Páginas

sábado, junho 30, 2018

Um Adeus Anunciado

Não foi por acaso que depois de se saber que nos oitavos de final nos calhava em...azar o Uruguai exprimi desde logo, nomeadamente aqui, as minha preocupações quanto ao apuramento de Portugal para os quartos de final.
Preocupações que radicavam essencialmente em três factores:
O primeiro a inquestionável valia da selecção uruguaia.
Que não joga um futebol espectacular mas que é uma equipa muito eficaz a defender (Godín e Giménez são uma dupla de categoria mundial) e letal a atacar por força da excepcional categoria da dupla Suárez/Cavani a quem não se pode dar um palmo de terreno porque nele fazem "miséria".
Para lá de outros jogadores de indiscutível valia como Bentancur, Vecino ou Laxalt.
A segunda preocupação radicava nas fracas exibições de Portugal que empatara com a Espanha num jogo que mereceu perder, que venceu Marrocos numa partida em que o empate já seria lisonjeiro e que empatou com o Irão acabando o jogo em pura aflição o que deixava claro que ou melhorávamos ou então com o Uruguai as coisas tinham tudo para correr mal.
E a terceira, curiosamente a que mais me preocupava, tinha a ver com a irreprimível tendência tão portuguesa para complicar nas piores alturas comprometendo resultados que de outra forma podiam ser bem melhores.
Nem todas as preocupações se confirmaram embora o resultado tenha sido o temido.
O Uruguai confirmou tudo que dele pensava.
Muito bem a defender, chegou a este jogo sem golos sofridos, usando um estilo de jogo muito parecido com o Atlético de Madrid (lá está, Godín e Giménez) e letal a atacar porque fez três remates e marcou dois golos enquanto no outro Rui Patrício teve de fazer uma grande defesa.
Em termos exibicionais Portugal melhorou e fez o seu melhor jogo deste Mundial.
Por um lado porque Bernardo Silva finalmente "apareceu" e com ele a jogar ao seu nível a equipa cresce, torna-se mais acutilante e consegue ter bola e por outro porque o Uruguai também consentiu nesse domínio português recuando as linhas e construindo um sólido bloco em frente a Muslera enquanto espreitava o contra ataque com o perigo que se conhece.
Mas foi na tendência para complicar que Portugal perdeu o jogo e saiu do Mundial.
E aí Fernando Santos, não sendo o único , é o grande responsável.
Começou logo na equipa e na táctica escolhidas para o jogo que não lembrava ao "careca" mas lembrou-lhe a ele no pior dia possível para inventar.
Com uma equipa rotinada no 4-3-3 resolveu-se por um estranho losango com William mais recuado, Bernardo a jogar a 10 mas alternando com João Mário que começou sobre o flanco direito mas aparecia pelo meio enquanto Adrien jogava sobre a esquerda compensado as subidas de Raphael Guerreiro e a lentidão a recuperar de William.
Na frente prescindiu de Quaresma em forma e motivado pelo grande golo ao Irão para dar lugar a mais um médio e trocou André Silva por Gonçalo Guedes que trazia como carta de recomendação as duas deprimentes exibições face a Espanha e Marrocos.
E se a entrada de Bernardo se justificou a de Guedes foi mais um fracasso, tal a sua completa inoperância,  que o seleccionador demorou longos setenta e quatro minutos a reconhecer até proceder à sua substituição por um André Silva que devia ter jogado de início.
Tal como a manutenção em campo de João Mário, oitenta e cinco minutos a fintar para trás e passar para o lado, foi um erro e o desperdiçar da possibilidade de ter outro jogador que oferecesse outras perspectivas a uma equipa que pareceu pouco imaginativa.
Mas o erro decisivo, do meu ponto de vista, foi aos 55 minutos quando com a equipa a perder tem Quaresma prestes a entrar e face ao golo de Pepe suspende a entrada.
Ou seja em vez de aproveitar a galvanização do golo do empate (e consequente desnorte adversário), meter Quaresma e ir para cima dos uruguaios para tentar ganhar desde logo o jogo o seleccionador fez outra coisa completamente diversa que lhe saiu totalmente mal.
Suspendeu a entrada do jogador,trocando a ambição pelo conservadorismo, e ficou a ver em que paravam as modas .
Pararam no segundo golo do Uruguai e Quaresma entrou,três minutos depois,não para ajudar a uma tentativa de ganhar vantagem mas sim para o habitual contributo para correr atrás do prejuízo que já era então de sucesso duvidoso.
Depois demorou mais dez minutos a meter André para o lugar de Gonçalo (podia perfeitamente ter feito as duas substituições em simultâneo)e outros dez para a entrada de Manuel Fernandes que trouxe à equipa em nove minutos aquilo que lhe faltara durante o restante tempo que foi o remate de meia distância em que não tendo sido feliz fez,ao menos, algo de diferente.
Mas já era tarde.
E assim a confirmaçaõ da valia uruguaia mais o receio confirmado das invenções portuguesas foram mais fortes que a melhoria exibicional da nossa selecção e ditaram um perfeitamente evitável regresso a casa.
Como tantas vezes no passado podemos queixar-nos, essencialmente, de nós próprios.
Depois Falamos.

Mau

Vi o França-Argentina com um duplo interesse.
Por um lado o de ver um jogo de futebol entre duas das melhores selecções do mundo, recheadas de jogadores de classe mundial e que certamente ofereceriam um grande espectáculo e um apuramento renhido para a que saísse vencedora.
E isso vi.
Não um grande jogo, porque não o foi, mas um jogo intensamente disputado e com alternâncias no marcador fruto de grande golos, grandes jogadas e um apuro final de sete golos o que nuns oitavos de final de um Mundial é fantástico.
O segundo interesse era ver a Argentina ganhar.
Porque estando definido que o vencedor deste jogo defrontará o vencedor do Portugal-Uruguai, e partindo do duvidoso princípio de que a nossa selecção sairá vencedora, eu preferia claramente um Portugal-Argentina nos quartos de final do que um terrível Portugal-França com o gauleses ansiosos pela desforra do Euro 2016.
Mas preferia a Argentina essencialmente porque a França é melhor.
Como se provou nos noventa minutos com os franceses a serem sempre melhores,a  dominarem o jogo e a desfrutarem do poder "de fogo" desse entusiasmante Mbappé e do consagrado Griezman dois jogadores que por si sós assustam qualquer defesa.
É claro que o treinador argentino ajudou à festa francesa.
Num jogo decisivo jogar com Messi a "quilómetros" da área e daqueles trinta metros finais em que ele é devastador, jogar com dois extremos clássivos junto às linhas (Di Maria e Pávon)e sem ponta de lança, deixar no banco talentos como Aguero (quando entrou, marcou...) Dybala e Higuain e só  recorrer ao primeiro deles quando perdia por dois golos  é de quem não sabe o que anda a fazer e se entretém a desperdiçar talentos que tem à sua disposição (e Icardi nem convocado foi) em quantidade e qualidade que lhe permitiam fazer bem melhor.
Passou a França.
Uma equipa poderosa, muito equilibrada entre todos os sectores e que se constitui como um dos principais candidatos a vencer o Mundial face ao que se tem visto até agora.
Esperemos que Portugal,uma vez mais,lhes troque as voltas.
Mas para isso é preciso ultrapassar o Uruguai...
Depois Falamos

sexta-feira, junho 29, 2018

Tolices

O Portugal-Uruguai de amanhã já concentra, neste país "futebolizado" , as atenções dos portugueses quer pela importância do jogo quer pelas doses industriais de futebol que as televisões nos metem por casa dentro sem dó nem piedade.
Num desses programas, na sic notícias, ouvi um habitual comentador da estação defender duas teses que me pareceram uma franca tolice ainda por cima vindo de um analista que normalmente é bastante moderado nos seus comentários.
A primeira defendendo que Portugal amanhã deve alterar a sua estratégia habitual de jogo ,deixando o 4-3-3 e optando pelo losango no meio campo, para assim se adaptar melhor a idêntico sistema táctico dos uruguaios.
Mudar de estratégia num jogo decisivo lembrou-me logo o rematado disparate de Pedro Martins, na final da taça de Portugal de 2016/2017, quando armou a equipa do Vitória de forma diferente da que tinha actuado durante toda a época e conseguiu perder com o Benfica mais fraquinhos dos últimos anos.
Se Fernando Santos fosse por aí (espero que não vá) apenas estaria a mostrar receio ao adversário e isso  podia ser um desastre para lá do facto de se a selecção a jogar no esquema habitual já joga...pouco que faria com mudanças de ultima hora.
O segundo disparate,do meu ponte de vista é claro, tem a ver com as mudanças de jogadores preconizadas pelo comentador.
Mantinha William como elemento mais recuado,à sua frente metia Bruno Fernandes(!!!) e nos lados do losango Moutinho à direita e Adrien à esquerda enquanto na frente Ronaldo teria a companhia de Gonçalo Guedes!
Ou seja retirava Quaresma da equipa, um jogador em forma e motivadíssimo pelo golo ao Irão, retirava o ponta de lança André Silva que tão bem se entende com Ronaldo (para além de ser um verdadeiro homem de área) para meter os dois piores jogadores dos primeiros jogos da selecção neste Mundial.
No caso de André Silva com o argumento de que G.Guedes é um avançado mais móvel.
Ora eu um ponta de lança não quero que seja mais ou menos móvel quero é que marque golos  e isso André faz bem melhor que Gonçalo.
Em suma se fossem alguns comentadores a fazer a equipa creio bem que o Uruguai amanhã teria um fim de tarde bem descansado.
Como não são...pode ser que não tenha.
Depois Falamos

quinta-feira, junho 28, 2018

Previsões

Concluída a fase de grupos, com o apuramento de dezasseis equipas para os oitavos de final, o Mundial da Rússia entra agora na sua fase decisiva com os jogos a eliminar que irão decidir as duas equipas que a 15 de Julho vão disputar a final da prova.
Com excepção da Alemanha e ,vá lá, da Polónia pode dizer-se que em cada grupo passaram os favoritos embora a "cruel" eliminação do Senegal (mesmos pontos e golos do apurado Japão foi eliminado por ter mais cartões amarelos que era a sexta regra de desempate) tenha sido a surpresa de última hora.
Mas a eliminação da Alemanha, mesmo depois da derrota frente ao México já ter mostrado que havia ali qualquer coisa que não funcionava bem, foi de facto o mais surpreendente desta fase e pode ter evitado uns oitavos de final com um Brasil-Alemanha que seguramente provocaria alguns calafrios aos brasileiros ainda bem lembrados do acontecido há quatro anos.
Mas a prova faz-se com quem está e quem está são as dezasseis melhores selecções deste mundial.
Previsões?
Começando pelo lado esquerdo e pelo Uruguai-Portugal não será novidade para ninguém que a nossa selecção enfrenta um adversário forte que tem a provavelmente melhor dupla de avançados da prova e dois centrais (felizmente Gimenez está em dúvida e talvez não recupere) de categoria mundial.
Acredito que o "melhor" Portugal poderá passar mas para isso terá de jogar mais e melhor do que até agora.
O França-Argentina é um dos grandes jogos destes oitavos.
Os franceses apuraram-se sem dificuldade enquanto os argentinos sofreram até ao fim para conseguirem o apuramento.
Jogo de tripla mas com ligeiro favoritismo para os franceses fácil de contrariar se Messi estiver num daqueles dias que o celebrizaram no...Barcelona.
Pessoalmente preferia que passasse a Argentina. Não só pelo possível Ronaldo-Messi mas também porque selecção francesa...longe com ela.
Brasil-México é jogo de favoritismo brasileiro que com maior ou menor dificuldade passará aos quartos de final tal como o Bélgica-Japão em que o favoritismo europeu é indiscutível.
Teremos, portanto, um Portugal-França e um Brasil-Bélgica nos quartos de final segundo a minha previsão.
Do lado direito do quadro as previsões são em teoria, mais fáceis.
A Espanha ultrapassará a Rússia,embora o factor "casa" possa pesar, e rumará a um quase inevitável encontro com a Croácia (talvez a equipa que melhor tem jogado) que é favorita frente à Dinamarca.
Isto enquanto a Suécia deverá vencer a Suíça e assim encontrar a Inglaterra que é provável vencedora do jogo com a Colômbia.
Ou seja Espanha-Croácia e Suécia-Inglaterra nos quartos de final fruto dos jogos deste lado do quadro .
São previsões feitas com base no que se tem visto, e no valor que se reconhece às equipas, mas claro que jogos de "mata mata" podem trazer pequenas surpresas (nesta fase já não há lugar a grandes surpresas) porque o futebol é imprevisível e nisso reside o seu maior sortilégio.
A partir de sábado começaremos a saber da exactidão destas previsões.
Esperando-se que o primeiro acerto seja precisamente o apuramento de Portugal!
Depois Falamos.

P.S: Não deixa de ter o seu significado o apuramento de dez selecções europeias, quatro sul americanas, uma centro americana e outra asiática.
É a realidade do futebol dos nossos dias.

quarta-feira, junho 27, 2018

Assim Não!

José Silvano teve hoje o seu pior momento, até agora, como secretário geral do PSD naquilo que constituiu também um momento triste para o partido.
Porque percebe-se, e aplaude-se, que estando em todos os noticiários que algumas estruturas e militantes do partido estão sob investigação o secretário geral tenha vindo expressar a posição do PSD sobre o assunto e reiterar a total disponibilidade para colaborar com a Justiça em tudo que lhe for pedido.
Até aí nada a dizer.
Mas não se percebe , nem se perceberá nunca, que tenha começado por dizer que as investigações versam factos anteriores à liderança de Rui Rio e ao mandato da actual direcção como se o PSD não fosse sempre e só um único partido e cada líder e cada direcção não tivessem que assumir tudo de bom e de mau que os seus antecessores fizeram.
Sempre foi assim.
Sempre.
Mas pelos vistos com a actual direcção e com o actual líder já assim não é.
Há um PSD de Francisco Sá Carneiro a Pedro Passos Coelho pelos vistos cheio de defeitos ,e com esse eles nada tem a ver (o que aliás já se desconfiava e por várias razões...) nem querem, e depois há o PSD "deles" que é o mais sério,impoluto, ético e sabe-se lá que mais ainda que essa tese seja posta em causa por algumas notícias e noticiários.
Hoje ao ver José Silvano proferir aquelas tristes declarações, procurando sub repticiamente atirar para o anterior líder e a anterior direcção responsabilidades que eles não tem no que está a ser investigado, lembrei-me do que a esquerda totalitária mais o PS andaram anos a dizer: " A culpa é do Passos"!
É triste e incompreensível ver o actual SG seguir essa narrativa.
Tenho pena que vão por esse caminho.
Porque é errado, nada tem a ver com a História do partido, apenas serve para aumentar a "fractura" que alarga todos os dias entre dirigentes por um lado e bases e eleitores por outros.
Porque é cada vez mais difícil reconhecer "neste" PSD o PSD de sempre.
Depois Falamos

terça-feira, junho 26, 2018

Mãe e Madrasta

O meu artigo desta semana no Duas Caras.

Desde que me conheço, e já lá vão uns bons aninhos, que sempre ouvi dizer que Guimarães é má mãe e boa madrasta.
Um adágio antigo, que tanto quanto sei vem de tempos imemoriais, e que quer significar que em Guimarães mais depressa se dá valor, reconhecimento, mérito a quem vem de fora do que aos filhos da Terra que esses tem de fazer sempre muito mais e muito melhor que os forasteiros para obterem o merecido reconhecimento.
É sina nossa.
Sina que se aplica às mais diversas áreas da comunidade vimaranense, da política ao desporto, da cultura ao associativismo, da educação ao jornalismo e por aí fora que exemplos na matéria é algo de que não existe qualquer tipo de carência.
Na política, por exemplo, e sem pôr minimamente em causa os méritos de quem inegavelmente os tem os vimaranenses demonstraram muito mais apreço pelo presidente de câmara António Magalhães, nascido em Cabeceiras de Basto (mas radicado em Guimarães há tantos anos que já se pode considerar um vimaranense), do que pelo presidente de câmara António Xavier nado e criado em S.Torcato e que sendo dos vimaranenses mais notáveis do seu tempo, com obra e participação em áreas tão diversas como a política,a acção social, o desporto entre outras, não mereceu dos eleitores o reconhecimento dos seus méritos e da sua visão para o concelho.
Outros exemplos poderiam ser dados, noutras áreas, mas estamos em tempo em que o futebol domina, por força do Mundial russo, e por isso de futebol se falará no restante artigo.
De futebol na vertente “mãe e madrasta” é claro.
Porque há algo em que o “mãe e madrasta” se aplica de forma tão total quanto injusta (injustíssima às vezes) é aos jogadores formados no Vitória que sendo vimaranenses de nascimento e vitorianos de coração tem uma bitola de apreciação por parte de muitos adeptos que raia o absurdo em termos de exigência perante as suas prestações quase se exigindo que cada um deles seja um Ronaldo ou um Messi para merecer aplauso.
Ao contrário do que acontece com muitos jogadores vindo de fora que ao segundo pontapé bem aplicado na bola viram ídolos aos quais tudo se aceita, tudo se compreende, tudo se perdoa mesmo que desrespeitem a camisola do clube como nalguns casos conhecidos.
Aos da Terra é que não.
Talvez por isso tendo o Vitória reconhecidamente excelente formação nos escalões mais jovens, desde pelo menos o saudoso Augusto Barreira na sua oficina da Amorosa, são muito poucos os jovens que conseguiram subir à primeira equipa e nela se afirmarem como titulares  durante um razoável período de tempo.
Se fizermos um esforço de memória recordaremos , nos últimos cinquenta anos, uma dúzia de nomes nessas condições: Abreu, Romeu, Ibraim , Costeado, Miguel, Carvalho, Laureta, Pedro Mendes, Fernando Meira, Targino, Agostinho, Quim Berto e poucos mais(e alguns deles tiveram de sair para rodar antes de regressarem e se fixarem na equipa) a atestarem bem as dificuldades de os jovens da formação se imporem.
Em 2012 /2013 com a criação da equipa B, como última etapa do processo de formação e primeiro passo no profissionalismo, tentou-se com algum sucesso inverter esse paradigma fazendo a equipa A beneficiar do trabalho dos escalões de formação.
E conseguiu-se.
Nomeadamente vencendo a Taça de Portugal com vários titulares que tinham começado a época na equipa B (e feito a formação no clube) como foram os casos de Ricardo Pereira, Paulo Oliveira e Tiago Rodrigues num plantel sem jogadores emprestados.
A partir de então começou a haver mais espaço na equipa principal para os jovens vindos da formação embora com o ónus daqueles que se afirmavam serem rapidamente vendidos não permanecendo no clube o tempo suficiente para o clube poder beneficiar do seu desempenho desportivo.
Paulo Oliveira, Ricardo Pereira e Tiago Rodrigues já citados mas também Cafu ,João Pedro e Josué entre outros.
Mas se as oportunidades aumentaram o “mãe e madrasta” de alguns adeptos não diminuiu e bastará atentar nas redes sociais para perceber que o grau de exigência para os da casa continua a ser muito maior do que para aqueles que vem de fora  sendo Miguel Silva na actualidade o melhor(pior) exemplo disso.
Curiosamente o “mãe e madrasta” também alastrou a alguns técnicos do clube.
E por isso há jogadores feitos na casa, vimaranenses e vitorianos, que tiveram de ir mostrar o seu talento para outros lados porque no Vitória também os seus treinadores tinham para com eles uma bitola de apreciação muito rigorosa em relação a outros colegas.
Exemplos ao longo dos anos?
Tantos que seria fastidioso recordá-los a todos.
Mas cito Tomané, que esta época fez nove golos pelo Tondela, enquanto nós nos desesperávamos com Tallo, Rincon, Sturgeon e afins e que é um exemplo de um jogador desperdiçado pelo clube de forma incompreensível.
Mas também podia falar de João Amorim, de Pedro Lemos, de Luís Rocha entre outros.
Vem toda esta reflexão a propósito da carta de despedida que Rui Areias publicou nas redes sociais a despedir-se do Vitória, agora que vai continuar a sua carreira no Penafiel, e que me impressionou pelo seu conteúdo.
O Vitória ao longo dos anos , desde a tal oficina da Amorosa,formou excelentes jogadores em todas as posições mas nunca formou um grande ponta de lança que nos desse as alegrias que nos deram Mendes, Jeremias, Cascavel, Saganowski,etc.
Podia ter sido Artur Jorge mas não teve oportunidades (outros tempos...) e fez uma bela carreira a marcar golos em todo o lado menos no Vitória.
Podia ter sido Armando...mas não foi.
Podia ter sido Tomané mas também não foi porque hoje é muito mais um extremo ou um segundo avançado do que um homem de área para além de não jogar no clube.
Mas aquele que conheço desde menino da formação e que sempre pensei que seria o “tal” (não confundir com Tallo...) esse era Rui Areias cujo talento inato para jogar na área é garantia de golos.
Acompanhei a sua etapa na equipa B, que integrou no ano inicial de 2012/2013, e pelo que fui vendo reforcei  essa convicção de que seria o grande goleador formado no clube e que nos iria dar golos e alegrias numa primeira fase e depois uma grande transferência.
Num campeonato difícil como a II liga marcou apenas dois golos no ano de estreia, mas estava longe de ser primeira opção como ponta de lança, mas a seguir encarreirou marcando 11, 14 e 9 golos nas três épocas seguintes sempre acompanhados de uma completa falta de oportunidades para jogar na equipa A porque os golos que marcava na B não impressionavam os treinadores da A.
“Mãe e madrasta” no seu estado puro.
Em 2016/2017 foi estranhamente emprestado ao Porto B  onde fez sete golos mas nem isso foi suficiente para ter uma oportunidade no Vitória sendo na época passada cedido ao Arouca onde fez uma época discreta num clube que também não alcançou os objectivos de subida.
Esta época nem oportunidade lhe foi dada para fazer a pré temporada e sai a caminho do Penafiel ,candidato à subida, despedindo-se com a tal profissão de amor a Guimarães e ao Vitória que me impressionou e me levou a esta já longa reflexão sobre como Guimarães (e às vezes o Vitória) são tão hospitaleiros, tolerantes e compreensivos com quem vem de fora e tão absurdamente exigentes com quem é de cá.
E apesar de todos perdermos, desde sempre, com essa mentalidade não há forma de muitos aprenderem e mudarem de atitude!

Mais e Melhor

Portugal conseguiu o seu primeiro objectivo neste Mundial ao conseguir apurar-se para os oitavos de final da competição através de resultados, dois empates e uma vitória tangencial,  que serviram mas com base em exibições muito, mas muito, aquém do exigível a um campeão europeu.
Valeu a Portugal o talento de alguns dos seus jogadores, nomeadamente Ronaldo e Quaresma a marcarem e Pepe e Rui Patrício a defenderem, para suprir as deficiências de uma equipa que funciona mal como ...equipa.
Ontem face ao Irão, uma equipa de terceiro nível do futebol mundial (e treinada por alguém sem...nível) , Portugal até entrou bem mas depois afundou-se na mediocridade habitual e permitiu que a equipa adversária equilibrasse o jogo e remetesse os portugueses para uma aflição defensiva completamente impensável.
Que o banco, ou seja Fernando Santos, nunca conseguiu emendar parecendo também ele baralhado pelo clima conflituoso que os iranianos e o seu treinador imprimiram a todo o jogo mas muito em especial à segunda parte do mesmo em que até o árbitro paraguaio andou quase sempre aos papeis.
Aos papeis e ao VAR.
Demorando muito tempo a mexer na equipa, e mexendo mal, o seleccionador contribuiu para que o desnorte se acentuasse e foi um quase milagre que nos últimos instantes da partida um iraniano tenha rematado às malhas laterais em vez de fazer o golo que pareceu inevitável.
A troca de Quaresma por Bernardo Silva apenas confirmou que o segundo está longe da sua melhor forma, a de João Mário (que devia ter saído bem mais cedo) ainda trouxe alguma experiência a uma equipa aflita mas a de André Silva por Gonçalo Guedes foi simplesmente ridícula porque a equipa naquela altura precisava bem mais de alguém como Bruno Alves ou Manuel Fernandes para ajudarem a defender do que de um avançado para refrescar o ataque.
Enfim, correu bem e isso foi o que mais importou, mas desiludam-se aqueles que dizem que os resultados é que importam porque jogar bem não interessa porque diz-nos a experiência que quando se joga bem é mais fácil ganhar.
E sábado, face a uma excelente equipa do Uruguai que tem provavelmente a melhor dupla de avançados deste Mundial (Suárez e Cavani) , Portugal ou joga bem mais do que nestes três primeiros jogos ou corre o sério risco de terminar a sua participação na prova.
Resta dizer, e não é questão menor no resultado do jogo, que Portugal tem sobejas razões de queixa da arbitragem e do VAR.
Para além da contemporização com as continuas palhaçadas de Carlos Queiroz (com um bom árbitro tinha sido expulso) há ainda um conjunto de lances de que temos farta razão de queixa.
O penálti a favor do Irão é invenção pura e dura do VAR.
No penálti falhado por Ronaldo quando o jogador português remata o guarda redes iraniano está um metro à frente da linha de golo pelo que devia ter existido repetição da marcação.
Há um livre de Ronaldo em que um jogador iraniano intercepta a bola com o braço num penálti que ficou por marcar.
Na primeira parte Quaresma é agredido com uma cotovelada que o árbitro não viu e o VAR fez de conta que também não viu.
E depois há o estranho lance em que o VAR tenta expulsar Ronaldo e apenas o bom senso do árbitro o impediu.
Em suma muitos erros graves, com influência directa no resultado do jogo , na classificação final do grupo e no percurso que Portugal (e Espanha....) terão de fazer daqui em diante.
Sábado há mais. E espera-se que melhor!
Depois Falamos.

segunda-feira, junho 25, 2018

Irão...Ou Não!

O meu artigo desta semana no zerozero.

E o Mundial está em pleno curso, prendendo a atenção de muitos milhões de pessoas em todo o planeta , confirmando ser o maior espectáculo desportivo à superfície da  Terra apenas superado pelos Jogos Olimpícos.
No momento em que escrevo estas linhas já todas as selecções disputaram dois jogos e se há algumas que já tem o bilhete de regresso a casa e outras a passagem aos oitavos de final há ainda muita coisa a decidir em termos de presenças nos oitavos de final.
O que garante que entre segunda e quinta feira desta semana teremos muito futebol, muita emoção e muitas decisões.
Portugal é uma das selecções que ainda tem de decidir o seu futuro.
Começou o Mundial com um empate promissor face à Espanha, depois de um dos melhores jogos que o Mundial teve até agora, em que o talento excepcional de Ronaldo brilhou a grande altura ( e não apenas pelos golos) mas a equipa...nem tanto e depois continuou com um triunfo algo desanimador face a Marrocos porque embora conquistando os três pontos a exibição ficou muitíssimo aquém do exigível a um campeão europeu em título.
Tinha escrito aqui, dez dias antes de o Mundial começar, que Portugal dificilmente seria candidato ao título por ter uma equipa “curta” ,em termos de lugares-tenentes de Ronaldo, para lhe permitir essa ambição.
Os dois primeiros jogos reforçaram essa ideia e reforçaram,também, a análise de que as nossas maiores fragilidades estão no centro da defesa e no meio campo onde falta um “10”, como Deco ou Rui Costa, que pegue no jogo e um “8” muito mais rotativo,como Maniche, que carregue a equipa para a frente e garanta uma meia distância eficaz.
Mas é com os que temos que pela vida temos de fazer e para já estão no bom caminho para os oitavos de final.
Devo dizer que tendo este Mundial mostrado já excelentes jogos, como o Portugal-Espanha ou o México-Alemanha por exemplo, ainda não mostrou uma selecção que se possa considerar como claramente favorita.
Pessoalmente tenho gostado de algumas delas.
A Espanha que tão bem jogou contra nós mas depois desiludiu um pouco face ao Irão, a Alemanha que começou mal derrotada pelo México mas depois face à Suécia mostrou o habitual “rolo compressor” que intimida qualquer um, a Croácia que joga muito bem e tem alguns jogadores de alto nível, o México que derrotou justamente os alemães mostrando uma futebol muito consistente, o Senegal que venceu a Polónia e depois empatou com o surpreendente Japão, a Bélgica que com Rússia e Inglaterra tem o ataque mais produtivo da prova, a prórpia Inglaterra que pode ambicionar chegar longe e finalmente a Colômbia que surpreendida pelo Japão na primeira jornada esmagou depois a Polónia e mostrou credenciais para poder ter muitas ambições.
Decepções até agora?
Polónia que fez dois maus jogos e já está eliminada, Peru de quem se esperava mais e também já tem bilhete de ida, Egipto que nem o “faraó” Salah conseguiu inspirar e a surpreendente (pela negativa) Argentina que esteve à beirinha de uma eliminação precoce para o seu valor mas que terá ainda , frente à Nigéria, a oportunidade de continuar em prova e desfazer a péssima imagem que deixou até agora.
Por falar em péssima imagem, ou péssimas imagens que é mais adequado, não pode faltar uma referência ao VAR que tem sido uma das maiores desilusões deste Mundial com um conjunto de decisões erradas ou omissões inexplicáveis que parecem decalcadas do VAR que por cá temos.
Porquê?
Porque com rarissímas excepções, que mais não fazem do que confirmar a regra, todas essas decisões polémicas tem sido em benefício das selecções de países mais fortes, com mais adeptos e poder financeiro (e portanto com maior retorno publicitário), que são aqueles que a FIFA quer ver em prova até às fases mais adiantadas da competição.
Portugal foi a primeira vitima disso quando ninguém viu a flagrante falta de Diego Costa sobre Pepe mas depois houve muitos outros com a Alemanha, por exemplo, a beneficiar já de dois monumentais erros quando o árbitro não marcou e o VAR fez de conta que não viu (era impossível quatro video árbitros não terem visto) um pénalti flagrante a favor do México no primeiro jogo que apesar disso não teve influência no vencedor  e outro no segundo favorável à Suécia (mais a expulsão de Boateng) que  poderia ter significado a eliminação alemã.
E quando o VAR falha assim na prova máxima do futebol mundial é a prova que faltava de que ele não serve para ajudar a melhorar a verdade desportiva mas sim para garantir que os sempre mais beneficiados não deixam de o ser.
Lá como cá!
Voltando à selecção portuguesa que joga hoje face ao Irão a sua passagem aos oitavos de final há que dizer três coisas.
A primeira é que Portugal é favorito, claro, mas terá de fazer jus a esse estatuto dentro do terreno de jogo com um futebol agressivo, ambicioso e em que os restantes jogadores se convençam que não pode ser Ronaldo a resolver tudo sempre.
A segunda é que Fernando Santos tem de deitar paraa trás das costas o habitual conservadorismo quanto a mexer na equipa e dar oportunidade a outros jogadores para alinharem de início e tentarem dar à equipa mais posse de bola, mais agressividade ofensiva e mais diversificação das soluções.
Quaresma, Adrien, André Silva e Ricardo Pereira são aqueles que do meu ponto de vista podem preencher esses requisitos mas também Manuel Fernandes pode ser hipótese a considerar.
A terceira é olhar com muito respeito, mas sem qualquer temor, para o Irão.
Venceu Marrocos, fez a vida negra à Espanha, é uma equipa sem vedetas mas com grande coesão , que luta por cada bola como quem luta pela vida e já demonstrou sair muito bem em contra ataque.
E ainda por cima é treinado por alguém que conhece perfeitamente a selecção portuguesa, nomeadamente os seus pontos fracos e insuficiências, e que certamente armará um dispositivo táctico que explore a dificuldade portuguesa em assumir o jogo.
Ter atitude, assumir mudanças, respeitar o adversário são os três pressuposto de cujo cumprimento depende sabermos se os portugueses irão em frente rumo aos oitavos de final...ou não!

Trapalhadas

Esta semana que passou os militantes (e os eleitores...) do PSD assistiram à enésima discórdia entre Rui Rio e o grupo parlamentar do partido desta vez em volta da votação sobre uma proposta do CDS em relação à baixa do imposto sobre produtos petrolíferos.
São quezílias e trapalhadas que já vem de trás.
Desde o tempo em que Rio, ainda candidato a líder, fez saber que se fosse eleito queria mudar de líder parlamentar (ao tempo Hugo Soares) por considerar que o então em funções não teria o estilo que mais lhe agradava em termos de debates parlamentares.
Manifestando com essa decisão um soberano desprezo pela opinião dos deputados que poucas semanas anos tinham eleito Hugo Soares com uma votação expressiva na lista única então apresentada.
Adiante.
Uma vez eleito, nas directas com Pedro Santana Lopes, e face à demissão de Hugo Soares o novel líder escolheu a seu bel prazer o novo líder parlamentar bem como toda a direcção que o acompanha em funções o que significa que não tem qualquer desculpa para dessintonias, faltas de coordenação ou divergências de qualquer espécie.
Mas não contente com isso ainda conseguiu a "proeza" de uma vez eleito demorar mais de um mês a reunir com o grupo parlamentar (o que nenhum dos seus antecessores tinha feito jamais) naquilo que não pode ser entendido de outra forma que não seja uma enorme falta de consideração pelos deputados do partido.
E depois admira-se de boa parte deles não o olhar com particular ...simpatia digamos assim.
E estamos nisto que se vai vendo.
Foi o caso da eutanásia, foram os vários casos de deputados a pedirem a demissão de ministros sendo desautorizados pelo líder do partido (sempre receoso de desagradar a António Costa), é agora esta votação do grupo parlamentar contra a vontade de Rio ao que se soube por alguns recados que este mandou os seus "correios" transmitirem.
Os militantes (e os eleitores) tem cada vez maior dificuldade em entenderem estas permanentes trapalhadas.
É evidente que nas legislativas do próximo ano  a direcção de Rio vai fazer um profundo saneamento na bancada substituindo todos os deputados que desagradam ao líder por gente que lhe faça a vontade e não lhe arranje qualquer tipo de problemas.
Não será o primeiro a fazê-lo ,e basta recuar a Manuela Ferreira Leite (e aos seus conselheiros de então que ao que parece também são de agora com o inscrito da Marmeleira à cabeça) para encontrar um mau exemplo disso, e talvez nao seja o último.
Com o saneamento resolverá o seu problema de imposição de liderança.
Não resolverá é o problema do PSD.
Porque pelos vistos Rui Rio não percebeu, nem ninguém lhe explicou, que em todas estas divergências com o grupo parlamentar a opinião dos militantes (e dos eleitores) está muito mais em consonância com os deputados do que com o presidente do partido!
E isso nas urnas vai ter um preço brutal!
Depois Falamos

sábado, junho 23, 2018

Sugestão de Leitura

Gosto, desde sempre, de ler biografias.
Nomeadamente de dirigentes políticos porque através delas se compreendem melhor alguns períodos históricos e a razão de ser de alguns acontecimentos e decisões.
Quis o destino (e a curiosidade) que tenha lido há relativamente pouco tempo duas completíssimas biografias de Mao Tse Tung e de Adolf Hitler que formam com Estaline o trio dos maiores criminosos dos tempos modernos.
Mas ainda não tinha lido quase nada sobre Estaline.
Sobre a revolução russa já tinha lido algumas obras, e muito em especial uma excelente biografia de Lenine escrita por Dimitri Volkagonov na qual também se abordam o nascimento do PCUS e depois da própria União Soviética, mas faltava o que veio a seguir nomeadamente entre a morte de Lenine e a II Guerra Mundial que é um período histórico sobre o qual nunca me canso de saber mais.
Li ao longo das últimas semanas as quase oitocentas páginas desta biografia de Estaline, escrita por um profundo conhecedor da História russa e da carreira de Estaline que estudou durante mais de quarenta anos, e ela confirma de facto aquilo que já sabia.
Um percurso de crimes e traições, de tirania e erros históricos (nomeadamente estúpidas decisões militares durante a II guerra mundial) , de desportismo e impiedade, de um homem que tem a responsabilidade pela morte de dezenas de milhões de pessoas especialmente nos gulags que eram o instrumento preferencial do seu exercício ditatorial.
Estaline foi ,como Hitler e Mao, um dos piores criminosos da História da humanidade.
E nunca será por demais afirmá-lo num tempo em que o Estalinismo já não existe mas ainda há estalinistas a andarem por aí...
Nomeadamente em Portugal.
Nomeadamente nos partidos que apoiam a frente de esquerda actualmente no poder.
Depois Falamos.

quinta-feira, junho 21, 2018

quarta-feira, junho 20, 2018

Derrota Moral

Sou do tempo das "vitórias morais".
Aqueles tempos em que Portugal jogava bem, criava oportunidades de golo, dominava o adversário e no fim...perdia!
E esse foi o nosso fado durante décadas em que gerações de grandes jogadores nunca tiveram resultados que se vissem e muitos deles (Humberto, Alves, Oliveira, etc) nunca participaram numa fase final enquanto outros (Chalana, Damas, Jordão, Néné, etc) apenas estiveram presentes numa para amostra.
Já para não recordar que a geração dos"Magriços", incluindo o fabuloso Eusébio, apenas participaram numa fase final.
Felizmente o paradigma mudou e Portugal vai na sua décima fase final consecutiva,Europeus e Mundiais, não faltando a nenhuma grande competição desde o Europeu de 2000 com vários resultados assinaláveis desde um titulo e um vice titulo europeus à presença nas meias finais de um Mundial.
Acabou assim o tempo das nada saudosas "vitórias morais" e passou-se ao tempo das vitórias por mérito e das eliminações por razões diversas que vão do mérito dos adversários ao nosso demérito passando por erros dos árbitros.
Neste mundial russo a selecção nacional entrou com um empate feliz (sem tirar ponta de mérito a Ronaldo) que abriu boas perspectivas para o resto da prova e hoje obteve um triunfo ainda mais feliz que paradoxalmente semeou duvidas em todos quantos viram o jogo.
Porque Portugal não jogou nada!
Adiantou-se muito cedo no marcador, quando ainda não tinha tido tempo para fazer nada, e depois passou os restante 90 minutos sem nada fazer perante uma selecção marroquina que nos foi claramente superior e a que só a nossa sorte, o azar deles e Rui Patrício impediram de ganhar o jogo.
Foi das mais pobres exibições de Portugal de que me lembro de há muito tempo a esta parte.
Um festival de passes errados, de ressaltos perdidos, de segunda bolas raramente ganhas, de profunda incapacidade em agarrar no jogo e fazer valer a real diferença qualitativa que existe entre as duas equipas.
Fernando Santos teimou em dez dos onze que tinham alinhado de início contra a Espanha (apenas trocou Bruno Fernandes por João Mário) e a exibição correspondeu plenamente à opinião daqueles que defendiam que eram necessárias alterações mais profundas.
Bernardo Silva voltou a passar ao lado do jogo, Gonçalo Guedes esteve melhor a ajudar a defesa do que a atacar o que diz tudo sobre a sua inoperância , João Mário não se viu, Fonte voltou a evidenciar má forma, Raphael Guerreiro muito abaixo do normal, William sem influência e algo trapalhão, enfim uma equipa que deixou muito a desejar.
Valeu Ronaldo, valeu Rui Patrício, valeu Pepe.
Os únicos que jogaram ao nível que se exige a um campeão europeu.
E mesmo nas substituições o panorama foi desolador.
Bruno Fernandes entrou muito mal, Gelson entrou muito complicativo e sem alargar o jogo ofensivo, Adrien entrou...tarde.
Uma tarde para esquecer mas em simultâneo para lembrar.
Não só porque a jogar assim não podemos aspirar a nada mas também porque ainda não estamos apurados e o jogo com o Irão de Carlos Queiroz vai ser um verdadeiro "mata mata" dado que ambas as equipas se podem apurar.
A verdade, dirão alguns, é que temos quatro pontos e estamos com um pé na fase sguinte e isso é o que interessa.
Não discordo.
Mas chamo a atenção que passar das  "vitórias morais"(em que merecíamos ganhar mas perdíamos) para as "derrotas morais"(em que merecíamos perder mas ganhamos), como a de hoje, tem tudo para acabar mal.
Mal e depressa.
Depois Falamos.

Favorito Mas...

Um jogo entre Portugal e Marrocos, ainda para mais na fase final de um Mundial, lembra irresistivelmente a vergonha de Saltillo onde a selecção nacional protagonizou comportamentos reivindicativos que não tiveram correspondente expressão no plano desportivo.
Já para não falarmos de outro tipo de comportamentos...
A verdade é que depois de um triunfo sobre a Inglaterra e uma derrota com a Polónia bastava a Portugal um empate com Marrocos para se apurar para a fase seguinte o que não viria a acontecer face à derrota sofrida.
Mas isso foi há trinta e dois anos e o jogo de amanhã nada tem a ver, como é evidente, com essas "Saltilladas" de péssima memória a não ser  no facto de agora como então a equipa lusa ser favorita mas precisar de o provar no terreno de jogo.
Portugal começou o Mundial de forma positiva, empatando com um dos favoritos, mas estaremos todos de acordo que isso se ficou a dever mais ao talento individual de um jogador do que ao acerto exibicional da equipa que deixou algo a desejar ,nomeadamente na coesão defensiva, frente a uma Espanha que é a melhor equipa que vi até agora neste Mundial.
Para amanhã há duas coisas que são inevitáveis: Uma é que Fernando Santos proceda a alguns retoques na equipa e outra que Portugal entre de forma ambiciosa e dominadora fazendo jus ao estatuto de candidato, mas não favorito, que o seleccionador tanto gosta de referir.
Depois do visto com a Espanha parece-me que há vários jogadores a "pedirem" banco dado o discreto rendimento que evidenciaram.
Gonçalo Guedes e Bruno Fernandes à cabeça mas também não admiraria se Cédric e até Bernardo Silva não fossem opções iniciais em favor de André Silva, João Mário (ou Adrien) Ricardo Pereira e Quaresma ou Gelson.
Com uns ou com outros uma coisa é certa: Portugal tem de ganhar para não complicar as contas finais do grupo.
Amanhã saberemos.
Depois Falamos

Incongruências

O 24 de Junho e a seu reconhecimento como data nacional, causa que deve unir todos os vimaranenses, foi assunto largamente tratado nas duas últimas sessões da Assembleia Municipal que decorreram na passada sexta feira e ontem.
E onde foi possível avaliar qual o real empenhamento do partido no poder em defender esta causa.
Na sexta feira, questionado pela bancada do PSD, o presidente da câmara disse do grande empenhamento (sic) em conseguir dar cariz nacional a essa data mas que sendo muito difícil consegui-lo isso irá demorar tempo, exigir o empenhamento de todos e sensibilizar as mais altas individualidades do país.
Na segunda feira o PSD apresentou uma moção (já entregue antecipadamente nos serviços) em que propunha uma estratégia a dez anos, com várias propostas, de molde a que em 2028 nos 900 anos da batalha de S. Mamede já estivéssemos muito mais perto do objectivo ou até com ele desejavelmente alcançado.
E o que fez o PS, o tal partido cujo presidente de câmara dissera 72 horas antes que era preciso tempo, estratégia e envolvimento de todos?
Usou a sua maioria para chumbar a proposta.
Com o espantoso argumento de que era demasiado cedo para pensar nos 900 anos da batalha de S.Mamede!
Assim não é de facto possível ambicionar que um dia o país reconheça o 24 de Junho de 1128 como o primeiro dia de Portugal.
Quando é em Guimarães, e pela acção do partido que desde 1989 governa a Câmara, que estão os maiores obstáculos à concretização dessa justa ambição.
Depois Falamos.

Assim? Não!

O meu artigo desta semana no jornal digital Duas Caras.

 PROGRAMA GERAL

DIA 23 – SÁBADO
09h30 | Inauguração do Horto da Brigada Verde de Ponte
10h30 | Inauguração da Biblioteca da EB1 da Charneca (Taipas)
11h30 | Inauguração da Requalificação e Beneficiação da rua dos Moinhos, rua Prof. Félix Fernandes
Marques, rua Ouvinho Favelhos e rua Boavista (Briteiros S. Salvador/Briteiros Santa Leocádia)
15h00 | Inauguração da Reabilitação do Albergue e Capela de S. Crispim e S. Crispiniano
16h00 | Inauguração da Requalificação e Beneficiação da rua da Estrada Nova (Gominhães/Selho S.
Lourenço)
17h00 | Inauguração da Requalificação e Beneficiação da rua do Montinho/rua Bairro do Sol (Pinheiro)
18h00 | Inauguração da Requalificação e 1a fase de alargamento do Cemitério de Pevidém
DIA 24 – DOMINGO
09h00 | Hastear das Bandeiras na Câmara Municipal, com a participação da Fanfarra dos Bombeiros
Voluntários de Guimarães
09h30 | VI EDP Meia Maratona de Guimarães – Corrida dos Conquistadores / Mini Maratona /
Caminhada Solidária
10h00 | Passeio de Bicicleta “Dia Um de Portugal”
10h30 | Inauguração da Requalificação e Beneficiação da Estrada Municipal 575 (Conde/Gandarela)
11h15 | Inauguração da Requalificação e Beneficiação da rua S. Tiago (Candoso Santiago/Mascotelos)
11h45 | Inauguração do Reperfilamento da rua de Francos e novo acesso à Universidade do Minho
(Azurém)
12h30 | Missa Solene - Igreja da Oliveira
18h30 | Sessão Solene e aposição de medalhas honoríficas, no Paço dos Duques de Bragança (receção
de convidados às 18 horas)
                                                    
Na sessão da passada sexta feira da Assembleia Municipal o tema do 24 de Junho, desta vez a propósito da habitual imposição de medalhas, voltou a ser assunto de debate entre o poder socialista e a oposição de todas as bancadas.
Nomeadamente sobre a necessidade de Guimarães ter uma estratégia concertada e ambiciosa para transformar a data local numa data nacional e não apenas de Guimarães como vem acontecendo desde sempre.
Em representação do PSD tive oportunidade de questionar o presidente da Câmara sobre a matéria.
Recordei que Portugal é um país “sui generis” onde se festeja a reconquista da independência mas não a da própria independência, onde se festejam mudanças de regime da Monarquia para a República e da ditadura para a democracia mas não se festeja a data  a partir da qual passou a ser da competência dos portugueses essa tomada de decisões.
E perguntei que tinha feito a Câmara presidida por Domingos Bragança, até agora, para impor a data a nível nacional e que tencionava fazer no futuro para que isso mais ou menos dia (todos sabemos que não é fácil) venha a ser uma realidade.
A resposta , em termos gerais, foi que a estratégia é a de trazer cá personalidades (Presidente da República, primeiro-ministro, ministro,etc) para as convencer presencialmente da justeza das ambições de Guimarães como se conversas em volta de uma almoçarada ou de uma jantarada tivessem algum efeito prático.
Esperava (com bastante optimismo convenhamos) que a resposta fosse outra e que abarcasse, para lá dos convites a personalidades institucionais, uma estratégia bem delineada de comunicação e marketing que incluísse iniciativas de carácter cultural e histórico(conferências, seminários, colóquios) e também a vinda a Guimarães de líderes de opinião nessas áreas que pudessem dar a cara pela nossa causa.
Entre outras coisas que podem ser feitas e a que me referirei em próxima oportunidade.
Mas não.
A estratégia é comer, beber e conversar.
E se dúvidas houvesse quanto ao facto de a câmara não ter, realmente, qualquer estratégia para a imposição a nível nacional do 24 de Junho como dia 1 de Portugal elas seriam desfeitas olhando para o deprimente programa de comemoração do 24 de Junho deste ano que encabeça este texto.
Inauguraçõezinhas, passeiinhos de bicicleta, uma corridinha, missinha solene e medalhinhas.
Mais nada.
Naquilo que é uma estratégia velha, mas que resulta, da imposição não do 24 de Junho mas sim da imagem do presidente da câmara com vista a eleições autárquicas que virão daqui a três anos.
Dir-me-ão que ainda é cedo para pensar nisso.
Direi que o programa do próximo ano, do outro a seguir e por maioria de força o do ano de eleições serão, como o deste ano, mais do mesmo.
Se é assim há 29 anos alguém acredita que vão mudar agora?
Certo é que por este caminho nunca mais o 24 de Junho merecerá o justo reconhecimento nacional porque com programas como este ( e tantos idênticos no passado) não se vai a lado nenhum.
O que em boa verdade, a História o diz, pouco importa ao PS de Guimarães desde que de quatro em quatro anos os votinhos apareçam onde lhes interessa.
É a vida!

segunda-feira, junho 18, 2018

Não a Guimarães

O meu artigo desta semana no zerozero.

Começado o Mundial andam os portugueses entusiasmados com a sua selecção por força daquele épico empate com a Espanha (a melhor equipa que vi até agora na prova) esquecendo-se um pouco que ele resultou muito mais do imenso talento individual de um jogador do que da valia de um colectivo que deixou bastante a desejar e que terá de melhorar muito para justificar um estatuto de candidato a ficar na Rússia até meados de Julho.
Mas hoje não vou escrever sobre a participação da selecção neste Mundial.
E também não o vou fazer, embora me apetecesse bastante porque é assunto para que já alertei neste espaço, sobre o papel maléfico do VAR na deturpação da verdade desportiva de alguns jogos sempre a favorecer os teoricamente mais fortes naquilo que mais não é que defender o negócio em volta do futebol e aqueles que para ele mais contribuem.
Já tínhamos experiência disso na nossa Liga mas quando na prova maior do futebol mundial se assiste ao que se vem assistindo não podem existir mais dúvidas sobre o real significado da sigla VAR que é “Vamos Ajudar (os) Ricos”.
Assunto a que talvez volte brevemente.
Hoje escreverei sobre um assunto estranho, com contornos de misterioso até, que é a má relação da selecção nacional com a cidade de Guimarães e com o estádio D.Afonso Henriques mais propriamente.
Estádio que detém há muitos anos a quarta melhor média de assistências de Portugal (tem público), estádio onde os seus habituais frequentadores criam um clima de apoio à equipa que lá joga consensualmente reconhecido como dos mais espectaculares e fervorosos do país (há apoio vibrante) , estádio onde, contudo, a selecção nacional rarissimamente joga por opção inexplicável da Federação Portuguesa de Futebol.
A FPF foi fundada em 1914, cento e quatro anos atrás, mas a selecção nestes mais de cem anos apenas jogou em Guimarães...seis vezes!
Estreou-se em 16 de Fevereiro de 1983 (já a FPF tinha 69 anos de idade) num jogo particular com a França de Platini e Cia, que apenas um ano depois se sagraria campeã europeia depois de bater Portugal naquela meia final de Marselha e a Espanha na final do Parque dos Príncipes, num jogo disputado a meio da tarde de um dia normal de trabalho (uma quarta feira) porque o estádio ainda não tinha iluminação.
Como não tinham outros onde a selecção disputava jogos oficiais.
Depois foi preciso esperar dezasseis (!!!) anos para a FPF voltar a marcar um jogo para a cidade berço.
E, quanta generosidade, um jogo oficial com o Azerbaijão a contar para a fase de apuramento para o Europeu de 2000 que Portugal venceu por robusto sete a zero (que foi durante anos a mais dilatada vitória da selecção) e que ficará para a pequena História por ter sido nesse jogo que Pauleta se estreou a marcar pela selecção de que é, ainda hoje, o segundo melhor marcador de sempre apenas superado por Ronaldo e por ter sido a primeira internacionalização de Pedro Espinha ao tempo guarda redes do Vitória.
Esse jogo foi disputado à noite, com as bancadas a terem uma configuração muito parecida com a actual, e casa cheia num apoio vibrante à selecção.
O “agradecimento” da FPF foi só ter voltado a marcar um jogo para o estádio D.Afonso Henriques quatro anos depois, um particular com a Espanha que perdemos por 0-3, já em fase de aquecimento dos motores para o Euro 2004 e em que a equipa de Scolari fez uma exibição muito abaixo do expectável.
Ou seja entre 1914 e 2004 (noventa anos)a selecção jogou em Guimarães três vezes!
Dois jogos particulares e um oficial num ostracismo absolutamente inexplicável.
Em 2004 disputou-se o Europeu em Portugal e para o efeito foram construidos de raiz seis novos estádios ( Alvalade,Dragão, Municipal de Braga, Algarve, Luz e Municipal de Aveiro)e modernizados quatro (D.Afonso Henriques,Cidade de  Coimbra, Magalhães Pessoa em Leiria e Bessa) ficando o nosso país com dez modernos estádios todos eles aptos a receberem jogos da selecção nacional.
De lá para cá como tratou a FPF a cidade de Guimarães?
Cinco (!!!) anos depois do Euro 2004 (a 14/10/2009) lá marcaram um jogo , com Malta na fase de apuramento para o Mundial de 2010, que Portugal venceu por 4-0 em mais uma noite de gala com as bancadas do DAH cheias de um público entusiasta.
Talvez por isso, talvez por alguma má consciência, talvez por coincidência (o mais provável) cerca de um ano depois (mãos largas...) novo jogo oficial na estreia da fase de apuramento para o Euro 2012 face a Chipre.
Não correu lá muito bem e o empate final, a quatro golos, foi um dos mais caricatos resultados de sempre da selecção portuguesa embora a responsabilidade do mesmo não possa ser atribuída ao estádio nem ao  público.
Resultado?
Mais três anos de “seca” até ao particular com o Equador, em Fevereiro de 2013 em plena fase de apuramento para o Mundial do Brasil, que se saldou por uma derrota por 2-3 face a umas bancadas com menos público do que o habitual porque os vimaranenses já começavam a estar fartos de comer gato por lebre,ou seja, verem marcado jogos oficiais com selecções de terceiro ou quarto escalão europeu (Malta,Chipre, Azerbaijão)enquanto os jogos com selecções de primeira linha (e apenas França e Espanha) eram particulares.
Esse jogo com o Equador, em 2013, marcou a ultima aparição da selecção nacional no estádio D. Afonso Henriques.
De lá para cá , cinco anos decorridos,nunca mais foi vista !
O que significa que nas fase de apuramento para o Europeu de 2016 e para o Mundial de 2018 a selecção nacional de futebol não veio a Guimarães disputar um único jogo, fosse ele particular fosse oficial,naquilo que constitui uma imensa falta de respeito pela cidade e pelo concelho de Guimarães que , como foi dito atrás, garantem ao futebol português há muitos anos a sua quarta melhor média de assistências e nunca faltaram à selecção com o seu apoio entusiasta nas seis escassas vezes em que ela jogou em Guimarães.
Desde 2004, altura em que Portugal passou a ter os tais dez estádios modernos e com todas as condições para jogos oficiais da selecção, como se distribuíram os jogos da mesma?
Jogou vinte e uma vezes em Lisboa (Luz e Alvalade mas curiosamente evitando o tal Jamor que nos gostam de vender como excelente para outro tipo de jogos), dez vezes no Porto (Dragão e Bessa), oito vezes no desértico estádio de Leiria onde nem o União actualmente joga,sete vezes no Algarve num estádio que nem jogos (e público)de campeonato tem, cinco vezes em Aveiro outro estádio ao abandono dado que o Beira Mar deixou de o utilizar), quatro vezes em Coimbra e outras tantas em Braga e as tais três vezes em Guimarães o que deixa o estádio da cidade berço como o menos utilizados dos dez do Euro 2004.
Os números não mentem e mostram, de forma clara, que a FPF não gosta de Guimarães nem de marcar jogos para o estádio D. Afonso Henriques.
Não por falta de condições, muito menos por falta de público e do seu apoio caloroso, mas apenas porque todos os interesses económicos que se movem em volta da selecção apontam para outros palcos e para outros clubes a serem favorecidos financeiramente com jogos da selecção nos seus estádios.
É comum em Guimarães, cada vez mais comum e não apenas nas bancadas do estádio D.Afonso Henriques, ouvir-se dizer que “ a nossa selecção é o Vitória”  num claro repúdio pela forma como a FPF trata  a cidade berço.
E ninguém pode levar a mal que assim se pense.
A isso fomos levados por muitos anos de um ostracismo e um desprezo que nada justifica e que Guimarães, e a selecção de Portugal, não merecem!

Um Aviso

Finalmente começou o tão aguardado campeonato do mundo de futebol, "Rússia 2018", que vai lá para Julho apurar o sucessor da Alemanha como campeão do mundo sendo forte possibilidade a selecção germânica suceder a ela própria.
Mas não queimemos etapas.
Ontem, no jogo entre Rússia e Arábia Saudita (curiosamente as duas selecções com pior ranking FIFA ) que marcou o início da prova, assistiu-se logo à queda de um recorde (e os recordes são uma mania na moda...) com o resultado mais desnivelado de sempre num jogo de abertura de um mundial.
Cinco golos sem resposta com que os anfitriões brindaram os pobres (nalguma coisa haviam de o ser) sauditas naquilo que não foi mais que um treino animado e moralizador para uma selecção russa que seguramente terá ambições bem maiores do que aqueles que o ranking lhe permitem.
É evidente que este resultado será sempre mais uma excepção do que uma regra nos jogos deste mundial que tendencialmente serão muito mais equilibrados e disputados do que este a que assistimos agora.
Mas este jogo teve uma clara vantagem que foi a de deixar um aviso para o futuro.
Agora que a megalomania e a ganância sem limite da FIFA querem aumentar as fases finais para o completo absurdo de 48 equipas (!!!) , ao invés das 32 actuais, que obriga a que em 2026 o campeonato seja organizado por três(!!!) países (Estados Unidos, Canadá e México) será talvez tempo de se reflectir sobre que qualidade de jogos terá um mundial em cuja fase final  participem cerca de 25% dos países inscritos na FIFA.
Penso que ninguém terá grandes duvidas sobre o decréscimo da qualidade competitiva do mesmo a par de um esforço acrescido para os jogadores .
E da morte da galinha dos ovos de ouro está a História cheia de exemplos.
Depois Falamos.

quarta-feira, junho 13, 2018

Negócio

Enquanto Bruno de Carvalho se vai entretendo a destruir o Sporting, mergulhado num delírio de difícil explicação, os jogadores do plantel vão rescindindo os seus contratos face ao impossível cenário de continuarem a trabalhar num clube tem tem BdC como presidente.
Os primeiros foram Rui Patrício e Podence mas de seguida William Carvalho, Gelson Martins, Bruno Fernandes e Bas Dost fizeram o mesmo e para hoje anunciam-se a s rescisões de, pelo menos, Acuna e Battaglia o que deixa o clube na triste situação de perder todos os seus melhores jogadores.
Sem jogadores, sem treinador (nem o "coração de leão" Sá Pinto aceitou meter-se naquele vespeiro) o futuro próximo do clube leonino encontra-se mergulhado em negras sombras sem se perceber como delas sairá.
Problema que os seus associados tem de resolver.
Fica assim em aberto o futuro dos jogadores que agora rescindiram contratos e se tornam em muito apetecíveis alvos de mercado (depois de já terem sido "alvos" de outro género...) a que nenhum clube ficará insensível.
E torna-se curioso analisar o que dizem (se pensam é outra questão) sobre o assunto Porto e Benfica que à partida podiam (podem?) ser potenciais destinos para alguns desses jogadores.
O Porto , desde há muito, que afirmou que não contratará nenhum deles por solidariedade com o difícil momento que vive o Sporting.
Palavras bonitas mas sem contexto num mundo competitivo como é o do futebol actual em que as SAD existem para gerirem o negócio do futebol da forma mais competitiva e rentável que lhes for possível.
O Porto, constrangido pelo "fair play" financeiro da UEFA que o obriga a vender jogadores para equilibrar as contas (Ricardo Pereira, Diogo Dalot e o que mais se verá), sabe que dificilmente poderia pagar a alguns desses jogadores os salários que eles valem (e que os seus empresários tratarão de exigir) pelo que sabendo que não os pode  ter optou por dizer que não os quer ter!
É um  pouco como a conhecida fábula da raposa em relação a umas uvas a que não conseguia chegar.
O Benfica foi muito mais pragmático e consentâneo com a realidade do futebol que se vive hoje.
Estando no mercado, a custo zero (impensável mas é verdade), jogadores de grande qualidade, portugueses e bem identificados com as nossas provas e possuidores de uma enorme margem de valorização está a tentar contratar alguns deles.
Ao que consta Bruno Fernandes e Gelson Martins mas há quem fale também em Podence e até Bas Dost.
Faz bem.
Se tem envergadura financeira para suportar os salários é óbvio que se trata de jogadores que não só lhe enriquecem substancialmente o plantel como também desfalcam um (cada vez menos) adversário directo pelo que se trata de um negócio com óbvias vantagens.
Não deve , porque nem o futebol é isso nem os tempos actuais se compadecem com "sentimentalismos" bacocos, é dizer que está a tentar contrata-los para vingar o que aconteceu vinte e cinco anos atrás com Paulo Sousa e Pacheco.
Percebe-se o apelo ao sentimento dos adeptos e ao exacerbar de rivalidades clubísticas mas não faz sentido nenhum usar isso como justificação para uma boa decisão em termos de negócio desportivo e financeiro.
Seja como for creio que nesta questão o Benfica tem estado melhor que o Porto assumindo o seu claro interesse nos jogadores e fazendo o possível por conseguir a sua contratação ao invés de usar discursos de pseudo solidariedade para justificar o não poder ter quem de certeza gostaria de ter.
O que não invalida que considere que todos eles optarão por prosseguirem a sua carreira no estrangeiro ,onde não lhes faltarão clubes interessados, evitando assim atirar "gasolina" para "fogueiras" que já ardem com demasiada intensidade.
Depois Falamos