quem não recorda, porque muito recente, o acontecido no campeonato em que treinados por Cajuda chegamos a quatro jogos do fim em segundo lugar e com a porta da “Champions” escancarada ?
Duas arbitragens “científicas” (em Coimbra a de Pedro Henriques o tal que na TVI se arvora em especialista de arbitragem e no Restelo a de Jorge Sousa outro crónico “adversário” do clube) retiraram-nos quatro pontos e deram o vice campeonato ao Sporting sem saber ler nem escrever.
Mas a saga continua.
Agora, por força de um regulamento vergonhoso da LPFP, existem clubes que tem direito a um sorteio de primeira e outros que tem direito a um sorteio de segunda com todas as consequências que isso acarreta para a verdade desportiva da competição e como se os clubes não devessem ser todos iguais em deveres e direitos.
O ano passado tivemos um início de campeonato “desgraçado” por força das condicionantes impostas para defenderem os interesses de Porto, Benfica e Sporting.
Este ano um início de campeonato “desgraçado” vamos ter.
É certo que todos tem de jogar com todos.
Mas por isso mesmo é inadmissível este sorteio condicionado que como diria George Orwell (noutro contexto é claro) consagra o princípio de que os clubes são todos iguais mas uns são mais iguais que outros!
E por isso o sonho vitoriano é cada vez mais um sonho de difícil alcance.
Por razões internas conhecidas (em que nos auto fragilizamos de forma completamente inaceitável) mas também por um contexto externo e de organização de provas que só não remete directamente para o feudalismo porque na Idade Média não havia futebol.
E aqui inclui-se, claramente, a situação de favor e até vassalagem (lá está outra vez o feudalismo a vir ao de cima) com que a generalidade da comunicação social trata os clubes do regime fazendo deles a razão de ser do futebol em Portugal quando há muito mais futebol (e desporto em geral) para além desses três clubes.
Adiante.
O Vitória, rumo ao seu sonho, fará o seu caminho.
Reduzindo substancialmente o seu orçamento e adaptando-o á sua realidade.
Construindo uma equipa A assente em critérios de racionalidade financeira (que levaram inclusive à saída de jogadores carismáticos como Pedro Mendes, Nuno Assis e Nilson entre outros) e de renovação geracional mas sem perda de qualidade competitiva e com um reforço natural da ambição de fazer o melhor possível jogo a jogo.
Inscrevendo uma equipa B na II Liga para permitir aos seus integrantes concluírem as etapas de formação e acederem ao profissionalismo de forma sustentada e dentro do seu clube.
É um plantel todo ele constituído por jogadores com menos de 23 anos, esmagadoramente de nacionalidade portuguesa, e quase todos “feitos” no clube.
As excepções serão, á partida, três ou quatro jovens (sempre com menos de 23 anos) de potencial reconhecido e que poderão trazer à equipa um acréscimo de experiência e qualidade bem necessárias à longa e duríssima “maratona” de 42 jornadas que vão enfrentar.
Esse é o nosso caminho.
Racionalidade financeira, renovação geracional, aposta na formação, opção por futebolistas portugueses como núcleo duro do Vitória do futuro.
Vamos fazê-lo de forma determinada.
Cientes das dificuldades, das “pedras” que nos vão colocar pelo caminho, do risco que corremos em ousar ser diferentes num tempo em que a prioridade parece ser mudar o mínimo possível para ficar tudo na mesma.
Pouco importa.
Porque ao fim de 90 anos a sonhar acreditamos, seriamente, que o sonho comanda a vida.
Há é que criar as condições para eles,sonhos,serem cumpridos.
É o que estamos a fazer!

quinta-feira, julho 05, 2012

Os "Zorros"

Não sei se Hollywood tenciona fazer uma terceira parte do “Zorro” que teve nos primeiros dois filmes a interpretação de António Banderas e Catherine Zeta Jones.
Se o fizer apetecer-me – ia sugerir que fizessem o casting para o principal papel aqui na zona de Guimarães tantos os candidatos a Zorro que andam pelas redes sociais na ânsia de fazerem justiça.
Infelizmente é a sua (deles) “justiça” e não a consagrada pelas leis de um estado de direito e a praticada numa civilização do século XXI,
Eu compreendo, até certo ponto, que a indignação levada excessivamente a peito se traduza na ancestral ânsia de fazer justiça pelas próprias mãos levando á frente tudo que ouse opor-se ou afirmar o erro das atitudes.
Compreendo até, porque também já tive 20 anos, que se considere como ofensa intolerável tudo aquilo que mexa com algo a que reservamos emoções, sentimentos, paixão, mas que na verdade fria dos factos não tem tanta importância assim.
Mas tudo tem um limite.
E apelos á agressão, à transgressão de leis, á transformação de uma instituição credível e histórica numa trincheira para qualquer tipo de batalha não pode ser admitido nem tolerado.
Porque a História ensina-nos que por vezes grandes desgraças começam por pequenos nadas que não sendo travados a tempo evoluem sempre no pior sentido.
Acho legítimo, até porque também gosto muito de banda desenhada e já tive o meu período de adolescência, que alguns jovens (e até menos jovens) guardem uma juvenil admiração pelo Zorro e tenham o sonho de serem como ele.
Mas então sejam em tudo.
Na luta pela verdadeira Justiça, no combate à opressão e á intolerância, no desejo de uma sociedade mais justa e mais igual.
E tal como o Zorro lutem com lealdade, com respeito pelo adversário, sem ódios nem acintes particulares.
Porque isso de apenas imitarem o Zorro no anonimato desvirtua as lutas e é demasiado infantil!
Depois Falamos

O (Não) "Caso Relvas"


Tenho acompanhado com um saudável distanciamento o muito que se tem escrito e dito acerca da licenciatura do ministro Miguel Relvas.
E, sem ter levado a nenhum limite exaustivo a vontade de conhecer todos os pormenores, há algumas conclusões que não me parecem difíceis de tirar face aquilo que se vai conhecendo sobre todo este assunto.
Em primeiro lugar era um “caso” anunciado.
Porque é evidente que sendo Relvas o ministro mais político do governo, a quem compete a coordenação do mesmo (e até a ligação oficiosa ao partido!), é evidente que fragilizando-se o ministro fragiliza-se o governo.
Vem em qualquer manual de como fazer oposição.
Em segundo lugar é igualmente evidente que na “entourage” socratista (que até gosta muito pouco de Seguro embora isso não venha a este caso…teoricamente) a questão da não licenciatura do ex PM continua muito mal digerida.
E daí, que com uma faltinha de imaginação penosa, tentem empolar este assunto na velha lógica do “quem com ferros mata com ferros morre” na esperança de devolverem à maioria todas as criticas que a maioria fez noutros tempos ao estudante parisiense.
Acontece que os casos não são minimamente comparáveis.
Porque Relvas fez o curso dentro da mais estrita legalidade (podem-se discutir outras questões subjacentes á possibilidade legal de fazer cursos superiores num ano mas não a legalidade dos mesmos!) sem exames ao domingo, o mesmo professor a várias disciplinas ou provas enviadas por fax para a universidade.
E aí cai pela base a tentativa de comparar a licenciatura do actual ministro com a (não) licenciatura do Ex PM.
Mas a questão fundamental neste assunto, segundo ataque a Relvas depois do caso das “secretas” e motivado pelos mesmíssimos desígnios, tem a ver com a privatização de um canal da RTP contra a vontade um dos principais grupos de comunicação social do país.
E como Relvas tutela a RTP, e lidera o processo de privatização de um dos canais, há que tentar abater o ministro (ou pelo menos tolher a sua acção) para travar a orientação do governo nessa área e salvar o negócio.
Sim, o negócio, porque o que está subjacente a todo este (não) caso é o negócio puro e duro.
O resto são peanuts…
Depois Falamos

quarta-feira, julho 04, 2012

A Equipa B

Escrevi este artigo para o site Top Futebol

A aprovação das equipas B ,e respectiva inserção na II liga, cria aos seis clubes que a elas tiveram direito um conjunto de novos desafios cuja superação será indispensável ao triunfo desse projecto.
No caso do Vitória, desde sempre defensor da criação dessas equipas, existe a consciência clara de que o caminho da viabilidade económica e desportiva passa por aí dentro da filosofia de sermos um clube formador/utilizador/vendedor.
Reconhecidamente temos de há muitos anos uma boa escola de jogadores mas cujos resultados práticos tem ficado bem aquém das promessas e do investimento económico que nela tem sido feito.
De facto para um clube “cliente” assíduo das fases finais da formação, que contou nas últimas duas décadas com dezenas de jogadores que foram internacionais nos diversos escalões, é estranho que praticamente ninguém se tenha aproveitado para a principal equipa.
Porque é preciso recuarmos uma dúzia de anos para encontrarmos os últimos jovens oriundos da formação que triunfaram plenamente na equipa principal e no futebol português.
Pedro Mendes e Fernando Meira.
Porque as intermitências de Targino o impediram, até agora, de chegar a um patamar bem superior na sua carreira e até já nem faz parte dos quadros do clube.
Razões para essa escassez?
Várias do meu ponto de vista.
Desde a falta de oportunidades para alguns, à maior “facilidade” em optar por estrangeiros amplamente praticada por técnicos e dirigentes, até á excessiva pressa de pais e empresários em transformarem promessas em certezas tudo contribuiu para esse desiderato.
Com a equipa B tudo será diferente.
Desde logo pela filosofia adoptada.
A equipa B será esmagadoramente constituída por jovens talentos que tínhamos emprestados a outros clubes (Rafa, Dinis, Diogo Lamelas, Tiago Rodrigues, Tomané, etc), por juniores que sobem a seniores (Areias, João Pedro, André Preto, Pedro Lemos)e até por juniores de reconhecido potencial (Ricardo Carvalho, Júnior, Miguel Oliveira, etc ) que jogarão no seu escalão mas estarão sempre á disposição do treinador da equipa B.
A estes se juntarão alguns reforços portugueses oriundos essencialmente da II B e dois ou três estrangeiros (no máximo) jovens e com potencial que permita uma previsível ascensão à equipa principal.
A equipa B do Vitória será, pois, uma equipa assente na nossa formação e composta com cerca de 90% de futebolistas portugueses.
É essa a nossa opção, é esse o caminho que vamos seguir.
Sabendo que seria mais fácil, e até poderia envolver menos riscos competitivos, seguir outro caminho e “encharcar” a equipa B de jovens estrangeiros e transformá-la numa placa giratória de jogadores tão do agrado de alguns empresários de e de alguns dirigentes que tem do futebol uma visão excessivamente …mercantilista!
E para que essa equipa tenha sucesso, e é importante dizer que o nosso conceito de sucesso para a equipa B é ela ser um apoio importante da equipa A em termos de jogadores e não descer de divisão, houve a racional preocupação de lhe garantir algumas condições que reputamos de essenciais.
A equipa B vai jogar no estádio D.Afonso Henriques porque queremos que os jogadores se habituem a jogar naquele estádio perante o nosso público que é exigente e pressiona os atletas.
E quem quiser jogar na equipa A tem de saber conviver com a pressão dos adeptos vitorianos.
Vai treinar no complexo desportivo, porque não faria nenhum sentido treinar noutro local, onde treina a equipa A e portanto os jogadores não estranharão quando forem chamados de uma para outra.
Mas haverá diferenças.
Salariais desde logo.
Mas também no meio de transporte (não será o mesmo autocarro da equipa A), no balneário em que se equiparão nos treinos (por baixo do da equipa principal) e até no equipamento de jogo que será o terceiro equipamento e não o branco tradicional.
Tudo isto para que fique claro que há metas a atingir, esforços a fazer, dificuldades a superar para um dia atingirem o topo do clube.
Foi também por isso a opção por Luiz Felipe para liderar a equipa técnica.
Um treinador disciplinador, com carisma junto dos jogadores que lhe tem um profundo respeito, e com uma enorme sensibilidade para a formação onde trabalhou anos e onde “fez” muitos dos jogadores que agora vai comandar.
Ao treinador pede-se, mais do que classificações, que faça da equipa B um espaço natural de reforço da equipa principal na prossecução do objectivo de um Vitória maioritariamente assente na formação e no futebolista português.
Espero, e acredito, que este projecto tenha sucesso.
E estou certo que a equipa B do Vitória será uma agradável surpresa para todos os adeptos vitorianos e para aqueles que não o sendo gostam de ver bom futebol e acreditam no potencial e na capacidade dos jogadores “made in Portugal”.

segunda-feira, julho 02, 2012

Vida Nova

O futebol do Vitória inicia hoje, mais do que uma nova época, uma nova e decisiva fase da vida do clube.
Marcada essencialmente por três realidades.
A primeira é a da contenção financeira.
Vivendo uma inegável crise financeira, muito por força de erros e disparates perfeitamente evitáveis, o clube teve de se saber adequar a essa realidade que o vai condicionar durante anos e construir um orçamento compatível com as suas possibilidades e compromissos.
Seremos, talvez, o primeiro clube português de topo a encetar esse caminho da contenção e do realismo.
Para já...custa.
Mas no futuro vai revelar-se decisivo para o nosso crescimento e conquista de metas desportivas até hoje inalcançadas.
A segunda realidade é a da aposta clarissima na formação.
Bandeira de muitas direcções, promessa de muitas campanhas, a verdade é que é agora que o clube vai finalmente dar uma oportunidade séria aos seus jovens talentos oriundos da formação para se afirmarem com a nossa camisola.
Essencialmente,para já, na equipa B.
Onde o Vitória construiu um plantel esmagadoramente constituido por jovens que em épocas anteriores estavam emprestados noutros clubes e por juniores que subiram a seniores.
Portugueses e feitos no clube.
É essa a nossa filosofia.
Poderão ser incluidos no plantel B dois ou três (no máximo) jovens jogadores estrangeiros, de qualidade comprovada e perspectivas de evolução muito sólidas, mas serão a excepção que confirma a regra.
A nossa equipa B é o ultimo patamar da formação e o primeiro do profissionalismo.
Não será uma placa giratória de estrangeiros (especialmente sul americanos!) ao serviço de empresários ou de interesses pouco claros e que de desportivos nada tem.
A terceira realidade é a da coexistência de duas equipas profissionais dentro do clube a disputarem os dois principais campeonatos de futebol.
Será um tremendo esforço para o Vitória.
Financeiro, logistico, de compatibilização de objectivos e interesses competitivos.
Por isso a aposta em Rui Vitória e Luiz Felipe.
Treinadores modernos, disciplinadores, com uma perspectiva actual do futebol e de diálogo fácil entre eles.
Mas também homens com larga experiência na formação e atentissimos a essa realidade.
Por isso,também, Flávio Meireles a director do futebol.
Homem da casa, que fez a formação no clube e jogou largos anos no Vitória, conhece perfeitamente a nossa realidade (como jogador,como técnico e agora como dirigente) e tem todas as condições para exercer uma coordenação eficaz entre as duas equipas.
E a autoridade de como jogador e capitão de equipa ter servido exemplarmente o clube.
Hoje o Vitória começa vida nova.
Com realismo total mas sem perda de ambição.
As contas fazem-se no fim.
Depois Falamos

domingo, julho 01, 2012

Guimarães Promete!

Literalmente mergulhados no europeu de futebol, face a toda a informação que nos é despejada em cima todos os dias a todas as horas, até passou ao lado a realização dos europeus de atletismo onde Portugal teve uma bela participação coroada com a obtenção de três medalhas.
A ultima das quais, de ouro nos 10.000 metros, foi conquistada pela atleta vimaranense Dulce Félix o que é um motivo de redobrada satisfação para todos nós.
Porque se uma medalha para um português ou uma portuguesa é sempre motivo de satisfação quando esse atleta é de Guimarães naturalmente que a satisfação é ainda maior se possível.
Parabéns ,pois, á Dulce Félix.
E a Guimarães.
Que vai ser cidade europeia do desporto em 2013.
E que tem pela frente um ano desportivo que promete.
Vitória e Moreirense na I Liga.
Vitória B na II Liga.
Xico Andebol na I divisão do andebol.
Vitória na I divisão em basquetebol e voleibol.
Campeões nacionais, europeus e mundiais no Kickboxing do Vitória.
Campeões nacionais na Natação do Vitória.
Futsal dos Piratas de Creixomil na I divisão.
Vitória campeão nacional de futebol de praia.
Dulce Félix campeã europeia dos 10.000 metros.
Daniela Pinto, que quase se apurou para os J.O., prepara a travessia do canal da Mancha.
Entre outros exemplos que poderiam ser citados.
Para um concelho de média dimensão,como o nosso, acho que é uma "folha de serviços" verdadeiramente notável.
Depois Falamos