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sexta-feira, março 30, 2012

Factos !


A Olivedesportos é acionista das SAD de Braga, Porto e Benfica.
“O Jogo” tem feito uma cobertura de campanha tendenciosa e favorecendo a Lista B. Basta ver os inquéritos de rua que dão sempre o mesmo resultado: 1 voto na A, três na B e um indeciso.
O Diario de Noticias escreve hoje que “ …a inclinação de voto dos vitorianos está muito dividida…”e ouve quatro associados: Pedro Xavier, Manuel Almeida, Luis Freitas e José Alberto Reis. Por acaso todos insuspeitos de apoiarem a Lista A…
Ontem “O Jogo” publicava uma entrevista com largo destaque e fotografia de Pedro Xavier (Ex presidente da Assembleia Geral) apoiante da Lista B.
Hoje “O Jogo” publica uma pequena entrevista sem fotografia de José Cotter(Ex presidente da Assembleia Geral) e apoiante da Lista A.
O Jogo e o Diário de Noticias pertencem à Olivedesportos.
A Lista A tem feito publica a ambição de ver o Vitória disputar os primeiros lugares.
A Lista A pronunciou-se, várias vezes, sobre a questão dos direitos televisivos mal distribuídos e a imoralidade da detentora(Olivedesportos) de grande parte desses direitos ser acionista de clubes participantes na Liga.
Dois mais dois são quatro!
Depois Falamos

quinta-feira, março 29, 2012

Uma Opção Clara


Publiquei este texto no site "O Lado do Futebol que Nunca Viram".
No dia 31 de março o Vitória tem as eleições mais importantes da sua História de noventa anos.
Porque nunca como agora as coisas foram tão claras.
Um clube mergulhado numa crise financeira profunda, com o ânimo associativo em patamares muito abaixo do normal, resultados desportivos aquém já não digo do que merecemos mas do que vinha sendo normal ao longo dos últimos anos.
Um clube á beira do abismo para não usarmos meias palavras.
Abismo esse onde se veem, bem lá no fundo, clubes de largo historial como o Boavista, o Salgueiros, o Farense ou o Estrela da Amadora.
Podemos discutir, e muito, como chegamos aqui.
Quem são os responsáveis, o que se fez e não se devia ter feito, os erros de percurso cometidos.
Essa é uma discussão a fazer.
Serenamente.
E da qual terão de se retirar as devidas consequências doa a quem doer.
Mas o que importa realmente é que os sócios decidam como vamos sair daqui.
Mais, que decidam se vamos sair daqui ou se vamos dar o tal passo em frente que tudo resolverá para todo o sempre…
E as opções são claras.
De um lado a Lista A.
Que recusa a continuidade de modelos de gestão completamente falidos e condenados pela evolução natural das coisas e propõe uma ruptura com o passado e um novo tempo para o Vitória.
Através da constituição de uma SAD para gerir, na óptica da rentabilidade, o negócio do futebol.
Uma SAD que permita investir no futebol, sustentar o clube, e contribuir para a desoneração do património e a sua devolução à plena posse do clube.
Um projecto financeiro bem estruturado, moderno, que abre o Vitória ao país e ao mundo através da possibilidade de internacionalizar a sua base financeira de apoio.
Um projecto desportivo longamente pensado e reflectido, para o futebol e para as modalidades, por um grupo alargado de pessoas que tem uma visão dinâmica e moderna do que deve ser o desporto no nosso clube.
Um projecto de marketing e comunicação ambicioso, inovador, e capaz de ombrear com aquilo que se faz de melhor nos grandes clubes europeus da actualidade que são os exemplos que devemos seguir.
Um projecto patrimonial que visa rentabilizar o nosso património através da exploração comercial dos seus espaços devolutos e da plena manutenção das estruturas desportivas existentes e que tão mal tratadas tem vindo a ser.
Este é o Vitória com Futuro que propomos aos vitorianos.
A outra opção é a Lista B.
Que vagueia entre generalidades (reduzir a despesa), banalidades (pagar atempadamente os salários) e fantasias perigosas como essa inacreditável ideia de trazer uma final europeia para o nosso estádio!
Se fizessem a mínima ideia dos custos (entre outras variáveis que não dominamos) de aumentar 20.000 lugares ao estádio(50.000 é a lotação mínima para uma final europeia) e dos custos de manutenção de uma estrutura com essa dimensão creio que teriam vergonha do disparate que puseram no programa eleitoral.
Em boa verdade sabem é que fazer promessas que nunca terão de cumprir não custa nada!
Uma Lista B que esconde o candidato, que não divulga imagens da assistência às suas sessões, que não tem uma única ideia original para o seu programa de candidatura.
Uma Lista B que tem medo.
Medo de debater, medo de confrontar projectos, medo de opor ideias.
Medo tão grande que até os convites da RTP e Sporttv para debates negaram com isso recusando ao Vitória a visibilidade nacional que esses programas dão.
Uma Lista B , ultrapassada no tempo e desactualizada no desporto actual, que quer amadores a gerir profissionais e cujo líder diz que dará ao Vitória o tempo necessário quando nem tempo tem para aparecer aos sócios ou entregar na sede a lista.
São estas as opções.
Entre um projecto estruturado, pensado, credível e pronto para ser aplicado ou entre uma mão vazia e outra cheia de nada.
Não duvido que as pessoas da Lista B ,na sua maioria, são vitorianas e querem o bem do clube.
Não sabem é como.
A Lista A sabe.
E isso faz toda a diferença.
E por isso o apelo essencial é para que os vitorianos vão votar.
Em grande número.
E que nos deem uma votação tão expressiva que o “Vitória com Futuro” possa arrancar com muita força e com grande abrangência na família vitoriana.
O Vitória há muito que esgotou, por força das gestões dos últimos anos, a sua margem de erro.
Agora é preciso uma opção clara.
Tem a palavra os vitorianos.

P.S. O compromisso assumido pela Lista A de liquidar todos os salários em atraso no dia seguinte à sua tomada de posse, se entretanto a direcção demissionária não honrar os seus compromissos, é a clarificação definitiva entre as duas opções existentes para o Vitória.
Uns estão preparados para resolverem problemas.
E assumem-no publicamente.
Outros entretem-se a fazerem promessas mirabolantes e que sabem que nunca terão de cumprir.
Porque se tivessem…

quarta-feira, março 28, 2012

A Propriedade


Para nos distrairmos um pouco da campanha eleitoral vitoriana vamos contar hoje aqui uma história engraçada.
E exemplar.
Passada há muito.muito tempo numa galáxia distante como em “A Guerra das Estrelas”.
Era uma vez uma velha propriedade que passava de geração em geração de uma enorme família composta por pessoas das mais diversas origens e formações.
Ao longo dos anos a subsistência da propriedade baseava-se em culturas diversas tendo uma como dominante e as outras, acessórias, ajudavam a dar dimensão e reconhecimento ao que na propriedade se fazia.
Como qualquer propriedade começou do zero e foi crescendo, ganhando novos espaços e benefícios diversos que muito orgulharam gerações e gerações dos que contribuíram para o seu crescimento.
E foi-se modernizando.
Melhorando a cultura principal, melhorando as culturas acessórias, competindo em bons mercados com outras propriedades maiores, mais bem apetrechadas e com muito mais gente a trabalhar nelas.
Depois de sucessivas gerações de feitores que se foram revezando na condução do destino da propriedade quis o destino, e os seus imensos proprietários é bom que se diga, que um feitor tenha estado muitos anos à frente da exploração do negócio.
Foram anos de crescimento da propriedade, dos seus terrenos e edifícios, do apuramento dos produtos nela produzidos.
Ás vezes, porque o tempo é assim mesmo, lá vinham anos menos bons em que as colheitas não correspondiam ao esperado e o feitor lá tinha de ir ao banco buscar dinheiro para compor o orçamento da propriedade.
Mas as coisas andavam.
Até que um dia o feitor, já com demasiados anos à frente da propriedade e misturando o que não era misturável, teve de ir embora face á insatisfação dos proprietários.
E veio outro feitor.
Muito bem reputado pela boa gestão de uma pequena propriedade vizinha mas que em ordem de grandeza, de exigência e de mercados onde os produtos competiam nada tinha a ver com a propriedade de que falamos.
E se o feitor anterior, por força de alguns percalços já tinha deixado a conta de gestão ligeiramente deficitária, com este começou o descalabro.
Desconhecedor da realidade, e iludido pela dimensão da propriedade, começou a gastar acima dos rendimentos em diversas áreas.
Adubos caros mas desadequados, sistemas de rega sofisticados, contratação de trabalhadores sem necessidade aumentando o quadro de pessoal e os custos de exploração, muita parra e pouca uva.
Que no início, e perante a satisfação dos proprietários, ainda deu alguns resultados e uma primeira colheita apreciável.
Mas o feitor, de facto, não estava preparado para aquilo.
E a segunda colheita foi tão desastrosa que a propriedade perdeu o seu lugar de venda no principal mercado e teve de ir exercer a sua actividade para um mercado secundário com todos os custos inerentes.
E aí teve a propriedade de recorrer cada vez mais à banca como forma de financiar a sua actividade.
Dando o seu património como garantia.
Aí os proprietários, já “escaldados” mas não o suficiente como se veria de seguida, trataram de despachar o feitor e contrataram para o seu lugar um ex ajudante dele.
Também ele com experiência de gestão de uma ainda mais pequena propriedade vizinha!
E foi a desgraça total.
No primeiro ano, e aproveitando uma apesar de tudo boa sementeira do ano anterior e um regente agrícola fino como um alho, ainda se conseguiu a sementeira desejada e o terreno ficou bem preparado para a sementeira do ano seguinte.
Que quase pôs propriedade a competir com os seus produtos no principal mercado europeu.
Foi um entusiasmo sem paralelo dos proprietários.
Mas a seguir vieram as asneiras em catadupa.
O feitor rodeou-se de ajudantes mais preocupados com outras propriedades que com eles competiam no mercado do que com a propriedade que tinham de gerir.
Trocaram a cooperativa agrícola que os vinha apoiando com bons produtos por outras que só lhes enfiou” barretes”.
Contrataram trabalhadores agrícolas a esmo sem qualquer necessidade ou critério ao ponto de se pensar que algumas dessas contratações estariam ligadas aos negócios particulares do feitor na área imobiliária.
Começaram a gastar por conta das receitas a auferir ao ponto de venderem as batatas antes de as semearem.
E pese embora em sucessivas reuniões com os proprietários terem sido severamente advertidos a verdade é que continuaram no mau caminho de gastarem mais do que recebiam e de sustentarem isso com o crédito bancário.
Claro que um dia a divida era imensa, a propriedade estava todo hipotecada, e os trabalhadores por mais que trabalhassem não recebiam!
E lá tiveram os proprietários de despedir outro feitor.
Com a ameaça terrível de a propriedade falir e os seus bens serem penhorados.
Já desconfiados com os feitores que lhes apareciam os proprietários resolveram abrir concurso entre eles para ver quem se propunha dirigir a propriedade.
E apareceram dois candidatos a feitores.
Um que se propunha continuar o mesmo caminho, apostar no crédito bancário, no modelo de gestão que tão errado se tinha revelado.
Provavelmente por nada perceber daquele negócio e daquela propriedade que frequentava à muito pouco tempo.
Ou seja á beira do abismo…dar o passo em frente.
Claro que os proprietários fartos de “barretes” não quiseram esse caminho e rejeitaram-no de forma expressiva optando pelo outro.
O outro propunha uma ruptura com esse modelo de gestão, velho de muitos anos, e a racionalização da gestão e do processo produtivo.
Reduzindo despesas, contratando pela certa, produzindo com racionalidade e pagando as dívidas existentes.
Para isso, e considerando que “vão-se os anéis mas fiquem os dedos”, percebeu que a propriedade não gerava receitas suficientes para o seu sustento pelo que era necessário encontrar outras fontes de financiamento que garantissem a qualidade dos produtos, o pagamento dos salários e a viabilidade de todas as culturas.
E “ alugou” a cultura principal a um conjunto de investidores que sem porem em causa a qualidade dos produtos, a gestão da propriedade, ou a titularidade dos proprietários garantiam a viabilidade da propriedade.
Porque das receitas do “aluguer” da cultura principal vinha o dinheiro necessário a pagar as despesas gerais da propriedade, a manutenção e melhoria das outras culturas e o dinheiro para ir pagando aos bancos e desonerando o património hipotecado.
Sem que este fosse minimamente afecto à cultura principal.
Passaram dez anos…
E a propriedade foi um sucesso.
Excelentes colheitas no produto principal, excelentes negócios e até prémios nacionais e internacionais foram conquistados.
As culturas acessórias, fruto de investimentos ponderados, refinaram a qualidade e também elas se tornaram produtos de sucesso com vários prémios arrecadados.
A propriedade tornou-se exemplar na forma como liquidava as suas despesas correntes e pagava atempadamente aos seus trabalhadores.
O feitor e os seus ajudantes preocuparam-se em valorizar os produtos da propriedade, tornando as importações de produtos caros a excepção e não a regra, e apostando na formação total dos seus assalariados.
A divida bancária foi totalmente paga e a propriedade voltou à plena posse dos seus proprietários sem mais ameaças de penhoras ou execuções fiscais…
Os proprietários, cada vez mais por força do sucesso da propriedade, andavam felizes, orgulhosos e exibiam em todo o lado com vaidade o seu estatuto de ligação a esse sucesso empresarial.
E dizem até, os que se recordam melhor desse tempo remoto, que um dia os proprietários constituíram uma SGPS (Sócios Gerem Propriedade Sua) e retomaram a cultura principal aos arrendatários tornando-a novamente plena posse da propriedade.
Foi há muito, muito tempo numa galáxia distante como em “A Guerra das Estrelas”.
Mas é sempre bom contar histórias com final feliz!
Voltaremos à campanha em próximo postagem…
Depois Falamos

terça-feira, março 27, 2012

A Sucessão...

O traço genial de Miguel Salazar e o humor caustico de José Rialto em mais um cartoon para a história.
Neste caso a propósito da História do Vitória.
E na genialidade deste cartoon está sintetizado tudo aquilo que está em causa nas eleições de 31 de Março.
Creio ser o melhor retrato/sintese destas eleições.
Para ver e ler em: http://miguelsalazar.blogs.sapo.pt/
Depois Falamos

segunda-feira, março 26, 2012

O Sim, o Não e o Talvez

Nos últimos vinte e nove anos apenas não estive em dois congressos do PSD.
O de 1985 e o de 1992.
De resto estive em todos.
Como delegado, como observador, como participante.
E por isso já consigo olhar para os congressos, como o deste fim de semana em que nada decisivo estava em jogo, com o distanciamento necessário a uma avaliação criteriosa da forma como ele correu e do que se pode esperar dos seus resultados.
E assim sendo divido a análise em três partes (sim, não e talvez) e deixo uma conclusão final.
Sim a quê?
Sim á maior ovação do congresso (perante o anuncio da continuação de José Matos Rosa como secretário geral) que traduzia o apreço do partido pela pessoa em causa mas também o enorme alivio face a nomes postos a correr como possíveis substitutos.
Sim ao discurso de Virgínia Estorninho contra a criação do estatuto de “simpatizante” representando bem o pensar profundo de um partido farto de ser desconsiderado.
Já não bastavam os independentes e agora ainda tínhamos de aturar os simpatizantes…
Sim ao discurso de Luis Filipe Menezes de longe o melhor de todo o congresso.
Sim à pluralidade de listas para o CN e CJ traduzindo que, apesar de tudo, ainda há vida dentro do PSD…
Sim ao reforço político da CPN com a chamada de Pedro Pinto a uma vice-presidência.
Sim á sensatez e “sentido de estado” da JSD na votação dos estatutos. Tivessem feito uma opção contestatária e podia ter sido o cabo dos trabalhos.
E os nãos?
Não ao tempo que se perdeu a discutir votar estatutos. De nós, PSD, o pais espera politicas não regulamentos.
Não à forma como Passos Coelho se referiu a Virgínia Estorninho e ao chumbo do estatuto de simpatizante. Não foi a Virgínia que não quis; a Virgínia disse alto o que a esmagadora maioria
Pensava baixo. Depois foi o congresso que chumbou a proposta. É muito mau que Passos Coelho não tenha percebido isso!
Não á forma atabalhoada e incompreensível como os estatutos foram votados. OPSD não pode dar aquela imagem ao país.
Não á “nova” CPN muito longe do que o partido precisava. Por um lado porque se mantém praticamente a “velha” e desaparecida CPN. Por outro porque apesar do reforço Pedro Pinto a equipa me parece aquém do necessário para estes tempos tão difíceis para o partido.
Não às pobres declarações do líder parlamentar do PS (Carlos Zorrinho) no final da sessão de encerramento. Compreende-se que o PS esteja pouco interessado que se fale do “seu” governo. Não se compreende é que tenha feito umas declarações que já trazia de casa e que nada tinham a ver com o congresso. Zorrinho diria sempre aquilo em qualquer circunstância!
E os talvez?
Jorge Moreira da Silva foi uma boa escolha para gerir o partido.
Esperemos é que face às suas obrigações internacionais não o faça por ipad ou telemóvel.
Porque isso talvez não fosse boa solução…
Talvez a estratégia de a direcção não estar no palco durante todo o congresso (coisa nunca vista…) seja em termos de marketing avançado uma boa ideia. Sinceramente não me pareceu. Até me pareceu, isso sim, outra coisa…
Talvez Teresa Leal Coelho tenha (espero que sim) os méritos necessários a tão fulgurante ascensão partidária em apenas um ano.
Do anonimato a vice-presidente do partido e a vice-presidente do grupo parlamentar é obra para alguém que nunca fez parte de uma concelhia, de uma distrital, nunca interveio num congresso ou tem registo de qualquer actividade partidária minimamente relevante.
Conclusão?
Um congresso difícil de definir.
Em que ficou a sensação forte de que ficou muita coisa por dizer, muita insatisfação por demonstrar, muito desânimo que não foi vencido.
Um congresso de que saí com a curiosa sensação de “remake” de um filme já visto e que se dispensava ver repetido.
Que no passado teve no principal papel um “actor” a “cavalo” em três vitória eleitorais (duas por maioria absoluta) dez anos de poder e um país profundamente modificado para melhor.
O que explicava (?) que o “actor”, e essencialmente os seus “actores secundários”, tivessem perante o partido uma sobranceria que depois viemos a pagar todos muito cara.
Agora fica-se com a sensação de “filme” ao contrário.
Não houve ainda (esperemos que se chegue lá) as três vitórias eleitorais, os dez anos de poder ou um país mudado para melhor.
Mas a sobranceria já por “lá “anda.
E como a história do cinema nos diz que dificilmente os “remakes” dão boas receitas de “bilheteira” saí do congresso preocupado.
Porque me parece que a direcção não percebeu o partido.
Mas, mais ainda, porque me parece que a dificílima batalha das autárquicas do próximo ano não está a ser levada tão a sério quanto merecia pelos principais responsáveis do PSD.
E há erros que não tem remédio.
António Guterres que o diga…
Depois Falamos

quinta-feira, março 22, 2012

A Liga das Confusões

Publiquei este artigo no blogue " O LAdo do Futebol que Nunca Viram"

As instituições, sejam de que âmbito forem, não são boas nem más.
São aquilo que as pessoas que ocupam os cargos dirigentes lhes transmitem e daí que uma mesma instituição possa ter períodos completamente diferentes ao longo do seu historial em termos de imagem e actividade.
Acontece com os clubes, com os partidos políticos, com os sindicatos e com muitas outras organizações profissionais, desportivas e por aí fora.
Até com as próprias empresas.
A Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) não foge a essa regra.
Criada anos atrás, e depois de algumas tentativas falhadas, para ser a entidade representativa dos clubes e organizadora dos campeonatos profissionais (o que já teve para além disso foi…demais) tem sido bastante marcada pela personalidade de quem a dirige em cada momento.
Durante a maior parte da sua existência foi presidida por um personagem controverso e truculento, Valentim Loureiro, que teve o mérito indiscutível de lhe dar “peso” e estatuto mas que também ficou ligado a algumas das maiores polémicas que atravessou ao longo da sua história.
A seguir veio Herminio Loureiro, um homem de consensos, mas que não resistiu às guerras de bastidores e às decisões polémicas tomadas nos seus órgãos disciplinares que acarretaram a sua demissão.
Seguiu-se Fernando Gomes.
Perfil de gestor, alheio a polémicas, bem aceite pela generalidade dos clubes pensou-se que poderia dar á LPFP o profissionalismo e a isenção que anteriormente lhe vinham faltando em várias áreas da sua actuação.
Sem prejuízo de considerar que noutras vinha sendo feito um trabalho exemplar.
Como, por exemplo, no patrocínio das provas.
Por razões que o próprio saberá, e nem vale a pena entrar em suposições, decidiu ao fim de poucos meses embarcar no “canto de sereia” da FPF e foi tratar da sua vida.
E chegou Mário Figueiredo.
Vencedor imprevisto das eleições, com base em promessas de difícil cumprimento, augura à LPFP tempos conturbados e um mandato que dificilmente chegará ao fim tal a insatisfação que já vem gerando em muitos clubes.
Especialmente os cinco maiores (Vitória, Benfica, Porto, Sporting e Braga) que já puseram de lado o projeto de equipas B por não acreditarem no seu sucesso numa Liga mergulhada em profunda instabilidade e em que existe uma tentativa de chantagem organizada por parte dos clubes da II Liga e alguns da I em torno das receitas televisivas.
Aliás a demissão hoje conhecida do secretário-geral, Tiago Craveiro, pessoa de reconhecida competência apenas confirma o cenário de crise.
Creio que a LPFP precisa de ser repensada.
E dirigida por pessoas que façam uma gestão rigorosa, competente, isenta e eficiente.
Nomeadamente em áreas tão importantes como as seguintes:
Organização dos campeonatos, nomeadamente da Liga Sagres, tem de obedecer a regras de absoluta isenção porque deveres e direitos dos clubes tem de ser iguais para todos.
Equivale isto a dizer que é inaceitável a continuação dos sorteios condicionados em que três clubes (nem vale a pena dizer quais) têm privilégios absolutamente inaceitáveis perante o silêncio cúmplice de todos os outros.
Que, pelo menos no caso do Vitória, se transformará em muito “ruido” a partir de 31 de Março se for essa a vontade dos associados.
A segunda questão tem a ver com os direitos televisivos.
Que devem ser negociados globalmente, respeitando naturalmente a dimensão de cada clube e o número de telespectadores que garante, e não individualmente como até aqui.
Claro que o trio é contra a negociação em pacote.
Mas é bom que o trio perceba que não joga sozinho.
Em Espanha, a bem ou a mal, Barcelona e Real Madrid já perceberam isso!
A terceira questão tem a ver com ética.
A ética que não devia permitir que o operador de televisão a quem está concessionado a grande maioria dos jogos do campeonato (Sporttv) pertença a uma empresa (Olivedesportos) que é acionista das SAD´s de alguns clubes.
Incluindo, claro está, o trio.
E isso permite levantar muitas interrogações sobre calendarização de jogos e horários de transmissão.
Muitas mesmo.
Uma quarta e por hoje última nota tem a ver com a arbitragem.
Competições profissionais credíveis não podem ter no seu quadro de árbitros personagens como Bruno Paixão.
Há outros fracos.
Mas este é demais.
Não há um único jogo em que não faça arbitragem polémica e recheada de erros.
E isso “mata” a credibilidade da competição.

P.S. Com a aproximação da data das eleições no Vitória assistimos a convergências e apoios que dão vontade de …sorrir!
Nuns casos serão razões profissionais a comandarem.
Noutros a oposição à SAD parece ser argumento e justificação para tudo.
Mesmo que o tudo fosse (não será, assim esperamos, por vontade dos sócios) o poderem reivindicar, em nome de um vitorianismo que lhes enche a boca mas não tem tido resultados práticos em termos de solução para os problemas, terem impedido a SAD mesmo que isso tivesse implicado o fim do clube!
E alguns deles sabem bem que é exactamente isso que está em causa.
Faço-lhes essa justiça…

quarta-feira, março 21, 2012

"Heróis" do Teclado

Houve um tempo em que os debates de ideias, fosse qual fosse o seu âmbito, tinham de ser feitos cara a cara dada a inexistência de outros meios de chegar ao grande público.
Depois apareceu a rádio.
Que democratizou os debates permitindo que eles chegassem a grandes audiências e obrigando os intervenientes a moldarem a sua mensagem a uma enorme variedade de ouvintes dotados de idades,culturas e caracteristicas bem diferentes.
Em 1960, a partir do célebre debate televisivo entre John Kennedy e Richard Nixon, a televisão tornou-se o meio prefencial de confronto de ideias e massificação das mensagens a emitir para todo o tipo de eleitores.
Depois chegou a net.
Os blogues, os chats's, o facebook.
E ,sem prejuízo aparente dos tradicionais meios de comunicação, a blogosfera e as redes sociais tornaram-se o palco preferencial de debate de ideias e troca de opiniões entre pessoas que muitas vezes nem se conhecem pessoalmente.
É uma evolução que se saúda.
Mesmo num tempo em que alguns parecem querer voltar à pré história da democracia e recusam debates com o tão espantoso quanto absurdo argumento de que entre projectos diferentes não vale a pena fazer a confrontação de ideias.
"Esquecendo-se" de explicar para que servem debates entre projectos iguais...
Adiante.
Mas a massificação dos debates, com tudo o que trouxe de positivo,também acarretou um outro inconveniente.
Como os "heróis" do teclado.
Aqueles que frente ao computador tem coragem para escreverem as maiores atrocidades (boa parte das vezes ao abrigo de um cómodo anonimato) mas quando saem do conforto do ciberespaço e descem ao mundo real constata-se que não passam de uns "cordeirinhos" perfeitamente inócuos.
Realmente quem nasce para lagartixa nunca chega a jacaré...
Depois Falamos

domingo, março 18, 2012

1º Balanço

Foto: Sessão de Urgeses

Ao fim de cinco dias de campanha de rua é tempo para fazer um primeiro balanço da forma como tem decorrido o périplo da Lista A pelo concelho de Guimarães ao encontro dos sócios do Vitória.
Considerando que a opção da Lista A foi desde a primeira hora proporcionar aos associados do Vitória o máximo de possibilidades de esclarecerem as suas duvidas e conhecerem o nosso programa, creio termos boas razões para estarmos satisfeitos até ao momento.
Em 5 dias de campanha realizamos oito sessões na cidade e nas vilas(seria dificil fazer mais neste espaço de tempo)e a adesão de vitorianos tem sido muitissimo significativa.
Pelo número e pelo interesse demonstrado em debater as nossas ideias.
Muitas perguntas,e bem interessantes muitas delas, essencialmente acerca da SAD e do que ela implica para o futuro do clube.
O que prova duas coisas:
Por um lado que os vitorianos hoje estão mais preocupados com o modelo de gestão do que com as questões do futebol que são tão habituais neste tipo de campanhas.
Por outro lado constata-se uma enorme apetência pela informação,pelo debate, pelo confronto de ideias que sempre surge com aqueles mais cépticos quanto ao modelo que propomos.
A primeira semana foi excelente.
Nas próximas vamos continuar ao mesmo ritmo.
Porque temos o dever e o gosto de esclarecer todos aqueles que queiram conhecer o nosso programa, o nosso modelo de gestão, a nossa visão do Vitória com Futuro.
Depois Falamos

quinta-feira, março 15, 2012

Importância de Decidir


Publiquei hoje no jornal "Povo de Guimarães" este artigo.

Esta é a ultima crónica que escrevo para “O Povo” antes das eleições que em 31 de março decidirão quem vai dirigir o Vitória Sport Clube, no próximo triénio, naquela que será uma das escolhas mais importantes em quase 90 anos de vida do clube.
Não aproveitarei este espaço, que o jornal generosamente põe à minha disposição, para fazer campanha eleitoral pela lista de que faço parte dado entender que ela deve ser feita noutros sítios e de outras formas.
Ainda assim alinhavarei algumas reflexões muito pessoais sobre tão importante escolha.
Desde logo para manifestar, enquanto vitoriano, a minha enorme satisfação por neste clube e de há muitos anos a esta parte os associados terem quase (a excepção foram algumas reeleições sem oposição de António Pimenta Machado) sempre a possibilidade de escolherem entre duas e mais opções e não se verem constrangidos, como noutro clubes não muito distantes, a uma escolha quase ritual de braço no ar por “meia dúzia” de associados.
Isso demonstra bem a riqueza associativa do clube.
A segunda reflexão tem ainda a ver com a democraticidade interna do Vitória e o histórico de eleições disputadas aos longo destes anos.
A primeira de que me lembro, depois de dezenas de anos de listas únicas e em que a sucessão directiva se fazia de forma mais ou menos natural entre dirigentes em funções, foi a disputa entre os primos Pimenta Machado.
António e Armindo.
No início dos anos 80, e depois de uma cisão directiva protagonizada por Armindo em divergência com António, foi vivamente disputada e apaixonou a massa associativa vitoriana e as próprias forças vivas do concelho.
Venceu António, confortavelmente, mas fica a curiosidade de terem sido as primeiras eleições com duas listas e simultaneamente as ultimas (assim se supunha mas já lá iremos) em que não existiram debates entre os candidatos a presidente.
Não existiam as rádios locais e a imprensa nacional tratava o clube com uma sobranceria de que ainda hoje restam alguns tiques bem visíveis.
E que por razões várias se acentuaram nos últimos anos.
Nas eleições seguintes em que houve lugar a confronto eleitoral, desta vez entre Pimenta Machado e Eduardo Fernandes, já a figura do debate entre candidatos ganhou o seu espaço.
Organizado por uma televisão pirata então existente (Tv Covas) o debate reuniu os dois candidatos numa emissão a partir do Hotel Fundador que deve ter batido recordes de audiência no nosso concelho e entre adeptos do Vitória.
De lá para cá, tanto quanto me recordo, sempre existiram debates entre candidatos.
Cito aqui, com o pedido de desculpas por alguma omissão, as eleições em que intervieram Pimenta Machado, José Arantes, Manuel Rodrigues, Emílio Macedo, André Pereira e Pinto Brasil.
Creio que a excepção, má, foi a eleição entre Vítor Magalhaes e Manuel Almeida.
E excepção má porque o debate de ideias e programas faz parte da essência de qualquer eleição democrática e , mais do que isso, do respeito intrínseco que qualquer candidatura deve ter pelo universo eleitoral.
Porque num debate, e as últimas eleições do Vitória para o bem e para o mal foram prova disso, o que está em causa não é quem tem mais ou menos jeito para debater, para falar na rádio ou aparecer na televisão.
O que está verdadeiramente em causa é a possibilidade de esclarecer os indecisos através do confronto de opiniões.
Para que depois os associados possam escolher livremente o caminho que querem para o seu clube.
Foi precisamente por isso que dois anos atrás a lista de Pinto Brasil (de que fiz parte como estarão recordados) pediu até á exaustão a realização de debates entre os candidatos a presidente, entre os candidatos a vice-presidentes, e até a um “Prós e Contras” em que todos os órgãos de comunicação social de Guimarães queriam colaborar.
Precisamente por defendermos intransigentemente o princípio de que os vitorianos tinham o direito a ser informados e esclarecidos.
Tudo a lista de Emílio Macedo recusou.
Menos debates entre candidatos que foram feitos em vários órgãos de comunicação locais e nacionais.
Agora, e com alguma surpresa (as coisas são o que são…) assistimos a esta triste novidade de a lista de Pinto Brasil recusar todos os debates com a lista de Júlio Mendes (mesmo que exclusivamente entre os candidatos a presidente) fazendo tábua rasa dos princípios que tão vigorosamente defendera dois anos atrás.
As atitudes ficam com quem as toma.
Mas não posso deixar de dizer que esconder o candidato, recusar debates, assentar uma campanha em ataques pessoais e criticas às ideias da outra lista é muito pouco para quem aspira a dirigir uma grande instituição como o Vitória.
A 31 de março os vitorianos dirão de sua justiça!

Homem Rico,Homem Pobre!

O titulo deste post era a denominação de uma série televisiva de grande sucesso no final dos anos 70 e inicio dos anos 80 do século passado.
Retratava,tanto quanto me lembro, a vida de dois irmãos com percursos pessoais e profissionais totalmente distintos ao ponto de um ser rico e o outro pobre.
Lembro-me que o pobre era interpretado por Nick Nolte em inicio de carreira mas do rico já não recordo o nome do actor.
Ao ver esta fotografia, de uma zona do Rio de Janeiro em que uma favela e um condominio de luxo vivem paredes meias,lembrei-me irresistivelmente dessa série americana e das fronteiras tão ténues que ás vezes existem entre riqueza e pobreza.
Da financeira mas também da ética e da dos valores.
Da primeira o Brasil é um grande exemplo.
Uma das maiores economias do mundo,com um crescimento brutal nos ultimos anos,tem também manchas de pobreza extrema de que as favelas são a face mais visível.
Das outras não vale a pena procurar muito.
Andam por aí...
Depois Falamos

"Ratos" nas Redes


Sou um utilizador razoavelmente frequente das redes sociais.
Especialmente do Blogger e do Facebook.
Escrevendo, lendo, debatendo ideias, confrontando opiniões sobre matéria tão diversas como desporto e política, cinema e gastronomia entre muitas outras que não importa agora aqui citar.
Nas redes sociais tenho reencontrado amigos (alguns “desaparecidos à longos anos), feito novas amizades, apreendido muito, e “navegado” por “mares” nunca dantes navegados.
Mas há uma espécie a que não me consigo habituar:
Os cobardes!
Que usam pseudónimos, se escondem atrás de imagens falsas, escrevem ao abrigo do anonimato e se acham no direito de insultar, mentir e caluniar.
São uma espécie desprezível, que emporcalha as redes sociais, e nada de útil produz que não seja maçada de apagar comentários ou eliminar ligações.
Durante muito tempo, perante a perplexidade de alguns amigos, dei uma larga margem de tolerância a esses comportamentos.
Quer no meu blogue quer no facebook.
Mas com o aproximar de uma campanha eleitoral na Vitória, com o tipo de comportamentos que essa eleição gera naqueles que acham que “vale tudo”, a tolerância acabou.
Agora é mesmo tolerância zero.
Porque gostando imenso de debater ideias, não sendo dogmático em nada e não tendo qualquer problema em admitir o erro quando estou errado, a verdade é que não estou para aturar malcriados.
Que à falta de inteligência para debaterem, de boa educação para respeitarem opiniões alheias ou do civismo necessário á vida em comunidade (ainda que na net) optam pelo insulto e pela mentira como forma de afirmarem as suas posições.
Eu sei que neste ambiente eleitoral há quem goste e estimule esse tipo de atitudes.
E até as pratique publicamente por interpostas pessoas.
São tão bons uns como outros.
De nenhuns rezará a História do Vitória.
Depois Falamos

terça-feira, março 13, 2012

Serenidade Precisa-se

Publiquei este artigo em "O Lado do Futebol que Nunca Viram"
Dificilmente se pode imaginar uma situação mais delicada para quem vai assumir a responsabilidade de dirigir o Vitória após 31 de março do que aquela que hoje cruamente existe.
Estamos a falar, como é óbvio, dentro da realidade e dimensão do clube e de uma História de quase 90 anos.
Financeiramente a situação é gravíssima.
Um passivo galopante, cuja real dimensão desconfio que só será conhecida depois das eleições, que condiciona até ao ponto de a por em risco a vida do clube.
Salários em atraso, no futebol e nas modalidades, com uma dimensão jamais vista no Vitória em todo o seu historial e que condicionam o desempenho desportivo das suas equipas como tem sido patente ao longo de toda a época.
Equipas ganhadoras no passado, como a de voleibol, arrastam-se penosamente no campeonato bem longe dos lugares que dão acesso aos títulos.
No basquetebol todo um valioso trabalho da secção e do treinador Fernando Sá são postos em causa pela falta de pagamento aos atletas que já levou á rescisão de algumas peças base da equipa com a consequente perda de competitividade.
No futebol, o espelho mais visível da realidade vitoriana, a situação nem é tão má como alguns a querem “pintar” mas está a muito grande distância de ser compatível com aquilo que todos os vitorianos desejam.
Seria fácil, mas profundamente irresponsável, aproveitar a goleada de Alvalade para defender uma política de “terra queimada” que passasse pelo despedimento a eito de jogadores e do treinador Rui Vitória.
Não vou por aí!
Desde logo porque, embora envergonhado com o resultado, sei bem que o futebol tem contingências tão próprias que estão na raiz da enorme paixão que existe pelo jogo em si e que explicam os às vezes inexplicável.
E o jogo que vi não foi jogo para “aquele” resultado.
Nem na posse de bola, nem no número de remates, nem no número de ataques de cada uma das equipas.
O SCP venceu com justiça, isso é claro, mas o resultado é muito exagerado para aquilo que se viu em campo.
E o inexplicável passa também pelo facto de um jogador até então desaparecido marcar dois golos ou um ponta de lança a “seco” desde Novembro voltar aos golos precisamente neste jogo.
Se a isso acrescentarmos o facto de a equipa entrar em campo com três meses de salários em atraso (e não vale a pena embarcarmos em tiradas demagógicas sobre quanto ganham os jogadores porque os contratos são para cumprir e quem trabalha deve receber) e sem dois jogadores que tem sido dos mais regulares (João Paulo e El Adoua) acaba por se atenuar de alguma forma o impacto negativo da derrota.
Por isso temos de manter a serenidade.
Porque a equipa que perdeu em Alvalade é a mesma que ganhou a Benfica e Marítimo em casa e foi vencer a Coimbra e a Aveiro apenas para citar os jogos mais recentes.
Nem essas vitórias representam o 80 nem esta derrota (e a de Braga…) o 8.
Demonstram apenas a realidade de uma equipa desequilibrada, capaz do melhor e do pior, por força de um plantel mal constituído e com lacunas notórias nalguns sectores que me dispenso de enunciar.
Face a isto importa dizer três coisas:
A primeira é que continuo a achar que Rui Vitória é um treinador competente, culto, com um discurso sereno e inteligente.
O engenheiro Júlio Mendes já teve oportunidade de dizer em nome da Lista A que RV é o “nosso” treinador caso ganhemos as eleições.
Não há nenhuma razão para mudarmos de opinião.
A segunda é que como é normal em qualquer equipa e qualquer plantel no fim de época sairão jogadores e entrarão jogadores.
De forma equilibrada, sensata e sem rupturas de consequência previsivelmente nefastas.
A terceira, e sem querer de alguma forma assumir o estatuto de “treinador de bancada” de que todos temos um pouco não vale a pena negá-lo, é que talvez seja o tempo de olhar para a classificação e (percebendo que o sexto lugar está praticamente garantido e o 5º é de dificílima conquista) começar a pensar na próxima época.
E isso significa que jogadores como João Amorim e Barrientos poderão ter oportunidades em continuidade de molde a serem opções de primeira escolha em 2012/2013.
Bem como será importante perceber o que jogadores como Soudani e Molina poderão, ou não, dar ao plantel que vai ser construído a partir de 31 de Março.
Creio que cientes de que “este” Vitória não é o “nosso” Vitória impõe-se que o futuro seja preparado de forma racional, ponderada e serena.
Assim será!

O Essencial

No prefácio de um livro editado pela Presidência da República o Presidente Cavaco Silva resolveu acusar o ex primeiro ministro, e actual estudante de filosofia em Paris, de deslealdade institucional.
Referindo, a titulo de exemplo, o facto de o então chefe do governo não lhe ter dado conhecimento do chamado PEC IV!
Caiu o Carmo e a Trindade.
Desde as "viúvas oficiais "do socratismo (Lello e Silva Pereira)aos socialistas sensatos(como Luís Amado) foi um coro de criticas ao presidente da República misturado com outras acusações a propósito de episódios mal esclarecidos como o que envolveu um jornalista do jornal "Público".
Caso para dizer que por uns dias saiu a sorte grande a António José Seguro que nalguma coisa conseguiu ter o partido unido em seu torno e a falar a uma só voz!
Ironicamente, mas isso já são outros "quinhentinhos" como se costuma dizer, essa unidade foi na defesa de ...Sócrates.
Passada a espuma vamos ao essencial:
É mentira aquilo que Cavaco escreveu?
Não.
Não é.
E o grave é isso.
Podemos questionar a oportunidade das declarações mas não podemos olvidar a razão concreta da sua existência.
Cavaco não foi feliz no "timing" que escolheu para este ajuste de contas com o passado.
Mas o que o passado nos legou é bem mais grave!
Depois Falamos

sábado, março 10, 2012

A Escolha


Creio ser cada vez mais evidente a escolha que vai ser feita no dia 31 de março pelos associados do Vitória.
Será entre a Lista A e a “coligação” daqueles que pelas mais variadas razões manifestam a sua oposição à constituição de uma SAD para gerir o futebol vitoriano.
Uns porque admitem, com toda a legitimidade, que as soluções para os problemas do clube estão nas propostas que vierem a ser conhecidas da lista B.
Outros porque são filosoficamente contra a SAD e portanto estarão sempre do lado oposto a quem a propõe ainda que por absurdo aparecesse um cão com três patas e cheio de pulgas a manifestar-se conta ela.
Uma posição que respeito no plano dos princípios mas que não resolve no concreto nenhum problema.
Há, também, aqueles que não sabem o que é SAD (e alguns nem querem saber o que ainda é pior) mas são contra…porque sim.
Sinceramente apreciaria ver, e ainda não perdi a esperança disso, aparecer alguém que manifestando uma posição de princípio contra a SAD apresentasse uma alternativa viável e capaz de garantir a sustentabilidade financeira de todo o clube.
Porque dizer que o clube é dos sócios e vai continuar a ser (o que aliás a SAD não põe minimamente em causa), fazer juras de amor eterno à instituição, advogar o triunfo da paixão sobre a razão é muito bonito mas não resolve nenhum problema ao Vitória.
E tantos são os que é preciso resolver com a maior das urgências…
Eu próprio preferia, e muito, que o Vitória pudesse manter o seu modelo de gestão tradicional.
Mas é impossível.
Por um lado por imperativo legal que obriga a optar entre SAD e SDUQ.
Por outro porque a situação financeira calamitosa do “doente” não o permite.
E a “doença” gravíssima de que padece, façam ao menos essa justiça à Lista A aqueles que tanto a criticam, não é da responsabilidade de quem agora se candidata para resolver problemas criados por outros.
É da responsabilidade exclusiva de gestões que não souberam estar à altura do que o Vitória necessitava.
E por isso hoje a escolha é entre a SAD ou, salvo aparição milagrosa de melhor alternativa, o fim do Vitória como sempre o conhecemos.
E não se pense que estou a dramatizar.
É a crua realidade!
Depois Falamos

P.S. Entre os opositores à SAD convém não esquecer, embora na prática sejam irrelevantes, os “mercenários da opinião” que escrevem peças a “metro” contra essa solução (e contra quem a defende) nalguns espaços informativos.
Mas que escreveriam com a mesma convicção a favor da SAD se alguém achasse que valia a pena pagar-lhes para isso…

quinta-feira, março 08, 2012

Preguiça Informativa


Às vezes, vendo os noticiários televisivos da actualidade, lembro-me irresistivelmente dos tempos em que muitos anos atrás estive ligado ao fenómeno do aparecimento das rádios locais em Guimarães.
E lembro-me com saudade dos tempos da extinta Rádio Guimarães.
Em cujo projecto estive praticamente desde o início (pelos idos de 1986) com um grupo de amigos com quem passados tantos anos ainda recordo os tempos magníficos que por lá passamos.
Miguel Laranjeiro, Bento Rocha, António Ribeiro, Dino Freitas, Amadeu Portilha,Francisco Tadeu, Miguel Sousa, José Luís Ribeiro, Paula Brito, António Ferreira, Esser Jorge e muitos outros que deram corpo aquele que ainda hoje considero o mais genuíno projecto de rádio local que existiu neste concelho.
Eramos “pobres”.
Não havia telex, não era ainda tempo dos telemóveis, não havia dinheiro para comprar equipamentos modernos (inesquecível a “caixa de piquenique “ feita pelo Dino para as transmissões de relatos de futebol e que causava genuíno espanto em todos os estádios para onde as levávamos…) pelo que tínhamos de nos agarrar á improvisação, á imaginação e a algum “descaramento” para conseguirmos” levar a carta a Garcia”.
E conseguíamos.
Relembro momento “épicos” como andarmos pelo corredores do hotel Fundador a bater à porta do quarto dos jogadores do Atlético de Bilbau, a entrevista exclusiva do então presidente Mário Soares no decorrer de uma presidência aberta em Guimarães, o relato Da marcha gualteriana empoleirados numa varanda alameda de s. Dâmaso.
Entre muitos outros.
Depois fui para a rádio Fundação.
Outras instalações, outros meios, o “fatídico” telex e uma certa falta daquele espirito genuíno de “rádio pirata”.
E o telex!
Que “vomitava” noticias e por isso “dispensava” os jornalistas de andarem atrás delas.
Creio que o reforço de meios técnicos foi “matando” o genuíno espirito de rádio local, aquela que andava insistentemente atrás das notícias locais e pouca ou nenhuma importância dava ao noticiário nacional.
Porque não tinha meios para o fazer (a não ser lendo as noticias da véspera nos jornais) e porque considerava, e muito bem, que a sua missão não era essa.
Vem este passeio pelas boas memórias do passado a propósito dos noticiários televisivos de RTP, SIC e TVI.
Que duram uma imensidão de tempo, comparando com os noticiários de países com quem temos tudo a aprender em termos de televisão, e são preenchidos em boa parte com notícias irrelevantes de outros países metidas a “martelo” apenas para esticarem os espaços informativos e mostrarem serviço.
Coisas banais que se passam na Austrália, na India, no Gabão, na Bolívia eu sei lá, são notícia nas televisões portuguesas como se de algo de relevante se tratasse e como se não houvessem em Portugal temas noticiosos que nos interessassem a todos muito mais.
Quando da experiência que tenho, infelizmente bem pouca face aquilo que gostaria, a ver televisão noutros países (meia dúzia deles) me diz que ignoram completamente o que se passa em Portugal.
Ontem era o telex nas rádios locais.
Hoje é a imensa panóplia de meios postos á disposição de televisões e jornalistas.
Mas num caso como noutro o resultado é sempre o mesmo:
A preguiça informativa.
Depois Falamos

Opções


Publiquei este texto no blogue "O Lado do Futebol que Nunca Viram".

O Vitória encontra-se mergulhado em pleno processo eleitoral de que sairá, a 31 de março, a direcção e restantes órgãos sociais do clube para os próximos três anos.
E, repito, para os próximos três anos!
Porque o “ruido de fundo “ que sempre existe nestes momentos, e que alguns “especialistas” se encarregam de tentar ampliar, já constrói teorias mirabolantes que cruzam desporto com política de forma completamente inaceitável.
Mais do que inaceitável…ridícula!
Vamos ao que importa.
Para além dos programas e dos nomes que se propões cumpri-los, e esta não é uma questão menor como é evidente, a grande questão que divide opiniões e gera até algumas paixões aqui e ali excessivas é a questão da constituição da SAD para gerir o futebol profissional.
Digamos que a grande escolha que os vitorianos são chamados a fazer é entre o caminho proposto pela Lista A (SAD para gerir o futebol) e a recusa pura e simples da SAD que aglutinará votos na outra candidatura, na abstenção ou até em votos brancos.
Devo dizer que compreendo, e até partilho em termos emocionais, alguns dos argumentos de recusa da SAD.
Ainda ontem tive oportunidade manter uma longa, e excelente, conversa com um vitoriano que não defende a SAD e percebi bem os seus pontos de vista e fiquei ciente de que ele também terá percebido os meus.
O principal dos quais reside na minha convicção de que não há outro caminho para recuperar um clube que é mais do que a sua modalidade futebol.
Podemos teorizar, todos, sobre como seria bom manter o actual modelo de gestão, como seria excelente ver o tecido económico regional investir no Vitória, como seria óptimo termos o nosso clube a viver dentro das suas receitas e a mesmo assim conseguir construir equipas competitivas no futebol e nas modalidades mantendo a sua matriz exclusivamente associativa.
Mas quem assume disponibilidade para gerir os destinos do Vitória tem de por os pés no chão.
E analisar com o máximo de frieza possível a realidade.
Hoje o Vitória apenas é dos sócios no símbolo, na vertente associativa e na paixão.
Porque o património de que tanto nos orgulhamos está todo hipotecado.
Não é nosso.
Ou melhor é nosso se tivermos meios para fazer face às dívidas contraídas perante a banca.
E neste momento não temos!
O que significa, por muito que nos custe, que a qualquer momento podemos ficar sem ele de forma irreversível.
E por isso, com o máximo de frieza possível para quem nunca aliena a vertente paixão, as pessoas que constituem a lista A e todas aquelas que não aparecendo nos candidatos aos órgãos fazem parte de um grupo alargado de reflexão que deu origem a esta candidatura, sabem que o caminho para salvar os “dedos” é alienar alguns aneis.
Constituir uma SAD para gerir o futebol profissional significa que teremos de abrir a nossa realidade associativa a investidores que virão para o clube numa óptica empresarial pura em que não perdendo o Vitória a sua identidade terá de saber conviver com uma realidade comum a grandes clubes europeus da actualidade e cujos nomes são frequentemente citados como exemplo a seguir.
A aposta significativa no futebol, que esses investidores permitirão, terá claramente dois resultados positivos:
Por um lado poderemos construir num curto prazo (que sem SAD não existe) equipas de futebol profissional altamente competitivas e capazes de assegurarem ao clube a possibilidade de disputar sempre os quatro primeiros lugares da Liga e e com a perspectiva de se intrometer noutras lutas mais ambiciosas.
Por outro lado a SAD permite que um volume importante de receitas do clube sejam canalizadas para a redução do passivo, e consequente desoneração do património, de molde a que num prazo razoável todo ele possa voltar á posse plena do clube como é desejo de todos os associados.
Por ironia do destino, e profundo desagrado daqueles que são contra a SAD…porque sim ou porque é proposta por quem é ou porque eleitoralmente não tem outra estratégia credível, a verdade é que a SAD será um instrumento precioso de salvaguarda do nosso património e da nossa sustentabilidade enquanto clube financeiramente viável.
Não seria preferível um Vitória sem SAD, vivendo dentro das suas realidades financeiras, construindo excelentes equipas com base na formação (como o Atlético de Bilbau) e pertença plena dos seus associados.
Seria.
O caminho do sucesso demoraria mais mas seria, em termos de paixão, muito mais gratificante sem qualquer dúvida.
Mas esse caminho deixou de existir por força das gestões que nestes últimos anos mergulharam o Vitória na pior, e mais perigosa, crise de noventa anos de História ao ponto de colocarem a sua existência em risco.
E salvo melhor alternativa, que não conheço nem acredito que apareça, é tempo de nos convencermos todos que num clube em que a Paixão é uma componente identitária fortíssima desta vez vai ter de ser a Razão a comandar o nosso futuro.

terça-feira, março 06, 2012

Ainda Mais Bonito

No actual momento de alta intensidade vitoriana com eleições à porta, e um debate muito vivo entre os vitorianos em volta da questão da constituição de uma SAD, tenho publicado aqui e na minha página do facebook algumas "misturas" entre temas de Guimarães e o emblema do Vitória.
Castelo, praça da Oliveira,Toural, estádio D.Afonso Henriques entre outros.
Fruto da habilidade para o photo shop de pessoa amiga que eu disso nada percebo.
E constato, com satisfação, que essas imagens tem despertado grande entusiasmo entre as vitorianas e os vitorianos que visitam este blogue a referida página do facebook.
O que é uma bela indicação para os futuros responsáveis do marketing (e merchandising) vitoriano considerarem.
Porque tudo que envolve Guimarães e o emblema do Vitória..."vende" !
Depois Falamos

domingo, março 04, 2012

Continuidade !

O Vitória é um clube vivido com paixão já todos o sabemos.
Em periodos eleitorais (sim,nós temos eleições e com mais que uma lista) as coisas exacerbam-se e ultrapassam as marcas do razoável em muitas ocasiões.
Nuns casos por excesso de paixão admito.
Noutros por falta educação e bom senso.
Noutros ainda, os piores, porque alguns a quem a coragem não premiou e o carácter foi distribuído em dia em que estavam de férias, fazem de "espíritos santos de orelha" junto de outros mais influenciáveis e põe-nos a dizer aquilo que os próprios gostariam mas a cobardia impede.
Basta ler algumas páginas do facebook, alguns blogues,alguns fóruns de determinados sites para confirmar isto mesmo.
Confesso que me indigno com algumas barbaridades que leio mas não sou minimamente influenciável por insultos, calúnias e comportamentos desse género.
Uma das coisas que se lê frequentemente nestes últimos dias é que a Lista A, liderada por Júlio Mendes e de que faço parte, é uma lista de continuidade!
E imagino o ar de gozo com que alguns notáveis "pensadores vitorianos" escrevem isto pensando que nos ofendem.
Mas não.
Porque , posso confirmá-lo, a Lista A é mesmo uma lista de continuidade.
E tudo faremos para ter o máximo sucesso nesse objectivo.
Porque somos uma lista de continuidade...do Vitória!
Como um grande clube, pertença dos seus associados e proprietário de um invejável património.
Um clube desportivamente eclético, competitivamente forte e temido pelos seus adversários.
Um grande clube não só da região norte mas de todo o país.
Um clube sério, honrado, cumpridor dos seus compromissos como os nossos fundadores o criarem e como o tem sido ao longo da sua História com o hiato lamentável destes últimos anos.
Sim, a Lista A é uma lista de continuidade.
Porque connosco o Vitória continua.
Isso podemos nós garantir.
Depois Falamos

sábado, março 03, 2012

Congresso à Vista...

Decorre este fim de semana o pró forma da reeleição do líder do PSD.
Ao contrário do que acontece quando o partido está na oposição (2007/2008/2010 foram bons exemplos) em que as directas ocupam grande atenção do país com disputas pela liderança, quando se está no poder as coisas mudam muito de figura.
O líder é primeiro ministro e por concorre sozinho às directas pese embora uns "ameaços" não concretizados de outras candidaturas.
É normal que assim seja.
Foi pena é, embora se reconheça a natural limitação de tempo disponível de Pedro Passos Coelho, não ter aproveitado a oportunidade para se "reconciliar" com um partido "ferido" pelo forma como tem sido marginalizado em muitas opções feitas nos últimos meses.
Ao que sei, e estou longe de saber tudo, PPC apenas esteve em duas sessões partidárias e considerou estar a campanha feita.
Claro que isso podia ter sido complementado por uma volta ao país dos seus vice presidentes (que são seis) que entre eles bem podiam ter ido a todos os distritos participarem em sessões com os militantes.
Infelizmente, e como se sabe, dos seis apenas dois não são virtuais em termos de acção politica pelo que nem isso foi feito.
Adiante.
Vem aí o congresso.
E dele o que de mais importante se espera, porque é a ultima oportunidade de o PSD inverter o rumo negativo dos acontecimentos,é que PPC faça as alterações necessárias nos orgãos dirigentes para devolver "vida" a um partido que se encontra num estado comatoso já demasiado tempo.
De preferência, nem vejo que possa ser de outra maneira, escolhendo para as vice presidências militantes livres de tarefas governativas e que por isso possam dar ao partido o tempo e a colaboração necessárias a preparar a dura batalha das autárquicas de 2013.
E já agora, se não for pedir muito, pessoas com experiência politica e conhecimento profundo do partido.
É que autárquicas não se preparam em tubos de ensaio nem com base em "experimentalismos" directivos.
Depois Falamos.

P.S: Matos Rosa tem sido um secretário geral eficiente e dedicado em condições bem difíceis. Se o querem substituir façam-no, ao menos, por quem seja capaz de assegurar um trabalho melhor.
Porque a secretaria geral é demasiado importante para fazer experiências, alimentar egos ou servir de trampolim a ambições apressadas.

quinta-feira, março 01, 2012

Rivalidades


Publiquei este texto no blogue "O Lado do Futebol que Nunca Viram"

A rivalidade faz parte da própria essência do futebol.
Nela ao longo dos anos assentou o crescimento, a popularidade, a divulgação do jogo como a modalidade desportiva mais apaixonante de todo o planeta.
A rivalidade não tem dimensão única.
Existe em todos os tamanhos.
Desde as turmas da escola, passando por ruas vizinhas, colectividades populares da mesma comunidade, até atingir a dimensão máxima que lhe é dada pelos grandes clubes de futebol.
Em que muitas das vezes a rivalidade atinge picos entre clubes da mesma cidade de que o melhor exemplo que conheço é a existente entre os dois maiores clubes de Sevilha.
O Bétis e o Sevilha.
Mas há muitas outras conhecidas a nível europeu e mundial.
Manchester United - Manchester City, Arsenal -Tottenham, Liverpool - Everton, Milan - Inter, Flamengo - Fluminense, River Plate - Boca Juniores, Juventus- Torino, Barcelona-Espanhol, Lazio-Roma, Benfica-Sporting e por aí fora.
Depois há as rivalidades entre polos opostos no mesmo país.
Barcelona – Real Madrid, Liverpool – Manchester United, PSG- Marselha, Porto-Benfica, Milan-Juventus entre tantas outras.
São rivalidades assentes na competição desportiva mas a que não escapa, em muitos dos casos, uma componente politica normalmente associada ao facto de um dos clubes ser da capital do país e o outro de uma grande cidade que se considera injustiçada face aos privilégios da capital.
Barcelona, Porto e Marselha são três casos claros de que a rivalidade desportiva tem uma forte componente de reivindicação regional!
Mas a rivalidade que quero aqui hoje falar é outra.
A existente entre Vitória e Sporting de Braga.
Ou entre Guimarães e Braga se quisermos ser mais abrangentes.
Costumo dizer que á beira dessa rivalidade minhota qualquer outra parece uma brincadeira de meninos tal a dimensão da “nossa”.
Porque a verdade é que esta rivalidade entre as duas maiores cidades/clubes do Minho, ao contrário dos nem cem anos de história que contam as rivalidades entre Benfica, Porto e Sporting, é milenar!
É uma rivalidade entre duas comunidades, que nos últimos 50 ou 60 anos se reflectiu e alcançou expressão máxima na disputa desportiva entre os dois clubes, que ao longo da História sempre reclamaram uma primazia de importância de uma face á outra.
Tem Guimarães e Braga bons argumentos, é indiscutível, para cada uma delas se reclamar mais importante do que a outra face aos indicadores que lhe dão jeito.
Uma é no comércio e serviços a outra na indústria.
Uma na sua importância histórica enquanto berço da nação e a outra o seu significado religioso face à importância da Igreja na construção de Portugal ao longo dos séculos.
Guimarães foi a primeira capital de Portugal.
Braga é capital de distrito e o seu arcebispo é primaz de Portugal e das Espanhas conforme o seu título.
Vitória e Braga não escapam a esse confronto de “importâncias”.
O Vitória tem a seu favor a posição no ranking de todos os campeonatos, nos quatro terceiros lugares que já alcançou, nas inúmeras vezes que se superiorizou ao seu rival nos antigos campeonatos do Minho, no facto de ter muito mais participações na 1ª divisão do que o seu oponente.
Mas também no facto de ter um estádio, um pavilhão e um excelente complexo desportivo seus.
Enquanto o Braga nem uma sala tem para fazer as suas assembleias gerais.
Tendo como cereja em cima do bolo uma massa associativa incomparável em dimensão, entusiasmo e dedicação exclusiva ao clube
Entre muitas outras coisas.
O Braga esgrime com a “sua” taça de Portugal, o seu vice campeonato, a participação na final da Liga Europa, o crescimento sustentado ao longo dos últimos dez anos, a crescente fidelização de uma nova geração de adeptos ao clube ultrapassando a tradição de muitos anos do bi clubismo que os caracterizava.
Creio que hoje, friamente analisado, o Braga vai desportivamente á frente do Vitória.
Fruto do tal crescimento sustentado, das boas opções desportivas, da escolha correcta de aliados.
Mas o Vitória, esse, mantém o seu maior trunfo.
Uma massa associativa que é do clube, só do clube, e que no seu pior momento dos últimos 50 anos (a passagem pela II liga) deu uma resposta espantosa de dedicação e amor à instituição.
Os vitorianos provaram, e provam todos os dias,que são do Vitória.
Falta os bracarenses provarem que são do Braga e não das vitórias que o Braga tem alcançado nos últimos anos.
Porque não deixa de me fazer alguma espécie que o Braga com a brilhante carreira europeia da época passada não tenha conseguido levar ao estádio municipal (e jogando com Arsenal,Liverpool,Sevilha,etc,) assistências superiores às que vão ao estádio do Vitória ver o Rio Ave, o Paços de Ferreira ou o Feirense no ano mais fraco de sempre em média de assistências vitorianas.
Concluo com duas notas:
A primeira para dizer que não trocaria nunca a nossa História pela História do Sporting de Braga.
Tenho muito orgulho em o Vitória ser como é, e ser o que é.
A segunda para constatar o belo desafio que se põe à direcção vitoriana que sair das eleições de 31 de Março:
Com base num trabalho racional e sustentado, em estreita ligação com a massa associativa, devolver o Vitória ao seu lugar de quarto clube português em termos desportivos.
Porque no resto, e é muito esse resto, nunca deixou de o ser!

O "Complicómetro"


Pedro Passos Coelho anunciou a recandidatura à liderança do PSD.
Nem outra coisa seria de esperar.
Mais surpreendente foram algumas das opções que fez para mandatários e para a sua direcção de campanha.
Bem como o anunciado “custo zero” da mesma.
Ao convidar para mandatários distritais todos os presidentes das comissões políticas distritais, bem como os líderes regionais Berta Cabral e Alberto João Jardim, deu um inequívoco sinal de unidade interna.
Desnecessário face à ausência de qualquer concorrente e inibidor da oportunidade de envolver outras pessoas no processo e na vida partidária activa.
A direcção de campanha, essa, é completamente incompreensível.
Ao convidar a deputada Teresa Leal Coelho, eleita em Junho de 2011 como independente, para directora de campanha dá um mau sinal para dentro do PSD.
Porque a senhora em causa, independentemente dos seus méritos, não sabe nada da vida interna do partido.
Nunca integrou um núcleo, uma concelhia ou uma distrital.
E nem sequer sei se já é militante.
A escolha só tem, pelo menos em teoria, duas interpretações:
Ou a importância dada á campanha é tão pouca que nem vale a pena escolher quem perceba minimamente disso.
Ou então é mais um atestado de incompetência aos imensos militantes, com mais de seis meses de eventual filiação, que eram perfeitamente capazes de desempenhar a função a contento.
Quanto ao “custo zero” nem vale a pena grandes comentários.
Porque toda a gente sabe que foras do plano das boas intenções é impossível de concretizar!
Em suma e concluindo:
Mais uma vez, sem qualquer necessidade, se complicou o que é simples!
Depois Falamos